Marco rodoviário histórico de Santa Cruz será instalado no Terminal de BRT Curral Falso


22/12/2023 - O Dia


Construído na década de 1930, quando o Rio era Distrito Federal, o monumento está próximo ao meio-fio, correndo o risco de ser destruído

Marco histórico de Sepetiba, da época em que o Rio era capital do país, será instalado no Terminal Curral Falso, do BRT. Foto Reprodução

Rio – O marco rodoviário da década de 1930 que marca o início do Povoado de Sepetiba será instalado na novo terminal de BRT Curral Falso, no corredor Transoeste, em Santa Cruz, Zona Oeste.

Lapidado em granito, com a sigla PDF (Prefeitura do Distrito Federal), atualmente fica em frente ao entroncamento da estrada do antigo Caminho do Povoado de Sepetiba, com a Rua Felipe Cardoso, que faz parte da antiga Estrada Geral Imperial de Santa Cruz, a Avenida Cesário de Melo (continuação da Estrada Geral), Estrada da Pedra de Guaratiba, e o Caminho para o Povoado de Sepetiba, que faz ligação com o bairro.

Marco histórico rodoviário de Sepetiba
Reprodução

O local é bem próximo à estação atual do BRT Curral Falso, que será transformada em terminal com as novas obras da prefeitura. Antigamente, era o ponto de parada de condutores de tropas, os chamados tropeiros, e existiam muitas pequenas pousadas para o repouso deles. O lugar ainda é considerado o berço de Santa Cruz, pois foi onde o cavaleiro fidalgo da Casa Real Cristóvão Monteiro mandou erguer um engenho e uma pequena capela, as primeiras construções do local, após ganhar a área da família real portuguesa. Cristóvão apoiou o governador-geral Mem de Sá no combate à invasão francesa ao Rio de Janeiro, de 1555 a 1567. Em 30 de dezembro de 1567, o fidalgo tomou posse da sesmaria, que viria a se chamar Fazenda de Santa Cruz.

Com as obras do terminal do BRT, houve o alargamento das ruas, e o marco rodoviário, uma pedra em formato de lápide, acabou indo para a beirada da calçada, saindo do seu lugar original, que era o centro da encruzilhada do Largo do Curral.

Em um lugar de risco, os moradores de Santa Cruz temem que o monumento nem chegue à nova estação: "O marco está em um local de muita insegurança, pois ele ficou bem próximo ao meio-fio. A nossa preocupação é que venha um carro com uma velocidade mais alta e o destrua, ou até mesmo que o marco seja roubado. Chegaram a roubar partes da ponte dos jesuítas, construção de 1752, feita de pedra! Imagina um marco, que é menor. Qualquer pessoa pode parar ali com um caminhão, colocar o marco rodoviário dentro dele e levar embora”, afirmou o professor de História Sinvaldo do Nascimento, morador de Santa Cruz. Ele está pichado na parte de trás.

Os marcos rodoviários foram instalados no Rio de Janeiro após o decreto 18.323, de 1928, que estabelecia regras para a circulação de automóveis, de sinalização e segurança do trânsito. Vários locais da cidade ganharam os monumentos para indicar diferentes distâncias. A ordem era que eles estivessem separados um do outro por distâncias de um quilômetro.

Em uma breve nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura informou que o marco foi preservado e que será instalado no novo terminal.

A Secretaria Municipal de Conservação, por meio da Gerência de Monumentos e Chafarizes, informou que o marco rodoviário é tombado pelo município do Rio de Janeiro e que está cercado, de forma a ficar protegido. Ao fim das intervenções para a implementação do terminal, o marco passará por limpeza e manutenção.