Dobradinha que dá certo: hotéis e shoppings

17/03/2013 - O Globo

Tendência internacional já se faz presente em dois empreendimentos no Rio

JACQUELINE COSTA

Futuro. Projeção de como ficará a área do Shopping Nova América Terceiro / Divulgação

RIO - Comprar, comer e dormir sem sair do lugar. Seguindo uma tendência internacional, a dobradinha shopping-hotel começa a dar as caras por aqui. No Rio, os primeiros empreendimentos de grupos hoteleiros dentro de centros comerciais já estão em construção: dois no Shopping Nova América, em Del Castilho, e um no Recreio Shopping,. Todos voltados para o turismo corporativo.

Maior parceira da rede hoteleira Accor no Rio, a construtora Galwan está lançando dois hotéis no Nova América, cuja expansão custará R$ 250 milhões. O empreendimento, que totaliza 420 quartos, é composto por dois hotéis Ibis, tem quatro andares de garagem e localização estratégica, com previsão para inauguração em 2014.

A fundação já está pronta, o que agiliza a obra e diminui os custos. Como há uma carência de hotéis no Rio, principalmente nesta região, acreditamos que os hotéis terão uma taxa de ocupação de 80% explica o diretor-presidente da Galwan, José Luís Galvêas Loureiro.

As outras novidades imobiliárias na área são o Nova América Offices e o Nova América Corporate. O primeiro é um conjunto de três torres com 914 salas comerciais (das quais 850 já foram vendidas) e o único auditório da região, com mais de 200 lugares. Já o Corporate é um conjunto de três lajes corporativas, com até 14 andares e capacidade para até 21 grandes empresas.

Vantagens de estar perto do metrô e de via expressa

A localização estratégica foi um fator decisivo para juntar centros comerciais e unidades hoteleiras, segundo os executivos das companhias envolvidas. Marcelo Carvalho, copresidente da Ancar Ivanhoe, uma das empresas empreendedoras do Nova América, explica que o shopping é o único do Rio ligado a uma estação de metrô, além de contar com acesso direto à Linha Amarela:

Ao fazer um projeto que une salas comerciais, lajes corporativas e hotéis, vamos permitir que os hóspedes usufruam de todos os serviços do shopping e também façam uso da estação de metrô, se precisarem se movimentar para outras áreas da cidade .

Além disso, o executivo conta que foram realizados estudos de mercado que apontaram o desenvolvimento da região e também a carência de hotéis.

Trata-se de uma área de negócios, com muitas fábricas e indústrias diz Carvalho.

Carência de quartos

Isabel Ferraz Magalhães, diretora do Grupo Santa Isabel, empreendedora do Recreio Shopping, também está otimista com o investimento de R$ 110 milhões. A previsão de inauguração do hotel, que ainda não tem bandeira definida, é o primeiro semestre de 2015. Serão 192 quartos, um centro de convenções com 1.600 metros quadrados, business center, academia interligando o shopping e o hotel, além de restaurante panorâmico.

O hotel atende a uma demanda do Rio, por conta de carência de quartos. Temos uma cidade que tem na sua vocação o turismo tanto de lazer e corporativo. O Recreio é uma região que vem crescendo por conta da sua localização privilegiada, graças aos acesso direto a vias expressas, como a Transoeste, sem falar na proximidade do cruzamento da Linha Amarela com a Linha Vermelha, além da proximidade com o RioCentro diz Isabel.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ), Alfredo Lopes diz que 74% dos turistas que chegam ao Rio pertencem ao mercado corporativo. Ele acredita que a tendência de juntar shopping e hotéis chegou ao Rio de Janeiro para ficar.

Esses podem ser os primeiros de muitos investimentos do tipo. Em Caxias e Nova Iguaçu também há projetos em construção. A grande ancoragem é o mercado do turismo de negócios. Em Porto Madero, em Buenos Aires, quase todos os hotéis contam shopping diz Lopes.