23/03/2013 - O Globo
Nova projeção do IPP diz que Rio só perderá moradores em sete de 32 Regiões Administrativas até 2020
Área de expansão. Prédios na Barra da Tijuca: segundo o estudo do IPP, região continua sendo a que mais vai crescer até 2020 Eduardo Naddar / Agência O Globo
RIO - Se o Rio mudou nos últimos dez anos, o futuro da cidade também vem se modificando. Um estudo realizado pelo Instituto Pereira Passos (IPP) este ano, para determinar para onde o município vai crescer até 2020, traz novidades em relação a trabalho semelhante feito em 2004. Se antes a previsão era que a cidade encolheria dramaticamente em 22 das suas 32 Regiões Administrativas (RAs) incluindo bairros do Centro e das zonas Sul e Norte , agora técnicos apontam que o número de habitantes cairá apenas em sete delas. Já a Zona Oeste continua sendo a região que mais se expandirá, embora em ritmo menor do que o previsto inicialmente.
Os dois estudos fazem projeções sobre o número de moradores e as comparam com as estatísticas do ano 2000. O primeiro, de 2004, dizia que o Centro, por exemplo, perderia quase metade de sua população. Já a Zona Sul, o Méier e a Tijuca minguariam até 24%. O segundo trabalho, no entanto, divulgado este mês, revê todas essas projeções e indica que as mudanças devem acontecer de forma mais equilibrada em toda a cidade.
Na atual versão, por exemplo, além do encolhimento cair de 22 para sete RAs, as áreas que mais crescerão terão taxas menos fantásticas. Na Barra da Tijuca, por exemplo, cuja projeção feita em 2004 apontava para um aumento populacional de quase 300% em 2020, a variação deve cair em mais da metade. No trabalho deste ano, técnicos apontam um crescimento de cerca de 125%.
O estudo de 2004 usou informações levantadas pelo IBGE nos Censos de 1980, 1991 e 2000. Já o divulgado pelo IPP esta semana lançou mão de dados dos Censos de 2000 e 2010. De acordo com o diretor de Informações do Instituto Pereira Passos, Sérgio Guimarães, as projeções têm o objetivo de ajudar a cidade a pensar seu crescimento e definir políticas públicas mais adequadas:
Para este último estudo, a motivação foi uma demanda da Secretaria de Educação, que quer criar escolas de turno único. Se você sabe onde a cidade terá mais crianças e onde terá menos, fica mais fácil saber onde investir. Da mesma forma, outras secretarias podem usar essas informações.
Segundo o trabalho deste ano, toda a região que inclui Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Joá, Itanhangá, Vargem Grande, Vargem Pequena, Camorim e Grumari continua a ser a de maior potencial de crescimento. Mas, de acordo com os técnicos, em vez de chegarem a 2020 com mais de 500 mil habitantes como fora previsto inicialmente , esses bairros deverão ter pouco menos de 400 mil moradores. A taxa de crescimento da região, no entanto, continua sendo a maior da cidade nesta década: 30,9% entre 2010 e 2020.
Investimentos aquém do necessário
Especialistas dizem que a explicação para esse crescimento é óbvia, uma vez que se trata de uma região onde ainda há muitas áreas a serem ocupadas. Mas, para o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Rio (Asbea/RJ), Vicente Giffoni, os investimentos em setores como mobilidade e saneamento precisam acompanhar a velocidade dessa expansão.
Como essas áreas ainda são pouco ocupadas, o crescimento vai sendo esticado em direção à Barra e a Jacarepaguá. Mas são regiões carentes de infraestrutura. E não apenas no que diz respeito a mobilidade. Há problemas ligados ao meio ambiente. Você até vê que há um investimento nas questões básicas de infraestrutura. No entanto, a velocidade desses investimentos não tem acompanhado o crescimento dessas regiões diz Giffoni.
Que o diga a contadora Fabíola Freire, de 36 anos. Nascida em Manaus, ela morou no Rio de 2000 a 2004 e não pestanejou ao escolher a Barra para se estabelecer quando, este ano, voltou para a cidade. Fabíola, o marido e a filha desembarcaram no bairro há dois meses em busca de qualidade de vida.
Não cheguei a pensar em outro lugar para morar. Gosto do bairro porque tem tudo de que preciso. É o melhor custo-benefício do Rio afirma a contadora.
As delícias do bairro, no entanto, ainda têm que conviver com problemas crônicos. Na última quinta-feira, por exemplo, Fabíola marcou um encontro com a equipe do GLOBO no meio da tarde, mas ficou presa num engarrafamento entre a Zona Sul e sua casa por mais de uma hora.
Nova projeção do IPP diz que Rio só perderá moradores em sete de 32 Regiões Administrativas até 2020
Área de expansão. Prédios na Barra da Tijuca: segundo o estudo do IPP, região continua sendo a que mais vai crescer até 2020 Eduardo Naddar / Agência O Globo
RIO - Se o Rio mudou nos últimos dez anos, o futuro da cidade também vem se modificando. Um estudo realizado pelo Instituto Pereira Passos (IPP) este ano, para determinar para onde o município vai crescer até 2020, traz novidades em relação a trabalho semelhante feito em 2004. Se antes a previsão era que a cidade encolheria dramaticamente em 22 das suas 32 Regiões Administrativas (RAs) incluindo bairros do Centro e das zonas Sul e Norte , agora técnicos apontam que o número de habitantes cairá apenas em sete delas. Já a Zona Oeste continua sendo a região que mais se expandirá, embora em ritmo menor do que o previsto inicialmente.
Os dois estudos fazem projeções sobre o número de moradores e as comparam com as estatísticas do ano 2000. O primeiro, de 2004, dizia que o Centro, por exemplo, perderia quase metade de sua população. Já a Zona Sul, o Méier e a Tijuca minguariam até 24%. O segundo trabalho, no entanto, divulgado este mês, revê todas essas projeções e indica que as mudanças devem acontecer de forma mais equilibrada em toda a cidade.
Na atual versão, por exemplo, além do encolhimento cair de 22 para sete RAs, as áreas que mais crescerão terão taxas menos fantásticas. Na Barra da Tijuca, por exemplo, cuja projeção feita em 2004 apontava para um aumento populacional de quase 300% em 2020, a variação deve cair em mais da metade. No trabalho deste ano, técnicos apontam um crescimento de cerca de 125%.
O estudo de 2004 usou informações levantadas pelo IBGE nos Censos de 1980, 1991 e 2000. Já o divulgado pelo IPP esta semana lançou mão de dados dos Censos de 2000 e 2010. De acordo com o diretor de Informações do Instituto Pereira Passos, Sérgio Guimarães, as projeções têm o objetivo de ajudar a cidade a pensar seu crescimento e definir políticas públicas mais adequadas:
Para este último estudo, a motivação foi uma demanda da Secretaria de Educação, que quer criar escolas de turno único. Se você sabe onde a cidade terá mais crianças e onde terá menos, fica mais fácil saber onde investir. Da mesma forma, outras secretarias podem usar essas informações.
Segundo o trabalho deste ano, toda a região que inclui Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Joá, Itanhangá, Vargem Grande, Vargem Pequena, Camorim e Grumari continua a ser a de maior potencial de crescimento. Mas, de acordo com os técnicos, em vez de chegarem a 2020 com mais de 500 mil habitantes como fora previsto inicialmente , esses bairros deverão ter pouco menos de 400 mil moradores. A taxa de crescimento da região, no entanto, continua sendo a maior da cidade nesta década: 30,9% entre 2010 e 2020.
Investimentos aquém do necessário
Especialistas dizem que a explicação para esse crescimento é óbvia, uma vez que se trata de uma região onde ainda há muitas áreas a serem ocupadas. Mas, para o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Rio (Asbea/RJ), Vicente Giffoni, os investimentos em setores como mobilidade e saneamento precisam acompanhar a velocidade dessa expansão.
Como essas áreas ainda são pouco ocupadas, o crescimento vai sendo esticado em direção à Barra e a Jacarepaguá. Mas são regiões carentes de infraestrutura. E não apenas no que diz respeito a mobilidade. Há problemas ligados ao meio ambiente. Você até vê que há um investimento nas questões básicas de infraestrutura. No entanto, a velocidade desses investimentos não tem acompanhado o crescimento dessas regiões diz Giffoni.
Que o diga a contadora Fabíola Freire, de 36 anos. Nascida em Manaus, ela morou no Rio de 2000 a 2004 e não pestanejou ao escolher a Barra para se estabelecer quando, este ano, voltou para a cidade. Fabíola, o marido e a filha desembarcaram no bairro há dois meses em busca de qualidade de vida.
Não cheguei a pensar em outro lugar para morar. Gosto do bairro porque tem tudo de que preciso. É o melhor custo-benefício do Rio afirma a contadora.
As delícias do bairro, no entanto, ainda têm que conviver com problemas crônicos. Na última quinta-feira, por exemplo, Fabíola marcou um encontro com a equipe do GLOBO no meio da tarde, mas ficou presa num engarrafamento entre a Zona Sul e sua casa por mais de uma hora.