Parte dos armazéns do Porto será liberada ao acesso público

02/10/2015 - O Globo

Acordo com a União permitirá abertura de galpões e cais à beira da Baía de Guanabara
  
POR RAFAEL GALDO E RENAN FRANÇA 

Armazém 6: galpão será um dos que perderão status de área de alfândega - Márcia Foletto / Agência O Globo (02/09/2015)

RIO — Batido o martelo: um trecho de orla na Zona Portuária será aberto ao público. Num entendimento entre a prefeitura e a Secretaria dos Portos, pelo menos quatro dos 17 armazéns do Porto perderão o status de área de alfândega. Em outras palavras, cariocas e visitantes poderão ter acesso aos galpões e também ao cais à beira da Baía de Guanabara nos armazéns 1, 2, 3 e 6, todos em frente ao futuro boulevard da Orla Conde, entre a Praça Mauá e o AquaRio. O desejo do município é liberar também o Armazém 4. Apesar da proximidade com ícones como o futuro Museu do Amanhã, essas áreas hoje têm circulação restrita.

Conforme mostrou O GLOBO no início do mês, o prefeito Eduardo Paes negociava com o ministro dos Portos, Edinho Araújo, a abertura dos galpões. O acordo foi confirmado nesta quinta-feira por Paes. Com isso, os armazéns “desalfandegados” poderão abrigar restaurantes, livrarias, teatros ou outras atividades comerciais, culturais e de lazer. Já o Terminal Internacional de Cruzeiros, que atualmente funciona entre os armazéns 1 e 5, passaria a funcionar no 5, podendo ocupar também o 4, dependendo da necessidade, segundo explicou Alberto Gomes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp).

— A abertura dos armazéns é mais um passo para aumentar a conexão da cidade com a Baía de Guanabara, proporcionada pela reinauguração da Praça Mauá — afirma Alberto, lembrando que, agora, há um trâmite de regulamentação da decisão por parte da União. — Mas é um prazo relativamente curto. Talvez até o fim do ano.

PLANO DE HABITAÇÃO NA REGIÃO

O que não muda, porém, é a administração dos armazéns que serão abertos. Do 1 ao 5, continuará sob responsabilidade da concessionária Pier Mauá. E o 6 se manterá como o Armazém da Utopia, do Instituto Ensaio Aberto, que tem planos de ampliar as atividades culturais no local, com projetos como a construção de salas de cinema popular no espaço.

Nos planos de revitalização, outro projeto lançado nesta quinta-feira por Paes pretende criar 10 mil moradias de interesse social no Centro até 2026. Com o Plano de Habitação de Interesse Social do Porto do Rio, a expectativa é que, em dez anos, haja 100 mil moradores na região — 70 mil a mais do que hoje.

O município negocia ainda a desapropriação de 25 áreas no Porto, que serão usadas para a construção de residências.

— O grande desafio é essa ocupação que vai se dar na região. Não queremos um gueto só com pessoas pobres e só com pessoas ricas. A gente quer que a população original permaneça ali e que outras pessoas venham, que tenha muita gente morando e trabalhando — disse Paes.


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