11/5/2010
O Globo
Apesar da avaliação positiva do primeiro dia, a Secretaria municipal de Transportes ainda vai aguardar uma semana para divulgar um balanço dos efeitos da ampliação da faixa reversível da Avenida Niemeyer, que desde ontem passou a funcionar das 6h30m às 10h30m, no sentido Leblon.
De acordo com o diretor de operações da CET-Rio, Joaquim Dinis, somente após esta análise a prefeitura avaliará se a medida surtiu o efeito esperado e estudará se é possível repetir a experiência em outras faixas reversíveis que já existem na cidade. A expectativa da prefeitura era que, nesta meia hora a mais, mais 900 veículos passassem pela Niemeyer, desafogando a Autoestrada Lagoa-Barra. A contagem de veículos será divulgada hoje.
De acordo com a CET-Rio, o trânsito fluiu bem no primeiro dia de extensão do horário. Não houve registro de acidentes. Quatro painéis de mensagens variáveis orientaram os motoristas sobre a mudança.
Motoristas disseram ter percebido uma melhora no tráfego. Moradora do Vidigal, Vanda Sueli Sampaio, dona de um quiosque no Mirante do Leblon, afirmou ter economizado dez minutos no trajeto de sua casa até o trabalho: - Todos os dias eu ficava parada pelo menos dez ou 15 minutos na altura do hotel Sheraton.
O ambientalista Rogério Zoen, que mora na Barra e trabalha no Centro, aprovou a ampliação, mas acha que a prefeitura não pode se descuidar do horário de retorno dos moradores para a Barra.
- Normalmente eu pegava engarrafamento na altura do Intercontinental, por volta das 10h. Hoje (ontem), o trânsito fluiu livre neste horário. Mas, no sentido contrário, à noite, quando não tem reversível, naquele sinal perto do Vidigal tinha que ter um guarda de trânsito aumentando o tempo do sinal - sugeriu.
De acordo com Dinis, ontem o trânsito na região da Barra foi menor do que o de costume, o que comprometeria uma avaliação do primeiro dia da faixa reversível.
- Temos que avaliar o trânsito na semana inteira, com todos os dias úteis, para chegarmos a uma conclusão e analisarmos até se podemos aumentar o período da reversível ou se teremos que fazer algum ajuste - explicou Dinis.
período da reversível ou se teremos que fazer algum ajuste - explicou Dinis.
Para a engenheira civil Eva Vider, especialista em transportes da Escola Politécnica da UFRJ, o desestímulo ao uso do automóvel e a melhoria do transporte coletivo são fundamentais para evitar que os motoristas do Rio sejam submetidos a medidas mais drásticas, como o rodízio de placas feito em São Paulo. Na opinião de Eva, a meia hora a mais na pista reversível da Avenida Niemeyer é apenas um paliativo.
- Uma equipe bem treinada e uma fiscalização eficiente, principalmente em cima dos espertinhos, ajudaria bastante - diz ela.