ABANDONO

Publicada em 04/10/2010 às 23h39m
Ludmilla de Lima - O Globo - 04/10/2010
RIO - O Mergulhão da Praça Quinze continua afundado em problemas. Melhorias anunciadas pela prefeitura e pela Rio Ônibus - sindicato de empresas de ônibus, responsável pela administração do espaço - no fim de 2009, como pintura das paredes e instalação de banheiros públicos, ainda são promessas. Por enquanto, as únicos mudança são os tapumes no entorno das escadas rolantes, retiradas para darem lugar a rampas e degraus de concreto. Segunda-feira pela manhã, não havia operários na obra.
Quem usa o mergulhão convive com a falta de segurança e de manutenção. Passageiros e funcionários das empresas de ônibus reclamam do mau cheiro dos banheiros químicos. A situação é agravada porque moradores de rua usam a área pública como sanitário. Ontem, a urina de um dos banheiros vazava pela calçada e chegava ao asfalto.
- Até os mendigos usam os banheiros químicos, que nunca são limpos ou trocados. Ninguém aguenta mais o cheiro - conta Nilo Cilelli, despachante de uma empresa de ônibus, que também reclama da falta de segurança, principalmente à noite. - Não há segurança alguma aqui embaixo. Na madrugada, o lugar fica entregue às baratas.
Quando chove, os usuários são obrigados a desviar de poças e goteiras. E o fim das escadas rolantes - cujas peças eram roubadas com frequência - dificulta a circulação de deficientes. Há apenas duas rampas - uma em cada sentido, numa extremidade do terminal. Na rampa de acesso à pista no sentido Avenida Presidente Vargas, o corrimão está enferrujado e placas estão se soltando.
Rio Ônibus diz ter projeto para novos banheiros
A Secretaria municipal de Obras informou que a manutenção do espaço está sob a responsabilidade da Rio Ônibus. Já o sindicato das empresas de ônibus disse que trocou seis escadas rolantes por escadas de alvenaria e que, no momento, constrói duas rampas para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. As obras devem ser concluídas até o fim do ano. O sindicato disse também que encaminhou à prefeitura o projeto de construção de banheiros embaixo das novas escadas e que a pintura do terminal, assim como a troca de iluminação e da sinalização, ficará para a segunda etapa da reforma. A primeira etapa custará R$ 2 milhões. Toda a revitalização foi orçada em R$ 6 milhões.
Diante das reclamações, o sindicato prometeu pedir que a Guarda Municipal reforce a vigilância no local e que a empresa que faz as obras limpe o entorno. Reclamações relacionadas a empresas de ônibus e aos terminais de linhas municipais administrados pela Rio Ônibus podem ser feitas pelo número 0800-886-1000.
A Guarda Municipal disse, em nota, que o patrulhamento no mergulhão é feito 24 horas por dois guardas que circulam a pé. Outros quatro guardas fazem rondas regulares em uma viatura. A GM promete intensificar o patrulhamento na área.
O comandante do 13º BPM (Praça Tiradentes), tenente-coronel José Guilherme Xavier Saraiva, diz que o patrulhamento da área é feito por três viaturas. Uma outra faz a segurança estacionada na Praça Quinze, em frente à Estação das Barcas, em substituição a uma cabine que foi desativada. O batalhão estuda colocar uma dupla de policiais no patrulhamento a pé da região ainda este mês.