Coppe recomenda reconstrução do Elevado do Joá

04/12/2012 - O Globo

Relatório aponta degradação estrutural; mas prefeitura, que encomendou estudo, contesta

Problema recorrente. O Elevado do Joá, principal ligação entre a Barra da Tijuca e a Zona Sul: relatório da Coppe/UFRJ diz que o quadro de degradação estrutural é grave Pedro Kirilos / O Globo

RIO Alerta vermelho no Elevado do Joá. Após 40 anos enfrentando a corrosão provocada pela ação das marés e pela infiltração da água da chuva, as estruturas em concreto armado que sustentam os 1.100 metros (em cada sentido) da principal ligação entre a Barra e a Zona Sul estão comprometidas, segundo estudo feito pelo Programa de Engenharia Civil da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe/UFRJ). De acordo com o relatório, a situação é tão grave que existe risco de colapso, embora não seja possível precisar quando isso poderia acontecer. Há quatro anos a equipe estuda as condições estruturais do Elevado do Joá.

No entanto, a prefeitura, que encomendou o estudo, argumenta que é preciso ouvir a opinião de mais especialistas. O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, diz que o parecer da Coppe não pode ser considerado conclusivo. Segundo ele, o consórcio contratado para fazer a última recuperação estrutural do Joá teve como consultor o engenheiro Bruno Contarini, que descartou qualquer risco, desde que as estruturas corroídas fossem recuperadas.

Para o professor Eduardo de Miranda Batista, que coordenou o estudo da Coppe, a única solução possível seria reconstruir praticamente todo o elevado, adotando técnicas de engenharia mais modernas, que facilitem a futura manutenção. Ele recomenda que os estudos comecem desde já, antes que a situação chegue a um ponto incontornável, que exija a interdição total da via. Segundo Batista, pelo estado atual apenas os pilares de sustentação que recentemente passaram por recuperação sugerida pela própria Coppe podem ser mantidos.

Eduardo recomenda que sejam adotadas medidas imediatas para minimizar os riscos de acidentes. As principais são: proibir a circulação de caminhões e reduzir o limite de velocidade para ônibus e carros de passeio, de 80 km/h para 60 km/h. Hoje, caminhões só não podem circular pelo Joá nos horários de rush (das 6 às 10h e das 17h às 20h).


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