Paes retomará obras da Cidade da Música

RUFAR DE TAMBORES


Publicada em 26/03/2010 às 23h27m
O Globo - 26/03/2010
    RIO - Depois de mais de 450 dias de paralisação - como constataram auditorias do Tribunal de Contas do Município (TCM) - a prefeitura retomará, na próxima semana, as obras de construção da Cidade da Música, na Barra da Tijuca. Em decreto publicado quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes remanejou R$ 50 milhões do orçamento para as empreiteiras responsáveis pelo projeto. O dinheiro foi retirado de recursos destinados à manutenção de vias públicas e do projeto Bairro-Maravilha da Cidade de Deus, de reurbanização de praças e ruas.
    A assessoria de Paes, por sua vez, garantiu que o remanejamento não significa que as obras que perderam recursos não serão executadas. Isso porque as obras serão feitas por etapas e boa parte não será concluída este ano, o que não justificava manter integralmente os recursos dos projetos. O orçamento aprovado pela Câmara de Vereadores permite que até 30% dos recursos sejam livremente remanejados.
    A previsão da Secretaria municipal de Obras é de que os serviços na Cidade da Música terminem em novembro. O gasto total com o projeto deve ficar em R$ 481,3 milhões - abaixo dos mais de R$ 600 milhões estimados pela CPI da Câmara de Vereadores. Isso porque o complexo, concebido em 2002 pelo ex-prefeito Cesar Maia, ainda estará incompleto após o término das obras. Os R$ 50 milhões serão usados em serviços, como a conclusão do sistema de refrigeração e de prevenção a incêndios, e para terminar os projetos da Grande Sala e da Sala de Câmara.
    Auditorias projetaram prejuízo de R$ 247 milhões
    O projeto original, concebido pelo arquiteto francês Christian de Pontzamparc prevê que o complexo teria bares, restaurantes e cinemas sob os pilotis, além de estacionamento. O plano de Paes é fazer uma concessão do espaço à iniciativa privada, que concluiria a obra. A ideia de Cesar Maia também era fazer uma concessão da área. Mas a prefeitura entregaria essa infraestrutura pronta para que a iniciativa privada explorasse obtendo receita para manter a Cidade da Música, que seria oferecida em concessão. Mesmo assim, auditorias contratadas pelo ex-prefeito, apenas quando as obras já estavam em andamento, projetavam um prejuízo operacional de R$ 247 milhões, em 25 anos, para manter a área.
    Em 2002, quando o projeto foi anunciado, a estimativa da prefeitura era de que o projeto custasse R$ 80 milhões. Cesar chegou a inaugurar o complexo ainda em obras, no fim de 2008. Mas o evento teve que ser remarcado após os bombeiros embargarem a inauguração por falta de segurança.