RIO DE DINHEIRO
Publicada em 19/05/2010 às 23h32m
Tulio Brandão - O Globo - 19/05/2010RIO - A Baía de Guanabara pode voltar a receber rios de dinheiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Secretaria estadual do Ambiente se reúne nesta quinta-feira com técnicos do banco para formalizar a redação de uma carta-consulta de empréstimo de R$ 1,3 bilhão, que seriam destinados principalmente ao saneamento da Baía. Uma parte menor do recurso estaria destinada às obras de recuperação ambiental das lagoas da Barra e de Jacarepaguá. A revitalização das duas áreas está na lista de encargos dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.
Na avaliação do governo do estado, são boas as chances de obter o empréstimo. O novo pedido foi feito 15 anos depois de o BID - ao lado do Japan Bank - conceder pelo menos R$ 1,8 bilhão para o questionado Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG). A atual administração estadual, no entanto, fez investimentos para tentar reduzir o passivo ambiental da Baía e das lagoas.
A secretária do Ambiente, Marilene Ramos, explica que a nova obra não é exatamente a fase 2 do PDBG, porque dá um enfoque maior que o previsto no projeto original ao sistema de esgoto dos municípios do entorno da Baía - entre os quais Duque de Caxias, Belford Roxo, São João do Meriti, São Gonçalo e Itaboraí.
- A expectativa é muito positiva em relação ao BID. É claro que isso não quer dizer que o banco emprestará o dinheiro, mas os técnicos que já estiveram reunidos conosco sinalizaram positivamente.
O caminho para aprovação passa pelo Ministério do Planejamento, pela Secretaria de Tesouro e, em seguida, pelo próprio BID. Depois da sinalização positiva do board do banco, o pedido volta para o Senado, onde será votado. A expectativa do governo estadual é que as primeiras parcelas do dinheiro sejam liberadas no primeiro semestre de 2011.
- A meta é terminar grande parte dos projetos e ver os seus efeitos até 2014. Claro que a obra está sendo feita para a população do Rio, mas queremos entregá-la já para a Copa de 2014. A qualidade ambiental vai melhorar paulatinamente até o fim da obra. As áreas serão recuperadas - diz a secretária do Ambiente.