20/09/2012 - O Estado de São Paulo
GUSTAVO COLTRI
O distrito de Moema, em São Paulo, que engloba a Vila Nova Conceição, e Ipanema, no Rio de Janeiro, compartilham o posto de áreas mais caras de suas respectivas cidades, mas os pontos em comum entre eles não vão muito além disso. O metro quadrado no charmoso endereço carioca é 140,33% superior ao verificado na nobre área da capital paulista, segundo dados da empresa de informações imobiliárias Geoimovel referentes a lançamentos de janeiro de 2011 a agosto de 2012.
A disparidade de preços deve-se principalmente à falta de terrenos disponíveis nas áreas tradicionalmente valorizadas da capital fluminense, na zona sul. Além de Ipanema, os bairros do Leblon, Jardim Botânico e Lagoa figuram na frente de Moema (veja o gráfico).
"No Rio, há fila de espera entre os compradores para esses bairros. A quantidade de lançamentos é muito pequena", diz o diretor corporativo do Geoimovel e da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações, Celso Amaral. Desde o ano passado, os cinco bairros mais caros da cidade receberam, juntos, apenas oito lançamentos e 156 unidades.
De acordo com o diretor da Urban Systems, Paulo Takito, apesar de São Paulo ter uma população de alta renda maior do que na capital fluminense, a elevada oferta paulistana não permite altas de preço tão expressivas. O desenvolvimento de áreas vizinhas aos Jardins, como Vila Nova Conceição, Itaim e Moema, por exemplo, evitariam a elevação de valores no tradicional bairro. "Aqui temos várias zonas sul. Lá eles têm uma. Há limitações por causa do mar, de um lado, e da montanha, de outro. "
O diretor comercial da Private Brokers Jardins da Coelho da Fonseca, André Souyoltgis, explica que, seja qual for a cidade, a predominância de edifícios antigos e sem áreas de lazer não incomoda o público classe A das áreas nobres. "As pessoas que moram nessas regiões não se preocupam muito com estrutura de lazer nos prédios, porque elas participam dos melhores clubes locais e elas têm outros imóveis para descanso e veraneio", explica.
O crescimento do mercado no Rio ruma para o oeste, onde há terrenos disponíveis. A Barra da Tijuca, com o metro quadrado avaliado em R$ 6 mil, ocupa a 13ª posição entre os maiores preços. O bairro teve o maior número de unidades lançadas em um ano e meio, segundo o Geoimovel: 3.145 imóveis ao todo.
O vizinho Recreio dos Bandeirantes, por outro lado, é a bola da vez em número de lançamentos. Recebeu 43 novos empreendimentos e 2.475 unidades desde o ano passado, o que representa um quinto de toda a oferta no período. O metro quadrado de área útil por lá custa R$ 5,6 mil, o 14º do município.
"A Barra pode ser comparada ao Morumbi, porque ambos são bairros com extensões, que permitiam a expansão", diz Souyoltgis.
Porto Maravilha. A renovação da área portuária do Rio atualmente em execução pela prefeitura local com participação da iniciativa privada deve dar gás ao mercado imobiliário carioca. Batizada de Porto Maravilha, a operação urbana prevê, entre outras medidas, intervenções em 70 quilômetros de vias e 650 mil metros quadrados de calçadas, além de ações paisagísticas e obras de infraestrutura.
"Toda essa preparação já vem sendo feita e é a base para a urbanização. A cada dia isso vai ficar mais visível. Até as Olimpíadas, com certeza o porto estará bem diferente", diz o diretor da Urban Systems, Paulo Takito. Segundo ele, o projeto tem como objetivo transformar a região um polo autossustentável, alinhando-a a conceitos mais atuais de ocupação urbana. "O plano é desenvolver um novo centro equilibrado, onde a oferta de residências, serviços, lazer e educação estejam integrados."
Takito acredita na vocação diversificada desse novo espaço, com empreendimentos tanto de perfil compacto quanto aqueles mais amplos, para uso familiar. Em dez anos, a operação prevê aumento da densidade demográfica na área dos atuais 22mil para cerca 100 mil habitantes.
"Os lançamentos ali já estão começando", ressalta Celso Amaral. Um complexo com torres comerciais e hotel será lançado este mês na capital fluminense
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GUSTAVO COLTRI
O distrito de Moema, em São Paulo, que engloba a Vila Nova Conceição, e Ipanema, no Rio de Janeiro, compartilham o posto de áreas mais caras de suas respectivas cidades, mas os pontos em comum entre eles não vão muito além disso. O metro quadrado no charmoso endereço carioca é 140,33% superior ao verificado na nobre área da capital paulista, segundo dados da empresa de informações imobiliárias Geoimovel referentes a lançamentos de janeiro de 2011 a agosto de 2012.
A disparidade de preços deve-se principalmente à falta de terrenos disponíveis nas áreas tradicionalmente valorizadas da capital fluminense, na zona sul. Além de Ipanema, os bairros do Leblon, Jardim Botânico e Lagoa figuram na frente de Moema (veja o gráfico).
"No Rio, há fila de espera entre os compradores para esses bairros. A quantidade de lançamentos é muito pequena", diz o diretor corporativo do Geoimovel e da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações, Celso Amaral. Desde o ano passado, os cinco bairros mais caros da cidade receberam, juntos, apenas oito lançamentos e 156 unidades.
De acordo com o diretor da Urban Systems, Paulo Takito, apesar de São Paulo ter uma população de alta renda maior do que na capital fluminense, a elevada oferta paulistana não permite altas de preço tão expressivas. O desenvolvimento de áreas vizinhas aos Jardins, como Vila Nova Conceição, Itaim e Moema, por exemplo, evitariam a elevação de valores no tradicional bairro. "Aqui temos várias zonas sul. Lá eles têm uma. Há limitações por causa do mar, de um lado, e da montanha, de outro. "
O diretor comercial da Private Brokers Jardins da Coelho da Fonseca, André Souyoltgis, explica que, seja qual for a cidade, a predominância de edifícios antigos e sem áreas de lazer não incomoda o público classe A das áreas nobres. "As pessoas que moram nessas regiões não se preocupam muito com estrutura de lazer nos prédios, porque elas participam dos melhores clubes locais e elas têm outros imóveis para descanso e veraneio", explica.
O crescimento do mercado no Rio ruma para o oeste, onde há terrenos disponíveis. A Barra da Tijuca, com o metro quadrado avaliado em R$ 6 mil, ocupa a 13ª posição entre os maiores preços. O bairro teve o maior número de unidades lançadas em um ano e meio, segundo o Geoimovel: 3.145 imóveis ao todo.
O vizinho Recreio dos Bandeirantes, por outro lado, é a bola da vez em número de lançamentos. Recebeu 43 novos empreendimentos e 2.475 unidades desde o ano passado, o que representa um quinto de toda a oferta no período. O metro quadrado de área útil por lá custa R$ 5,6 mil, o 14º do município.
"A Barra pode ser comparada ao Morumbi, porque ambos são bairros com extensões, que permitiam a expansão", diz Souyoltgis.
Porto Maravilha. A renovação da área portuária do Rio atualmente em execução pela prefeitura local com participação da iniciativa privada deve dar gás ao mercado imobiliário carioca. Batizada de Porto Maravilha, a operação urbana prevê, entre outras medidas, intervenções em 70 quilômetros de vias e 650 mil metros quadrados de calçadas, além de ações paisagísticas e obras de infraestrutura.
"Toda essa preparação já vem sendo feita e é a base para a urbanização. A cada dia isso vai ficar mais visível. Até as Olimpíadas, com certeza o porto estará bem diferente", diz o diretor da Urban Systems, Paulo Takito. Segundo ele, o projeto tem como objetivo transformar a região um polo autossustentável, alinhando-a a conceitos mais atuais de ocupação urbana. "O plano é desenvolver um novo centro equilibrado, onde a oferta de residências, serviços, lazer e educação estejam integrados."
Takito acredita na vocação diversificada desse novo espaço, com empreendimentos tanto de perfil compacto quanto aqueles mais amplos, para uso familiar. Em dez anos, a operação prevê aumento da densidade demográfica na área dos atuais 22mil para cerca 100 mil habitantes.
"Os lançamentos ali já estão começando", ressalta Celso Amaral. Um complexo com torres comerciais e hotel será lançado este mês na capital fluminense
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