18/06/2017 - O Globo
Selma Schmidt
Desde julho de 2014, as sete torres que abrigariam a Vila de Mídia da Olimpíada e se tornariam o primeiro empreendimento residencial do Porto Maravilha estão com obras paradas. Não há previsão de quando serão retomadas. A informação do grupo Odebrecht, OAS e Carioca é que o projeto passa por uma revisão.
O Lumina, outro projeto residencial para a região, elaborado pela Tishman Speyer, está em fase de aprovação pela prefeitura. Serão duas torres, mas o número exato de apartamentos e o prazo para início das obras seguem indefinidos. Mesmo assim, Ana Carmen Alvarenga, diretora da empresa no Rio, manifesta otimismo:
- Independentemente do momento econômico do país, a Tishman Speyer mantém uma visão de longo prazo, adotada em seus mais de 20 anos de atuação no mercado brasileiro.
Uma faixa em frente a um galpão na esquina da Avenida Professor Pereira Reis com a Rua Equador informa que ali será erguido o Residencial Dockland. No entanto, Marcelo Conde, da empresa STX, aguarda um entendimento entre a Caixa Econômica Federal e a prefeitura "para fechar a operação e lançar o empreendimento até o início do ano que vem".
- É preciso buscar uma solução negociada - defende ele.
Para o presidente regional da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), Claudio Hermolin, a solução passa pela revisão do preço das Cepacs da região e pela quantidade de certificados exigida pela prefeitura:
- Torcemos para que tudo dê certo.
Diferentemente dos prédios residenciais que não decolaram, dez grandes empreendimentos comerciais foram construídos ou estão em fase final, embora com pouca ocupação. E o Hotel Ibis, inaugurado em outubro de 2016, acabou fechando temporariamente por falta de demanda. Segundo o grupo Accor, os hóspedes estão sendo direcionados para o vizinho Novotel. No mesmo complexo, duas torres do Porto Atlântico estão com poucas salas ocupadas.
- Tem proprietário dando carência de aluguel de dez meses, para receber o condomínio e o IPTU - conta o administrador Fábio Merodio.
O Porto Atlântico alega que "a vacância é alta no Rio, com alta concentração no Porto Maravilha, dado o grande número de empreendimentos recentemente entregues".
O presidente da Cdurp, Antonio Carlos Mendes Barbosa, diz que, além de novas habitações, negocia a abertura de três museus, um supermercado e um hospital. Um projeto de instalação de 26 quiosques está sendo revisado depois de críticas contra o número, considerado alto.