Santa Cruz

 
Histórico

O bairro cresceu no entorno da sede da antiga fazenda dos jesuítas, cujo território alcançava até o atual município de Vassouras. A fazenda foi desmembrada da sesmaria de Guaratiba doada em 1567 ao primeiro ouvidor do Rio de Janeiro, Cristóvão Monteiro, que lutara junto com Mem de Sá para expulsar os franceses. Em 1589, sua viúva, doou parte das terras aos jesuítas.

No século 17, sob o comando dos jesuítas, a fazenda se transformou num importante centro agrícola e pastoril, fornecendo gêneros alimentícios para a capital e mesmo para a Europa. Em 1752, foi construída a ponte dos Jesuítas sobre o antigo leito do rio Guandu, para regularizar a vazão das águas, facilitando a irrigação.

Em 1809, a Fazenda Santa Cruz passou a ser o refúgio de verão da família real portuguesa. Em 1822, com a separação do Brasil de Portugal, a propriedade foi incorporada aos bens pessoais de Dom Pedro I. 


Sede da Fazenda Santa Cruz em 1848 por Conrado Jacó de Niemeyer
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Mapa da Fazenda de Santa Cruz
Coleção Arquivo Nacional


Em 21 de agosto de 1885, foi inaugurada a escola mista, frequentada por filhos dos funcionários da fazenda e de moradores do Curato. Em 1891, havia uma escola subvencionada para o sexo masculino no povoado de Sepetiba.

Em 1891, a Freguezia do Curato de Santa Cruz tinha 3.245 habitantes e três povoações, Santa Cruz, Arraial da Boa Vista (perto do Matadouro) e Sepetiba, esta última localizada na praia de mesmo nome, cujos moradores eram pescadores e negociantes. Tinha água canalizada, cuja nascente era na serra do Mendanha, localizada há 7 léguas. Estava ligada à Côrte por estrada de ferro em duas horas, com 4 trens diários por sentido.

O bairro de Santa Cruz, em função de sua história e independência, tinha vida própria e hábitos peculiares, assim como a freguezia de Campo Grande.

Em julho de 1948, o prefeito do Distrito Federal assinou o decreto reconhecendo como logradouro público a estrada de Urucânia, até então conhecido como Caminho Particular na estação de Paciência.

Cronologia do transporte coletivo

1817        Primeira linha de diligência para o Rio de Janeiro
1878        Chegada da ferrovia
1880        Inauguração do bonde de tração animal para Itaguay
1884        Inauguração do bonde de tração animal para Sepetiba
1910        Fim do bonde de tração animal
1945        Chegada do trem elétrico
1966        Primeira linha de ônibus direta para o Centro


REFERÊNCIAS:

Novo logradouro público da cidade. Diário de Notícias. Rio de Janeiro. 16 julho 1948.

Passado e Presente de Santa Cruz. Diário de Notícias. Rio de Janeiro. 04 julho 1952. Segunda Seção. p.1.