15/10/2012 - O Globo, Sérgio Ramalho
Área deve se transformar em bairro-modelo; estado quer construir 9 mil imóveis
Após a retomada do Complexo de Manguinhos pelas forças de segurança neste domingo, o governador Sérgio Cabral anunciou um pacote de medidas para recuperar a região. Entre as ações está a desapropriação da Refinaria de Manguinhos - o terreno receberá um bairro-modelo - e a construção de nove mil imóveis populares nos arredores. O governador citou um programa de obras de infraestrutura, com o investimento de R$ 100 milhões na região, recursos provenientes de um empréstimo do Banco do Brasil. Segundo Cabral, será necessário aplicar de R$ 170 milhões a R$ 200 milhões para desapropriar e descontaminar o solo do terreno da refinaria, cuja desapropriação já está sendo estudada pela Casa Civil.
- É com imensa alegria que anuncio aqui este passo tão importante para o Rio, com a retomada do território e a garantia de paz à população. Estamos falando de uma região com cerca de 70 mil habitantes e por onde passam diariamente milhares de pessoas, também beneficiadas com o processo de pacificação - disse Cabral.
Região ganhará cinema 3D
O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que também estava na coletiva no QG da PM, no Centro, disse que estado e prefeitura construirão em Manguinhos casas, praças, escolas e postos de saúde. Ele afirmou ainda que a antiga fábrica da General Electric (GE), no Jacaré, também será desapropriada para a construção de um conjunto habitacional. O governador destacou a construção de um cinema 3D, com capacidade para 250 pessoas, além de mais nove mil imóveis populares, que vão se somar aos 1.700 apartamentos da primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, inaugurados em julho de 2010.
Cabral disse que a região vinha sofrendo os reflexos de décadas de abandono, com a perda de investimentos e, sobretudo, de postos de trabalho, resultado do fechamento de indústrias:
- Lembro que em 1990, quando eu fazia campanha para deputado estadual, visitei as fábricas da Company e da Lenny Niemeyer nessa região, que acabou sofrendo um grande processo de decadência com o aumento da violência. Agora, com a ocupação, não tenho dúvida de que, nos próximos anos, essa região, que é nobre, será completamente revitalizada.
A Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) vai começar a identificar quais dos 1.700 apartamentos do PAC na região estão sendo usados por traficantes. Há denúncias de que cerca de 90 imóveis teriam sido invadidos por pessoas ligadas à facção criminosa expulsa da área. Segundo Cabral, a equipe do vice-governador chegou a ser impedida de entrar em alguns dos prédios antes da ocupação. De acordo com o governo, todos os imóveis serão devolvidos aos moradores de direito.
'Fui surpreendido', diz presidente de empresa dona da refinaria
Surpreso com o anúncio do governador Sérgio Cabral sobre a desapropriação da Refinaria de Manguinhos, o empresário Paulo Henrique Menezes, presidente da empresa, disse que vai pedir hoje à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a suspensão de todos os negócios envolvendo ações da indústria para preservar as aplicações de cerca de sete mil grandes investidores. O presidente garantiu que ficou sabendo da proposta do governo pelo site do GLOBO.
- Efetivamente fui surpreendido. Investidores me procuraram hoje (ontem) assim que a notícia foi divulgada. Amanhã vou me reunir com diretores e tentar interpretar esse anúncio - disse Menezes.
Ele explicou que a empresa tem operado com volume expressivo de refino:
- Oferecemos hoje mil empregos diretos e cerca de quatro mil indiretos, além de desenvolvermos programas sociais, em que atendemos a cerca de 750 crianças das comunidades da região.
Segundo o governador Sérgio Cabral, a refinaria hoje apenas serve de espaço para o estoque de etanol.
Construída nos anos 50, a Refinaria de Manguinhos foi concebida para atender ao consumo de combustível do Rio. Em 1997, a YPF, maior empresa da Argentina no setor de petróleo, dividiu o controle acionário da refinaria com o Grupo Peixoto de Castro. Em 2008, a empresa foi adquirida pelo Grupo Andrade Magro.
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Área deve se transformar em bairro-modelo; estado quer construir 9 mil imóveis
Após a retomada do Complexo de Manguinhos pelas forças de segurança neste domingo, o governador Sérgio Cabral anunciou um pacote de medidas para recuperar a região. Entre as ações está a desapropriação da Refinaria de Manguinhos - o terreno receberá um bairro-modelo - e a construção de nove mil imóveis populares nos arredores. O governador citou um programa de obras de infraestrutura, com o investimento de R$ 100 milhões na região, recursos provenientes de um empréstimo do Banco do Brasil. Segundo Cabral, será necessário aplicar de R$ 170 milhões a R$ 200 milhões para desapropriar e descontaminar o solo do terreno da refinaria, cuja desapropriação já está sendo estudada pela Casa Civil.
- É com imensa alegria que anuncio aqui este passo tão importante para o Rio, com a retomada do território e a garantia de paz à população. Estamos falando de uma região com cerca de 70 mil habitantes e por onde passam diariamente milhares de pessoas, também beneficiadas com o processo de pacificação - disse Cabral.
Região ganhará cinema 3D
O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que também estava na coletiva no QG da PM, no Centro, disse que estado e prefeitura construirão em Manguinhos casas, praças, escolas e postos de saúde. Ele afirmou ainda que a antiga fábrica da General Electric (GE), no Jacaré, também será desapropriada para a construção de um conjunto habitacional. O governador destacou a construção de um cinema 3D, com capacidade para 250 pessoas, além de mais nove mil imóveis populares, que vão se somar aos 1.700 apartamentos da primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, inaugurados em julho de 2010.
Cabral disse que a região vinha sofrendo os reflexos de décadas de abandono, com a perda de investimentos e, sobretudo, de postos de trabalho, resultado do fechamento de indústrias:
- Lembro que em 1990, quando eu fazia campanha para deputado estadual, visitei as fábricas da Company e da Lenny Niemeyer nessa região, que acabou sofrendo um grande processo de decadência com o aumento da violência. Agora, com a ocupação, não tenho dúvida de que, nos próximos anos, essa região, que é nobre, será completamente revitalizada.
A Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) vai começar a identificar quais dos 1.700 apartamentos do PAC na região estão sendo usados por traficantes. Há denúncias de que cerca de 90 imóveis teriam sido invadidos por pessoas ligadas à facção criminosa expulsa da área. Segundo Cabral, a equipe do vice-governador chegou a ser impedida de entrar em alguns dos prédios antes da ocupação. De acordo com o governo, todos os imóveis serão devolvidos aos moradores de direito.
'Fui surpreendido', diz presidente de empresa dona da refinaria
Surpreso com o anúncio do governador Sérgio Cabral sobre a desapropriação da Refinaria de Manguinhos, o empresário Paulo Henrique Menezes, presidente da empresa, disse que vai pedir hoje à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a suspensão de todos os negócios envolvendo ações da indústria para preservar as aplicações de cerca de sete mil grandes investidores. O presidente garantiu que ficou sabendo da proposta do governo pelo site do GLOBO.
- Efetivamente fui surpreendido. Investidores me procuraram hoje (ontem) assim que a notícia foi divulgada. Amanhã vou me reunir com diretores e tentar interpretar esse anúncio - disse Menezes.
Ele explicou que a empresa tem operado com volume expressivo de refino:
- Oferecemos hoje mil empregos diretos e cerca de quatro mil indiretos, além de desenvolvermos programas sociais, em que atendemos a cerca de 750 crianças das comunidades da região.
Segundo o governador Sérgio Cabral, a refinaria hoje apenas serve de espaço para o estoque de etanol.
Construída nos anos 50, a Refinaria de Manguinhos foi concebida para atender ao consumo de combustível do Rio. Em 1997, a YPF, maior empresa da Argentina no setor de petróleo, dividiu o controle acionário da refinaria com o Grupo Peixoto de Castro. Em 2008, a empresa foi adquirida pelo Grupo Andrade Magro.
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