Município volta a monitorar a qualidade do ar

MEIO AMBIENTE


Publicada em 06/05/2010 às 23h26m
Tulio Brandão - O Globo - 06/05/2010
    RIO - O carioca não está mais sufocado pela falta de dados sobre a poluição de sua atmosfera. A Secretaria municipal de Meio Ambiente reativou nesta quinta-feira, depois de quase quatro anos de interrupção, o programa de monitoramento da qualidade do ar - agora chamado de MonitorAr-Rio. Três estações automáticas fixas - Cardeal Arcoverde (Copacabana), Lago da Carioca e Campo de São Cristóvão - e uma móvel, que por enquanto fica na Avenida Rio Branco, na altura da Rua Sete de Setembro, já estão em funcionamento. O primeiro resultado saiu à tarde: a qualidade do ar esteve regular em todas as análises, sendo que as partículas inaláveis foram o pior parâmetro.
    Uma nova estação, na Praça Saens Peña (Tijuca), será implantada até junho, informou o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz. Outros quatro bairros - Bangu, Campo Grande, Vicente Carvalho e um ainda não definido - serão beneficiados ainda este ano com unidades automáticas de monitoramento da qualidade do ar:
    - O programa vai permitir que, a partir dos dados monitorados, possamos adotar medidas concretas no planejamento de ações e traçar estratégias, com vistas inclusive aos Jogos Olímpicos de 2016 - explica Muniz, lembrando que um convênio viabilizou a recuperação das estações. - A Petrobras nos deu R$ 10,5 milhões para a compra dos equipamentos.
    Estado e município vão integrar suas redes
    Ainda no meio do ano, a rede de monitoramento do município deve ser integrada à do estado - que dispõe atualmente de 29 estações automáticas em funcionamento na Região Metropolitana, no Vale do Paraíba e no Norte Fluminense. Os parâmetros utilizados pelos órgãos ambientais das duas esferas já foram unificados para possibilitar a integração. As duas redes agora monitoram o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono, as partículas inaláveis e o ozônio - antes ignorado.
    Na rede municipal, as estações medirão ainda parâmetros meteorológicos, como índice pluviométrico e ventos. Já o estado tem estações manuais que monitoram partículas em suspensão e inaláveis.
    O ozônio vem sendo considerado o pior vilão do ar no estado. A gerente de qualidade do ar do Instituto Estadual do Ambiente, Paulina Porto, mostra preocupação:
    - Apesar de a série histórica não ser muito longa, temos observado um aumento significativo das violações do padrão do ozônio. Trata-se de um poluente com relação direta com a indústria e com as emissões de gases veiculares. Estamos trabalhando para reduzir esse índice.