Rock in Rio deixará herança socioambiental

POR UM MUNDO MELHOR


Publicada em 23/10/2010 às 21h38m
23/10/2010 - O Globo - OJacqueline Costa
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RIO - Faltam 333 dias para o Rock in Rio, que volta às suas origens, na Barra da Tijuca, após dez anos, no dia 23 de setembro de 2011. Lado a lado com a contagem regressiva para preparar todos os detalhes do festival de música, anda também o ambicioso projeto Por Um Mundo Melhor, um dos pilares do evento. Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, explica que até 5% da receita obtida com a venda de ingressos serão destinados a promover ações socioambientais. Uma das novidades do evento será uma rua cenográfica, a Rock Street, inspirada em Nova Orleans (EUA), onde haverá bandas de street jazz se apresentando. A área terá ainda bares e restaurantes.
O GLOBO é o jornal oficial do evento
Até agora, as nove edições do evento - três no Brasil, quatro em Portugal e duas na Espanha - já resultaram no investimento de quase cinco milhões de euros (cerca de R$ 11,7 milhões) em iniciativas como construção de salas de aula, compra de equipamentos para instituições de auxílio à infância e à juventude, além do plantio de árvores para compensar a emissão de carbono. Roberta lembra que, em 2001, o festival arrecadou recursos para que 3.200 jovens de baixa renda, entre 17 e 29 anos, concluíssem seus estudos em cem salas de aula montadas em comunidades carentes do Rio. Outros 29 projetos financiados pelo festival, através da Unesco, beneficiaram milhares de pessoas em todo o Brasil.
A executiva diz que as novas ações socioambientais ainda não estão decididas, mas adianta que 1,5 milhão de alunos de escolas públicas cariocas serão impactados. E acrescenta que, durante o evento, será realizada uma série de brincadeiras interativas e atividades lúdicas, convidando o público a pensar de uma maneira diferente em relação à sustentabilidade.
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Para o publicitário Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, muito mais do que um festival com as melhores bandas internacionais e nacionais como ocorreu nas edições anteriores, o evento de 2011 será um grande movimento de mobilização.
"A música é um veículo para unir as pessoas e fazer com que elas reflitam sobre a possibilidade de um mundo melhor. Temos um déficit social impressionante. O Rock in Rio é tão complexo e difícil de ser realizado que a parte social é um estímulo para continuarmos o projeto. O evento na Espanha, por exemplo, resultou no plantio de 30 mil árvores" - diz, acrescentando que serão criados quatro mil empregos diretos.
Em 2008 e 2010, foi lançado em Portugal o concurso "Rock in Rio escola solar", para conscientizar estudantes sobre a importância do combate às alterações climáticas e da construção de um mundo mais sustentável, incentivando jovens a desenvolverem projetos em suas comunidades. Em parceria com empresas, o festival instalou 760 painéis solares em 40 escolas vencedoras. A energia gerada pelos painéis é vendida, e a renda vai para projetos de solidariedade nos próximos 15 anos.