Niterói: cidade possui metro quadrado a R$ 6,9 mil

08/12/2013 - O Fluminense, Prisca Fontes

Niterói ocupa o quarto lugar no ranking nacional de preço do metro quadrado. Com custo médio de R$ 6,9 mil, a cidade fica atrás apenas do Rio de Janeiro (R$ 9.812), Brasília (R$ 8.660) e São Paulo (R$ 7.730). As informações são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que pesquisou 16 municípios brasileiros.

O valor do metro quadrado niteroiense subiu 8,5% apenas esse ano. Na comparação com os últimos 12 meses, a alta foi de 9,4%. Só em novembro, os preços ficaram 1,4% mais caros, enquanto em outubro o índice foi de 0,5%.

Vicente Maciel Filho, diretor da construtora Fernandes Maciel revela que os bairros mais valorizados de Niterói são Icaraí (especialmente a região entre a Avenida Roberto Silveira e a Praia) e Charitas, onde o metro quadrado pode chegar a R$ 10 mil.

"São bairros onde há muita procura e poucos terrenos disponíveis. Essa situação se repete em diversos pontos da cidade: a ausência de terrenos está impactando o valor do metro quadrado porque aumenta o custo inicial do empreendimento", esclarece.

Ele ressalta que os clientes são exigentes quanto aos padrões de acabamento, acústica, acessibilidade e estéticos, entre outros, procurando imóveis que são praticamente de luxo.

Maciel diz que, apesar da alta, as vendas continuam aquecidas, especialmente pela ampla oferta de crédito imobiliário oferecida pelos bancos.

O diretor de negócios da construtora João Fortes, Jorge Rucas, destaca que Niterói pode ser considerada a capital do interior do Rio. Ele aponta que a cidade passou pela mesma transformação que o Rio de Janeiro em relação a tamanho de mercado, seguindo as devidas proporções.

"É uma cidade com demanda reprimida e com poder de compra bastante elevado. Niterói passou por uma transformação urbana e arquitetônica que é produto de aumento real da renda, via prosperidade nos negócios, associado à juros mais baixos e financiamento farto. A cidade está no topo da lista de aumento de renda entre todos os municípios do estado", afirma.

Para ele, entre os fatores que atraem novos moradores, estão a presença do campus da Universidade Federal Fluminense, que está ampliando sua oferta de cursos, atraindo estudantes de todo o estado; o aquecimento da indústria naval, histórico de moradia para funcionários públicos; e um forte setor de serviços.

"Todos esses elementos fazem crescer ainda mais a demanda por moradia, valorizando o metro quadrado", explica.

Pesquisa - O coordenador do estudo, Eduardo Zylberstajn, explica que o levantamento é feito com base no preço do metro quadrado anunciado na internet. As cidades são escolhidas de acordo com sua relevância para o cenário nacional - o que explica o grande número de capitais e grandes cidades. A representatividade do maior número de regiões do País e a disponibilidade dos dados na internet também são fatores que influem no estudo.

"O valor do metro quadrado está relacionando à renda dos habitantes e sabemos que Niterói está acima da média nacional no quesito renda per capita. Por estar próxima ao Rio, a cidade acompanha o aquecimento do mercado imobiliário", esclarece Zylberstajn.

Naum Ryfer, diretor da Pinto de Almeida, concorda e destaca que a população de Niterói teve apenas um pequeno crescimento vegetativo nos últimos cinco anos, enquanto o aumento do seu poder aquisitivo foi muito expressivo.

"O crescimento de nossa renda per capta é de tal ordem que enquanto ocupamos a 7ª posição de IDH entre mais de 5 mil cidades brasileiras, na mesma pesquisa do IBGE, ocupamos a segunda posição em renda per capta. Nossa população é muito homogênea e sem disparidade. Podemos dizer que Niterói é uma cidade basicamente de classe A, B e C. Certamente este aumento expressivo de riqueza se reflete na valorização do metro quadrado de moradias em Niterói", conclui.

Preço subiu 1,3% em todo o País - De acordo com o índice Fipe, o preço médio anunciado para venda do metro quadrado aumentou 1,3%, em novembro, em todo o País. O índice é o mesmo de outubro.

Considerando os últimos doze meses, a alta do metro quadrado chegou a 13,8% em termos nominais. O valor também está 7,9% acima da inflação esperada para o período, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Florianópolis, em Santa Catarina, e Belo Horizonte, em Minas Gerais, tiveram as maiores altas em novembro, subindo 2,3% e 2,2%, respectivamente. Os menores aumentos foram observados em Salvador, na Bahia (+0,1%), Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (+0,7%), e São Bernardo do Campo, em São Paulo (+0,7%).

O ritmo de elevação dos preços diminuiu em Belo Horizonte e Curitiba, no Paraná, com aumentos de 2,2% e 2,1% respectivamente, enquanto em outubro elas haviam sido de 3,7% e 3,5%.

Em São Paulo a variação foi de +1,3% e no Rio de Janeiro, de +1,2%.

O estudo também revela que, na cidade do Rio, os bairros mais valorizados são Leblon, com custo de R$ 21.853 por metro quadrado; Ipanema, registrando R$ 19.546; Lagoa com 16.683; Gávea com R$ 15.891 e o Jardim Botânico, com metro quadrado a R$ 15.426.

Os bairros com menor custo estão localizados na Zona Norte: Vaz Lobo (R$ 2.843) Marechal Hermes (R$ 2.838), Benfica (R$ 2.775), Guadalupe (R$ 2.556) e Pavuna (R$ 2.148).