05/01/2013 - O Globo, Fabíola Gerbase
Endereço de uma das mais famosas obras de Oscar Niemeyer, a Estrada das Canoas, em São Conrado, vai ganhar outra assinatura do mestre das curvas. A cerca de dois quilômetros da Casa das Canoas, criação de Niemeyer de 1952, será concretizado um projeto idealizado por ele em 2003 para a Universidade Candido Mendes. A instituição possui no número 3.520 da via um terreno de 270 mil metros quadrados, em meio à Mata Atlântica, onde Candido Mendes planeja homenagear o amigo falecido no mês passado, tirando da gaveta o projeto inédito e criando nele um museu sobre a obra do arquiteto.
A construção foi desenhada por Niemeyer com duas cúpulas - uma fechada, com 12 metros de diâmetro, e a outra vazada, com 20 metros de diâmetro, formando um arco sobre a primeira, numa solução que ele classificou como "o caminho da verdadeira arquitetura" no texto explicativo do projeto. Com o traço simples e inconfundível do mestre, os esboços guardados por Candido Mendes dão outros detalhes da criação. Foram previstos para o interior do conjunto um espaço para exposições e um auditório no subsolo para 250 pessoas, com salas de apoio. O arquiteto Jair Varela, coordenador de projetos do escritório de Niemeyer e seu antigo braço direito, conta que ele gostava muito da obra:
- O Oscar ficou muito animado na época porque é um lugar belíssimo. O projeto é muito bonito, tem uma cúpula acoplada à outra, com uns cortes interessantes, que se encaixam. Ele pensou num projeto maior, mas fez uma redução para sobrar espaço em volta e respeitar o lugar.
Planos de visitação gratuita
O local escolhido para as cúpulas foi o campo de vôlei do terreno, onde há ainda uma piscina, vestiário, dois blocos de apartamentos, estação de tratamento de esgoto e estacionamento. O complexo, que já foi da IBM, é hoje alugado para eventos de empresas. Mas a intenção de Candido Mendes é que a estrutura passe a servir de sede para dois de seus programas: a Academia da Latinidade e o Instituto para o Desenvolvimento Empresarial e Acadêmico. Em paralelo, será erguido o projeto de Niemeyer, que, pelos planos do acadêmico, terá visitação gratuita:
- Estaremos cumprindo a vontade dele criando o Museu Niemeyer, pela beleza do lugar e pela proximidade com a casa onde ele morou (Casa das Canoas). Será o desfecho de uma amizade de meio século. Pretendo viabilizar a obra este ano, mas não defini a forma de financiamento, nem o valor do investimento. Uma possibilidade é fazer um consórcio.
Quando fala em criar o museu sobre Niemeyer, o acadêmico mostra nos esboços do projeto o trecho do texto em que o arquiteto diz: "Nesta última (cúpula), funcionando independentemente do auditório, ficaria a exposição permanente sobre a minha obra". Jair Varela, no entanto, afirma que o objetivo era criar um espaço para exposições em geral:
- Temos os desenhos preliminares do projeto, que indicam uma sala de exposições em geral e não só do trabalho dele. Ele não sugeriria uma mostra permanente sobre sua obra. Pode ter havido um engano na digitação do texto. Ele ditava e alguém digitava.
A viúva do arquiteto, Vera Lúcia Niemeyer, também diz que ele não gostava da ideia de criar espaços para reverenciar sua obra.
Endereço de uma das mais famosas obras de Oscar Niemeyer, a Estrada das Canoas, em São Conrado, vai ganhar outra assinatura do mestre das curvas. A cerca de dois quilômetros da Casa das Canoas, criação de Niemeyer de 1952, será concretizado um projeto idealizado por ele em 2003 para a Universidade Candido Mendes. A instituição possui no número 3.520 da via um terreno de 270 mil metros quadrados, em meio à Mata Atlântica, onde Candido Mendes planeja homenagear o amigo falecido no mês passado, tirando da gaveta o projeto inédito e criando nele um museu sobre a obra do arquiteto.
A construção foi desenhada por Niemeyer com duas cúpulas - uma fechada, com 12 metros de diâmetro, e a outra vazada, com 20 metros de diâmetro, formando um arco sobre a primeira, numa solução que ele classificou como "o caminho da verdadeira arquitetura" no texto explicativo do projeto. Com o traço simples e inconfundível do mestre, os esboços guardados por Candido Mendes dão outros detalhes da criação. Foram previstos para o interior do conjunto um espaço para exposições e um auditório no subsolo para 250 pessoas, com salas de apoio. O arquiteto Jair Varela, coordenador de projetos do escritório de Niemeyer e seu antigo braço direito, conta que ele gostava muito da obra:
- O Oscar ficou muito animado na época porque é um lugar belíssimo. O projeto é muito bonito, tem uma cúpula acoplada à outra, com uns cortes interessantes, que se encaixam. Ele pensou num projeto maior, mas fez uma redução para sobrar espaço em volta e respeitar o lugar.
Planos de visitação gratuita
O local escolhido para as cúpulas foi o campo de vôlei do terreno, onde há ainda uma piscina, vestiário, dois blocos de apartamentos, estação de tratamento de esgoto e estacionamento. O complexo, que já foi da IBM, é hoje alugado para eventos de empresas. Mas a intenção de Candido Mendes é que a estrutura passe a servir de sede para dois de seus programas: a Academia da Latinidade e o Instituto para o Desenvolvimento Empresarial e Acadêmico. Em paralelo, será erguido o projeto de Niemeyer, que, pelos planos do acadêmico, terá visitação gratuita:
- Estaremos cumprindo a vontade dele criando o Museu Niemeyer, pela beleza do lugar e pela proximidade com a casa onde ele morou (Casa das Canoas). Será o desfecho de uma amizade de meio século. Pretendo viabilizar a obra este ano, mas não defini a forma de financiamento, nem o valor do investimento. Uma possibilidade é fazer um consórcio.
Quando fala em criar o museu sobre Niemeyer, o acadêmico mostra nos esboços do projeto o trecho do texto em que o arquiteto diz: "Nesta última (cúpula), funcionando independentemente do auditório, ficaria a exposição permanente sobre a minha obra". Jair Varela, no entanto, afirma que o objetivo era criar um espaço para exposições em geral:
- Temos os desenhos preliminares do projeto, que indicam uma sala de exposições em geral e não só do trabalho dele. Ele não sugeriria uma mostra permanente sobre sua obra. Pode ter havido um engano na digitação do texto. Ele ditava e alguém digitava.
A viúva do arquiteto, Vera Lúcia Niemeyer, também diz que ele não gostava da ideia de criar espaços para reverenciar sua obra.