Tratamento de poluição hídrica da Baía de Guanabara começa em dezembro

29/11/2013 - Agência Rio

A Unidade de Tratamento de Rio (UTR) Rio Irajá, em Cordovil, Zona Norte do Rio, deverá começar a operar em um mês, tratando 12%b da poluição hídrica que deságua na Baía de Guanabara. A unidade passou por um teste de funcionamento nesta quinta-feira (28). A UTR Pavuna-Meriti deve iniciar o funcionamento em janeiro de 2014.

O Governo do Estado espera que com essas duas UTRs em funcionamento, cerca de 1/3 da poluição hídrica que chega à baía seja tratada, contribuindo para a meta de despoluir 80% das águas da Baía de Guanabara até 2016, que faz parte do Caderno de Encargos das Olimpíadas do Rio.

A UTR do Rio Irajá terá capacidade de tratamento de 1.750 litros de esgoto por segundo e a unidade Pavuna, de 5.200 litros por segundo. Até a realização das Olimpíadas do Rio, está prevista a implantação de um total de seis Unidades de Tratamento de Rio ao redor da Baía de Guanabara.

A unidade do Rio Irajá funcionará 24h por dia e contará com uma ecobarreira de metal para remover o lixo flutuante. Além disso, a UTR do Rio Irajá suportará a grande vazão de água em períodos de chuvas.

"O processo de limpeza da água do rio é realizado através da aplicação de um produto coagulante que sofre um turbilhamento para receber um polímero floculante, com a finalidade de engrossar as partículas. Logo após, são injetadas microbolhas de ar atmosférico que oxigenam o rio, formando uma camada de lodo na superfície da água, que é removida de forma mecânica e encaminhada para aterros sanitários ou encapsulada em geobags, sacos de desidratação que funcionam como alternativa econômica para contenção de sólidos", explicou a bióloga Raquel Goudart.

Na vistoria realida na quinta-feira, o diretor técnico da DT Engenharia, Procópio Netto, explicou que o projeto de implantação das UTRs é complementar às ações de saneamento realizadas nos municípios do entorno da baía.

"Escolhemos o Rio Irajá por ser um curso hídrico que recebe uma grande quantidade de esgoto, equivalente à metade da vazão do rio. Costumamos ouvir que as UTRs são soluções paliativas, mas, na verdade, a UTR acelera o saneamento ambiental e impede a proliferação da poluição difusa, como as fezes de cachorros e outros resíduos, que chega aos rios através das galerias de águas pluviais e representa cerca de 30% de sua poluição hídrica", explicou Netto.

VF