Cinco meses após mudanças, Rio Branco vira avenida por onde a desordem transita

23/07/2014 - 0 O Globo

RIO — Cinco meses após a implementação de mão dupla na Avenida Rio Branco e a restrição de circulação de carros de passeio, motoristas ainda tentam circular pela via mesmo correndo o risco de serem multados e dão muito trabalho aos agentes de trânsito. Os pedestres também não respeitam e atravessam a movimentada avenida fora das faixas. Para aumentar o tom de desordem, em vários pontos da avenida os ambulantes tomaram conta das calçadas. Na altura da Rua Miguel Couto e esquina com a Rua do Ouvidor, por exemplo, o trecho foi tomado por camelôs. Vende-se de tudo. Café da manhã, doces, tapioca, bijuteria, entre outras coisas. Na manhã de segunda-feira, eram mais de dez ambulantes no local.

AMBULANTES NA MIRA

No entanto, alguns camelôs têm autorizações. A Secretaria de Ordem Pública (Seop) informou que na Rio Branco são 13 permissões para comércio ambulante, todos itinerantes. Na Rua Miguel Couto, são 71 autorizações, sendo seis itinerantes

— Já é difícil transitar pela calçada com tanta gente. Com a presença dos camelôs, ficamos sem espaço para circular. Esse tumulto facilita ainda mais a ocorrência de furtos — reclama a secretária Márcia Ferreira.

A Guarda Municipal (GM) informou que a região conta com fiscalização constante de agentes que atuam para garantir o ordenamento do trânsito e urbano, incluindo a coerção ao comércio ambulante irregular.

De abril a junho, guardas municipais apreenderam 2.641 itens com ambulantes em vias como a Avenida Rio Branco e ruas Sete de Setembro e do Ouvidor. A GM disse que intensificará a fiscalização, com base em denúncias, para desobstruir a área pública.

O ponto mais crítico é justamente o cruzamento com a Avenida Presidente Vargas, onde, além dos motoristas, motociclistas ignoram a restrição. Um guarda municipal fica a postos para multar os infratores. A Rio Branco tem ainda cinco radares para flagrar quem entra na via no horário proibido. Carros de passeio estão proibidos de circular entre 5h e 21h, nos dias úteis, e das 5h às 15h, aos sábados. Táxis só podem trafegar no sentido Candelária. Embarque e desembarque de passageiros são feitos nas ruas transversais.

Na segunda-feira, vários motoristas tentavam entrar na Rio Branco e eram orientados pelos agentes. Alguns se queixam de que a sinalização é ineficiente. O aviso sobre a última saída, na altura da Candelária, foi instalado dentro da agulha. Com o fechamento do mergulhão da Praça Quinze, ainda há motoristas que não sabem o caminho.

— Precisamos orientar o sobre o caminho a fazer. Muita gente ainda não sabe das mudanças mesmo depois de cinco meses — disse um agente de trânsito.

A CET-Rio informou, por nota, que na época da implantação das mudanças na Rio Branco foram instaladas placas aéreas, na própria via e em todas as transversais e no Aterro. Foram implantadas 39 placas.