Hilton assume gestão do Windsor Atlântica e planeja expansão na cidade do Rio

04/05/2017 - O Globo

Glauce Cavalcanti

O Grupo Hilton fincou bandeira na praia de Copacabana ontem. A marca assumiu as operações do antigo Windsor Atlântica, onde funcionou anteriormente o Le Méridien. É o segundo hotel carioca da rede americana, que já havia aberto o Hilton Barra há um ano e meio. Ao todo, o grupo tem quatro hotéis no país. Negociações em curso podem ampliar o portfólio no Brasil e no Rio, adianta Tom Potter, vice-presidente sênior de Operações da Hilton para a América Latina.

- O mercado hoteleiro do Brasil cresceu, sobretudo após os incentivos para Copa do Mundo e Olimpíadas - diz o executivo, acrescentando que a crise atual traz também oportunidades. - Conversamos com fundos de investimento e incorporadoras e há oportunidade para desenvolver marcas da Hilton no Rio e em outras cidades.

PREVISÃO DE 56% DE OCUPAÇÃO

O Windsor Copacabana nasceu de uma dessas oportunidades, numa negociação iniciada seis meses atrás e concluída em março deste ano com a compra do prédio da Rede Windsor - que trabalha para equilibrar as finanças - pela Blackstone, gestora de investimento americana e dona da Hilton Hotels & Resorts.

- Há pelo menos 17 anos a Hilton buscava uma oportunidade para operar um hotel na Zona Sul do Rio - destaca Laura Castagini, que deixou o comando do Hilton Barra para assumir o novo endereço do grupo na Zona Sul.

Também a Hilton é alvo de negociações. Em outubro de 2016, o grupo chinês HNA - o mesmo que investiu na Azul e é sócio do RIOgaleão - comprou uma fatia de 25% da rede hoteleira da Blackstone por US$ 6,25 bilhões.

Os 500 funcionários da unidade passam por treinamento e o hotel já está no sistema de reservas do grupo. A meta é encerrar 2017 com 56% de ocupação média, abaixo dos 62% registrados nos hotéis de Copacabana e Leme em 2016, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIHRJ), mas em linha com os 58% médios da cidade no mesmo período.

Para José Ernesto Marino Neto, da BSH Consultoria, a estimativa conservadora está em linha com a atual realidade do mercado carioca:

- Antes, a ocupação média no Rio beirava 80%. Agora, chegar a um resultado de 56% é de lamber os beiços. A ocupação e o valor da diária média recuaram na Zona Sul.