Valor Econômico, Paola Moura, 09/jul
São dois anos e meio para transformar o Maracanã em um estádio modelo capaz da abrigar a final da Copa do Mundo de 2014. A lista de exigências e recomendações da Fifa obrigará o Estado do Rio a praticamente reconstruir o estádio por dentro. As gigantescas arquibancadas, com capacidade para mais de 80 mil pessoas, serão movidas de lugar e ganharão uma cobertura completa, quatro rampas de acesso serão construídas e os camarotes mudarão de lugar e receberão uma varanda. Além disso, será instalada todo um sistema de informação para os torcedores com telas distribuídas em todo estádio e um novo sistema de segurança. A licitação, com preço limite de R$ 720 milhões, foi adiada do dia 5 para o dia 15 de julho.
Ícaro Moreno Júnior, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) diz que a obra não está atrasada, mas admite que o prazo está apertado. "Em toda licitação temos uma margem no prazo. Podíamos ter feito em dezembro, mas a Fifa fez novas exigências e tivemos que mudar o projeto das arquibancadas. Agora estamos no limite."
As obras estão previstas para começar em agosto. Segundo Ícaro, a qualidade da mão de obra brasileira reduz a produtividade. "No PAC investimos também na qualificação do profissional. Faremos um curso mais intensivo e aprofundado no caso do Maracanã, porque exige maior especialização", diz.
O secretário estadual de Obras, Hudson Braga, é mais prático. "Obra depende de fluxo de dinheiro. Com dinheiro, ela sai no prazo." O Rio negocia com o BNDES crédito de R$ 400 milhões. O restante será bancado pelo Estado.
Além da reforma do Maracanã, o Rio ofereceu uma série de obras de infraestrutura para melhorar o transporte. Entre elas, a linha 4 do Metrô, que ligará Ipanema à Barra e o trem-bala Rio-São Paulo. Os dois não ficarão prontos para a Copa. Apesar das obras do Metrô terem começado dia 26 de junho, a previsão de entrega é para 2016. Já o edital de licitação do trem-bala sequer foi lançado.
Uma das obras prometidas pela Prefeitura, a do corredor Transoeste, que ligará Santa Cruz à Barra da Tijuca, já foi iniciada. A entrega está prevista para daqui a dois anos. O custo é de R$ 692 milhões, com a construção de um túnel da Grota Funda que encurtará o trajeto atual de 50 quilômetros para 38,5 quilômetros e de uma via de BRT, o ônibus de transporte rápido.
Já a outra ligação prometida, a Transcarioca, enfrenta problemas com o Tribunal de Contas do Município. O corredor, que irá da Barra à Penha, com uma ligação ao Aeroporto do Galeão, estava com o edital pronto e tinha primeira previsão de licitação para janeiro deste ano. Segundo o secretário para Copa e Olimpíadas da Prefeitura, Ruy César, assim que o TCM liberar, o projeto vai para a rua. E a Procuradoria do Município já iniciou os processos de desapropriação de imóveis para construção de viadutos. Cerca de cem processos dos 3.630 necessários foram iniciados.