Histórico
Freguezias da cidade em 1824
Capella Imperial
Sacramento
Candelária
São José
Santa Rita
Santa Anna
Em 1825, foi criado o Imperial Observatório Astronômico do Morro do Castello, instalado em 1845 sob a direção do Doutor Soulier de Sauve.
Texto - Descripção da Cidade do Rio de Janeiro, 1827.
Em 1831, através da lei Feijó, o tráfico de escravos foi proibido no Brasil.
Em 7 de abril de 1831, Dom Pedro II abandona precipitadamente o Rio de Janeiro, deixando seu filho aos cuidados de José Bonifácio.
Texto - A cidade do Rio de Janeiro em 1832
Em 1834, a cidade do Rio de Janeiro foi separada da Província do Rio de Janeiro, passando a ser denominada Município Neutro, ganhando nova desenvoltura urbana. Entrou em vigor um novo código de posturas urbanas.
Em 1840, foi constituída a Companhia da Estrada de Botafogo para a reconstrução da Estrada de Botafogo, compreendida entre a Ponte do Cattete (atual Praça José de Alencar) e a Estrada do Caminho de São Clemente.
Em 23 de julho de 1840, a Assembleia Geral Legislativa declara a maioridade de Dom Pedro II. Em 18 de julho do ano seguinte foi coroado Imperador.
Em 1850 as seguintes praias concentravam o embarque e desembarque de mercadorias: Dom Manuel, do Peixe, dos Mineiros, da Prainha e Saúde, sendo o centro de todas elas a dos Mineiros onde o comércio era mais ativo.
O café no Rio de Janeiro
Na segunda metade do século 18, proveniente do Maranhão, foi plantada a primeira muda de café na cidade do Rio de Janeiro, na horta dos frades capuchinhos na rua dos Barbanos em Santa Teresa. Em seguida foram transferidas para Campo Grande na serra do Mendanha e depois para o vale do Paraíba fluminense, quase desabitado, com clima e solo favoráveis.
Em 1851, foi instalada a primeira linha de telégrafo do Brasil, em caráter experimental, entre o Quartel da Polícia da rua dos Barbonos (atual Evaristo da Veiga) e o Telégrafo Semáforico do Morro do Castello. No ano seguinte foi instalada uma linha entre a Quinta da Boa Vista e o Quartel General, passando por São Cristóvão e pelo Aterrado. Em 1857 foi inaugurada uma linha entre o Rio de Janeiro e Petrópolis.
Vista da Alfândega e do Morro do Castello
Eugene Ciceri 1852
Em 1852, o negociante Ireneo Evangelista de Sousa propôs ao governo imperial a construção de um canal no mangue da Cidade Nova, desde o Rocio Pequeno (atual Praça Onze) até a Ponte do Aterrado (atual Trevo das Forças Armadas), exigindo uma indenização de 184 contos de réis.
Em julho de 1853, o matadouro, que gerava tantos inconvenientes, foi transferido da Praia de Santa Luzia para o aterrado de São Cristóvão. Posteriormente foi transferido para Santa Cruz.
Guia - Resenha dos Logradouros da Cidade do Rio de Janeiro em 1853
Em 1854, foi iniciada a iluminação a gás no Rio de Janeiro. O carvão mineral usado para produzir o gás era importado da Inglaterra.
Em dezembro de 1855, foi lançado um cabo submarino entre a Ponta da Saúde e o Porto de Mauá no fundo da baía de Guanabara. O primeiro cabo telegraphico submarino do Brasil e talvez da América do Sul.
Freguezias da cidade em 1855: Sacramento, São José, Candelária e Praça do Mercado, Santa Rita, Sant´Anna, Engenho Velho, Glória, Lagôa.
Freguezias fora da cidade: Inhaúma, Irajá, Jacarepaguá, Campo Grande, Guaratiba, Ilha do Governador, Paquetá e Curato de Santa Cruz.
Entre 1856 e 1859, a província do Rio de Janeiro produz 63.804.764 arrobas de café, enquanto as províncias de São Paulo e Minas Gerais, juntas, produzem apenas um quarto deste total. A cidade de Vassouras ganha o título de maior produtora de café do mundo. Em 1894 a produção despencou para 20% do total.
Em outubro de 1858, a população reclamava do mau estado de conservação da ponte de madeira do Aterrado, localizada no atual Trevo das Forças Armadas, construída por volta de 1810, que permitia a ligação do Aterrado (atual Avenida Presidente Vargas) ao Caminho de São Christóvão (atual rua Joaquim Palhares).
Em 1858, foi fundado o Colégio de São Bento, junto ao Mosteiro de mesmo nome. Em 1921 foi fundada a Escola Teosófica, transformada em faculdade em 1970 aberta aos não monges.
Correio Mercantil, 07/01/1860
Igreja de Sant´Anna, localizada no campo de mesmo nome, construída em 1735
e demolida em 1857 para a construção da Gare Dom Pedro II
Campo de Sant´Anna em 1860
Chafarizes da cidade em março de 1862: Cais da Glória, Pocinho da Glória, Largo do Valdetaro, Praça da Glória, do Botafogo (de ferro), Praia de Botafogo, Pasmado, Sapê, Ladeira de Santa Thereza, Largo da Lapa, Marrecas, Passeio Público, Morro do Castello, Telegrapho, Carioca, Menino Deus, Matacavallos, Largo do Paço, Realengo (Campo Grande), Largo de Santa Rita, Largo do Moura, Morro de Paula Mattos, Morro do Neves, Catumby, Lagarto, Campo de Santa Anna, Largo de São Domingos, Largo do Capim, Praça Municipal, Prainha, Praça dos Leões, Largo do Amaral (Lagoa), Ponte do Boticário, Largo das Três Vendas, Bica dos Marinheiros, Sacco do Alferes, Rocio Pequeno, Rio Comprido, Mataporcos, Praia de São Diogo, rua de São Christovão, Campo de São Christovão, Souto, Aragão e Bemfica. Os maiores chafarizes eram o da Carioca com 37 bicas, Largo do Paço com 17 e Campo da Aclamação com 11 bicas.
Fontes: Engenho Novo, Águas Férreas do Andarahy, Barreira, Bica da Rainha e das Laranjeiras.
Projeto de ajardinamento do Campo de Sant´Anna de Glaziou
Divulgação Prefeitura
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Em 1860, foi contratada a reforma do Passeio Público e sua manutenção por 10 anos ao engenheiro Francisco José Fialho e ao paisagista Auguste Glaziou. As obras de reformas foram concluídas em 1862 e inauguradas em 7 de setembro.
Em 1864, a companhia inglesa The Rio de Janeiro City Improvements Company Limited, após 2 anos de obras, inaugura a estação de elevação e tratamento de esgotos da Glória, atendendo a 1.200 casas, das 14.600 existentes na cidade. No ano seguinte foi inaugurada a estação de tratamento da Gamboa, localizada entre as ruas da Gamboa e do Santo Cristo. A terceira estação de tratamento, é inaugurada em 1866, na rua Dom Gerardo, esquina com rua Primeiro de Março. O Rio de Janeiro foi a segunda capital a dispor de rede de coleta e tratamento de esgotos, atrás somente de Londres, inaugurado em 1815.
Rocio Grande atual praça Tiradentes
Foto Marc Ferrez colorizada
Em 1866 foi concluída a construção do Palácio de Nova Friburgo, atual Museu da República, quando a família do barão se instala no imóvel. As obras de acabamento se prolongaram por mais de 10 anos.
Em 10 de outubro de 1867, foi aberta ao tráfego a Estrada da Tijuca, permitindo o acesso a um dos climas mais salubres da província. Até então a população estava obrigada a se deslocar para Petrópolis, Teresópolis ou Nova Friburgo para desfrutar de clima ameno.
Em 29 de julho de 1868 foi inaugurado o Asylo de Invalidos da Patria na Ilha do Bom Jesus (atual Cidade Universitária), junto ao Convento dos Franciscanos e Igreja de mesmo nome erguida em 1704.
Em 1869 foram realizados o embelezamento da Avenida do Mangue com palmeiras e o ajardinamento do Largo do Machado com figueiras e palmeiras, ambos projetados pelo paisagista Auguste Glaziou. No mesmo ano Glaziou iniciou a reforma dos jardins da Quinta da Boa Vista. Entre 1873 e 1875 foi feito novo ajardinamento no Largo do Machado. Em 1873 foi iniciada a reforma do Campo de Sant´Anna e em 1877 foi inaugurado o ajardinamento do Largo do Paço.
Em 1874, a Comissão de Embellezamento da Cidade do Rio de Janeiro planeja a abertura de um Boulevard entre a Praia dos Mineiros e o Andarahy-Grande, correspondendo a atual Avenida Presidente Vargas prolongada até a Tijuca.
Em 10 de outubro de 1874 foi inaugurado o dique Santa Cruz da Ilha das Cobras.
Mapa - Architectural da Cidade do Rio de Janeiro 1874
Em 1876, foi iniciada a construção da Estrada de Ferro Rio do Ouro para o transporte de materiais de construção das adutoras do sistema Acari. O primeiro trem só circulou em 1883. O sistema Acari leva águas de cinco unidades da Serra do Tinguá: São Pedro, Rio do Ouro, Tinguá, Xerém e Mantiquira, até o reservatório do Pedregulho em Benfica.
Eletricidade
O primeiro espaço público a receber luz elétrica na América do Sul foi o interior da estação Dom Pedro II em 1879. A eletricidade era gerada por um dínamo acionado por locomóveis, máquinas a vapor usadas para transportar cargas pesadas. A primeira iluminação pública externa, que se tem notícia, foi instalada em 1881 num trecho do Campo de Santa Anna. Em 16 de julho de 1881, na cidade de Campos dos Goytacazes, o presidente da Câmara Municipal Francisco Portella propôs, e foi unanimemente aprovado, a substituição do sistema misto de iluminação, então existente, pela iluminação elétrica. Em 1905, a Light começou a produzir energia elétrica com uma usina a vapor.
Em 7 de setembro de 1880, foi inaugurada a reforma do Campo de Sant´Anna, de autoria do paisagista Auguste Glaziou. Em 1942, parte do campo foi desapropriado para a abertura da Avenida Presidente Vargas.
Em 13 de junho de 1880 foi realizada uma esplêndida festa marítima com regattas e iluminação na Praia de Botafogo para comemorar o 3º Centenário de Camões.
Em 2 de dezembro de 1882 foi inaugurado o novo prédio do Paço Municipal, localizado entre as ruas de São Pedro e do General.
Cartão postal circulado em 1905
Brazil Illustrado 1887
População
1581 150 Colonos
1585 3.850 A maioria índios, 750 portugueses e 100 africanos
1702 12.000
1763 20.000
1800 50.000 A mais populosa do Brasil
1886 298.000
REFERÊNCIAS:
Os trilhos da Estrada de Ferro da Tijuca. A Voz da Nação. Rio de Janeiro. 02 outubro 1858. p.3.
SOUZA, Augusto Fausto de. A Bahia do Rio de Janeiro: sua historia e descripção de suas riquezas. 1882. Rio de Janeiro. p.48.
BERGER, Paulo. As Freguesias do Rio Antigo, vistas por Noronha Santos. Edições O Cruzeiro. Rio de Janeiro. 1965, junho.
CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista, a Vida e a Construção da Cidade da Invasão Francesa até a Chegada da Corte. 2014
FILHO, Nestor Goulart Reis. Evolução Urbana do Brasil, 1500-1720
SANTOS, Paulo. Quatro Século de Arquitetura, 1965
SANTOS, Paulo. Formação de Cidades no Brasil Colonial, 1968
TEIXEIRA, João. Descrição de todo o marítimo da Terra de Santa Cruz chamado vulgarmente o Brasil. 1640. Coleção Cartográfica da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal.
WETZEL, Herbert Ewaldo. Mem de Sá, Terceiro Governador Geral (1557-1572). Conselho Federal de Cultura. Departamento de Imprensa Nacional. Rio de Janeiro. 1972.