Igrejas

São Francisco de Paula


A Igreja da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula é considerada a segunda maior da cidade do Rio de Janeiro, depois da Candelária. Construída entre 1759 até o Século XIX foi inaugurada na presença de D. Pedro II (1825 – 1891) e da imperatriz Teresa Cristina (1822-1889), em 1865.

A primeira obra a ser terminada na igreja foi a Capela do Noviciado, feita pelo mestre Valentim da Fonseca, também chamada de Nossa Senhora das Vitórias em 1779, cuja imagem veio de Portugal. O artista mineiro executou no pequeno recinto da capela, uma verdadeira joia da talha rococó com altar sarcófago e no fundo um altar com grande nicho ladeado por colunas salomônicas e semi-pilastras amisuladas a exemplo daquela capela na Ordem Terceira do Carmo. O coroamento segue as linhas ondulantes e pontiagudas a exemplo dos medalhões das portadas do Carmo. As sete pinturas são do pintor escravo alforriado Manuel da Cunha, contemporâneo de mestre entalhador. Seis pinturas são parietais sobre madeira, com cenas da vida do santo patrono, e uma no teto, com a Nossa Senhora da Vitória.

A história dessa igreja começou em 1756, quando o então bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio do Desterro, decidiu levar para a cidade uma casa dos irmãos terceiros da Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula. Essa ordem surgiu no século XV, fundada pelo monge italiano Francisco de Paola, e tem como carisma o desprezo pelos valores efêmeros da vida e a dedicação integral ao socorro do próximo. Nesse caso, foi um dos raros casos no Brasil em que uma ordem religiosa foi instalada primeiramente por irmãos terciários – apenas no século XX vieram os primeiros monges de vida consagrada.

Inicialmente, a ordem terceira dos Mínimos ficou abrigada na igreja de Santa Cruz dos Militares, até o momento em que foi obtido um terreno para construção de uma igreja própria.

A primeira pedra foi colocada no ano de 1759, e o edifício foi concluído em 1801. O interior da igreja é inteiramente revestido de uma refinada talha em madeira, em uma mistura dos estilos barrocos e neoclássico. A nave principal é ornada com dez grandes colunas em estilo coríntio, e a autoria de parte da decoração do altar-mor, bem como de outros ornamentos, é atribuída ao célebre Mestre Valentim.  O coro da igreja, por sua vez, foi concluído por volta da metade do século XIX, seguindo um traçado deixado pelo mesmo artista, já falecido. Há também na igreja obras de Antônio de Pádua Castro – dentre elas, a bela porta principal, entalhada em madeira. Ali se encontram obras dos pintores Manuel da Cunha, José de Oliveira Rosa, Rafael Mendes Carvalho, Claude-Joseph Barandier, Auguste Petit, Vitor Meireles Carlos Oswald entre outros.