Construção de mureta na Via Lagos já deveria ter sido autorizada

15/01/2013 - O Globo

Marco Navega, representante de 13 municípios, diz que vai acompanhar de perto andamento das obras

Paulo Roberto Araújo

Em um dos trechos da principal rodovia de ligação entre a Região Metropolitana e a Região dos Lagos, um radar fora de operação ainda está envolto em plástico Pablo Jacob / O Globo

RIO - O presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo (Condetur), Marco Navega, que representa 13 municípios, de Maricá a Quissamã, disse na manhã desta terça-feira que chega com muito atraso a decisão da Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp) de autorizar a construção da mureta divisória das pistas da Via Lagos, principal acesso à Região dos Lagos.

A mureta era para ser construída desde a época que o governo do estado entregou a rodovia para a iniciativa privada. Ninguém aceitava mais este retardamento. Vamos acompanhar de perto o andamento das obras para que não ocorram novos atrasos. É importante que a rodovia esteja segura antes dos grandes eventos que vão acontecer no Rio e com certeza terão reflexos na principal região turísticas do estado disse o presidente do Condetur.

O prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP), disse que a construção da mureta divisória da Via Lagos é uma promessa da concessionária desde 1995. Ele considera a mureta indispensável para a segurança na rodovia:

Quando eu era deputado estadual, em 1995, convocamos a concessionária para uma audiência pública para cobrar a construção na mureta. Na época alegaram que não era possível fazer a obra porque a mureta impediria uma eventual pista reversível em dias de grande movimento no sentido Rio. Esta reversível, contudo, nunca foi necessária. A segurança na estrada é fundamental para sustentar o crescimento do turismo na Região dos Lagos disse o prefeito.

Nesta segunda-feira, quatro dias após o acidente que matou seis pessoas na Via Lagos, a Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp) informou que deve autorizar a concessionária CCR a construir muretas separando as pistas em, no máximo, uma semana. As intervenções, de R$ 120 milhões, só ficam prontas em maio de 2014, quase 18 anos depois da assinatura do contrato de concessão da rodovia. Os radares que deveriam fiscalizar a velocidade dos veículos que circulam na via tampouco funcionam. Esbarraram nos entraves burocráticos e, embora estejam instalados, ainda estão envoltos em plástico.