1700 - 1822

Histórico

Em 1700, a cidade contava com cerca de 12 mil habitantes. O fechamento das estradas da Bahia e do Espírito Santo para as Minas Gerais, tornando o Rio de Janeiro ponto de passagem forçado, aumentou ainda mais sua importância.

Com o crescimento da cidade para a várzea o terreiro do entorno da Igreja do Carmo, atual Terreiro do Paço, passou a representar o novo núcleo central da cidade.

Além de ser o porto de escoamento do ouro das Minas Gerais, o Rio de Janeiro era um importante entreposto comercial para atender aos engenhos e fazendas da capitania.  A várzea era praticamente um grande mercado. As ruas paralelas à rua Direita foram paulatinamente sendo ocupadas por comerciantes e prestadores de serviço.

Por volta de 1700 foi iniciada a construção da Casa de Câmara e Cadeia na rua da Misericórdia.

Texto - Judeus no Rio de Janeiro
Texto - Engenhos de Açúcar no Rio de Janeiro

Em 1702, início do processo de parcelamento das atuais terras do bairro de Botafogo, com o surgimento de 3 chácaras.

Inauguração do cais da Alfândega.

Em 1707, instalação do Engenho Novo, dos Jesuítas.

Em 1710, invasão da cidade pelos franceses, liderados pelos corsários Jean Francois Du Clerc e Duguay-Trouin, sendo repelidos e derrotados. A tropa abre a picada da atual avenida dos Bandeirantes, em Jacarepaguá.
 
Em 1710 foi criada a Freguezia da Ilha do Governador.

Em 1711, nova invasão francesa comandada por Duguay-Trouin. Com 5.400 homens em 17 navios, ocuparam e saquearam a cidade, onde permanecem por 2 meses. Parte da população foge para o interior.

Planta - Rio de Janeiro em 1711

Em 1713 é construído o Palácio Episcopal, no cume do Morro da Conceição, pelo terceiro bispo da cidade, Dom Francisco de São Jerônimo. O mesmo também manda construir o Convento da Ajuda. 

O engenheiro militar Jean Massé elabora o primeiro registro cartográfico em escala correta da cidade do Rio de Janeiro. 

1713 


Fortificações em 1713

Santa Cruz
São João
São Thiago
São Sebastião
Praia Vermelha
Villegaignon
Praia do Saco
Nossa Senhora da Boa Viagem
Ilha das Cobras
Laje
Reduto da Prainha
São Bento
Conceição
praia de Santa Luzia
Gragoatá

Em 1714, início da construção do Outeiro da Glória.

Início da construção de uma nova muralha, a última da cidade. Implantada entre os morros da Conceição e de Santo Antônio, ao longo da rua da Vala, atual rua Uruguaiana.

Em 1718, foi instalada a Fortaleza da Conceição, no morro do mesmo nome, que depois serviu de sede do Bispado do Rio de Janeiro, e onde hoje funciona o Serviço Geográfico do Exército.

Em 1719, início da construção do Aqueduto da Carioca, concluído em 1723 e reformado em 1750, levando água de uma nascente no Silvestre ao Largo da Carioca.

Em 18 de maio de 1719, toma posso o Governador Aires Saldanha, iniciando um período de importantes obras públicas, como calçamento de várias ruas e a canalização das águas do Rio Carioca.
 
Em 1720, construção da igreja de Santa Rita, na atual Avenida Marechal Floriano.
 
Em 1722, inauguração do Teatro Opera dos Vivos.
 
Em 1823, inauguração do Aqueduto da Carioca, com 270 metros de extensão, para canalizar a água potável do rio Carioca no morro do Desterro, atual bairro de Santa Tereza, até o Largo de Santo Antônio, atual Largo da Carioca.
 
Abertura de variante no Caminho Novo, reduzindo em 4 dias a viagem para as Minas Gerais.

Em 1724, o Rio de Janeiro contava com 121 engenhos, todos parados, em função dos trabalhadores terem sido deslocados às Minas Gerais. Iniciou-se o processo de tráfegos de escravos africanos para suprir a falta de mão de obra nos engenhos.
 
Em 1725, início da construção do primeiro caminho terrestre entre o Rio de Janeiro e São Paulo, concluído somente em 1754. A região não contava com criação de gado em grande escala. Só depois da comunicação com São Paulo a cidade passou a ser abastecida de carne. Até então o peixe era o principal prato na mesa do carioca.
 
Em 1727, o governo de Portugal proíbe o uso das línguas nativas brasileiras. A língua Tupi era a mais falada no Brasil.
 
Em 1728, inauguração da escadaria de acesso à Capela da Penha, esculpida na rocha, sendo alargada em 1913.

Em 26 de julho de 1733, início do governo de Gomes Freire de Andrade, mais tarde Conde de Bobadella, que durou 30 anos. Principais obras:

Casa dos Governadores (1738-1743) atual Paço Imperial
Convento de Santa Teresa
Chafariz de pedra mármore no Largo do Palácio
Reconstrução do Aqueduto da Carioca (1744-1750)
Hospital dos Lázaros em São Cristóvão
Lançamento da primeira pedra da Catedral
Fundação da primeira imprensa (1747), logo fechada por ordem do Conselho Ultramarino

Em 1736, o diplomata português Luís da Cunha sugere a transferência da sede do Reino de Portugal para o Rio de Janeiro.

Em 1739, é fundado o Seminário de São José no Morro do Castello, transferido para o Rio Comprido em 1874.
 
Em 1742, visando controlar a arrecadação de impostos, o governador Gomes Freire de Andrada, obriga a todos os ourives da cidade a se concentrarem na rua dos Ourives, atual rua Miguel Couto. 

Construção da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, dando origem ao nome do bairro da Saúde.
 
Em 1743, Gomes Freire de Andrade constrói a nova residência dos governadores, que depois se tornou o Paço Imperial.
 
Em 1743, foi criada uma oficina tipográfica, logo extinta por ordem do governo português
 
Em 27 de janeiro de 1743, foi criada a Freguezia de Inhaúma, desmembrada da Freguezia de Irajá.

Em 1744, início da construção do aqueduto dos arcos, concluído em 1750.

Em 1742, foram lançadas as fundações para a edificação da Sé Nova no Largo São Francisco de Paula, depois convertida em Escola central, depois Escola Militar e depois Escola Polytechnica.

Em 1746, construção da capelinha em homenagem a Nossa Senhora de Copacabana, no Posto 6, no local de uma antiga ermida.

Em 1747, o conselho ultramarino manda fechar a tipografia da Academia dos Felizes, com receio que esta difundisse ideias contrárias aos interesses do Estado Português.
 
Em 30 de março de 1750, inauguração do Convento da Ajuda, demolido em 1911.
 
Em 1750, reforma do Aqueduto da Carioca.

1750-1777 – Período da Administração Pombalina em Portugal.

Remodelação do Largo do Carmo.


Em 1751 foi iniciada construção da Igreja de Santa Luzia, substituindo uma antiga capela erguida em 1592.

No mesmo ano foi construído o chafariz da Praça do Carmo, substituído em 1789 pelo chafariz do Mestre Valentim, instalado junto ao mar para abastecer principalmente os navios.

Em 1751 foi instalado o Tribunal da Relação.

Em 1751, em função do crescimento da população foram criadas as freguesias de São José e Santa Rita de Cássia. A Freguesia de São José tinha as seguintes capelas filiais:

        Santa Luzia
        Menino Deus
        Nossa Senhora da Glória
        Nossa Senhora dos Prazerers, em Laranjeiras 

Enquanto a Freguesia de Santa Rita de Cássia:

        São Francisco da Prainha
        São Joaquim
        Nossa Senhora da Madre de Deus, na Quinta do Valongo
        Nossa Senhora do Livramento
        Nossa Senhora da Saúde
        Santa Bárbara, na Ilha da Pomba


A PONTE DOS JESUÍTAS

Por André Luís Mansur

Construída em 1752, a Ponte dos Jesuítas é um dos mais importantes e bem preservados símbolos da arquitetura colonial do Rio de Janeiro. Também conhecida como Ponte do Guandu, ela não é uma ponte comum, e sim uma ponte-comporta, já que através dos seus arcos era usada para regular a passagem das águas do Rio Guandu, que hoje não passam mais por ali, e também desviá-las para o Rio Itaguaí através de um canal artificial. Com 50 metros de extensão e seis de largura, ela também servia como passagem dos tropeiros que circulavam pelo "sertão carioca", levando mantimentos e outros produtos pelas muitas fazendas da região.

Seu piso é formado por sólidas lajes, no calçamento conhecido como pé de moleque, muito usado em Paraty e o terror dos saltos altos das mulheres. Os quatro arcos, revestidos internamente com pedra, eram chamados de "óculos", e os padres, por meio de comportas de madeira, controlavam a água para evitar enchentes que destruíam as plantações, matavam o rebanho e inundavam as casas. Feita de cantaria e construída na administração do padre Pedro Fernandes, grande empreendedor da fazenda, a ponte é ornamentada por oito colunas de granito com capitéis (parte superior de uma coluna ou pilastra) em forma de pinhas portuguesas. Na parte central, entre belas esculturas barrocas, há um bloco em mármore lioz, onde se vê um brasão com o símbolo da Companhia de Jesus (IHS) e a data de 1752, além da seguinte inscrição em latim:

“Flecte genu, tanto sub nomine, flecte viator
Hic etiam reflua flectitur amnis agua.”

Que, traduzida para o português, diz o seguinte:

“Dobra o joelho sob tão grande nome, viajante
Aqui também se dobra o rio em água refluente.”

A ponte fez parte do amplo trabalho dos jesuítas de controle das águas, drenagem e irrigação da ampla área da Fazenda de Santa Cruz, repleta de pântanos e terrenos alagadiços em geral, sempre sujeitos a inundações. Dois padres foram mandados para estudar na Holanda, que enfrentava os mesmos problemas, para aprender os procedimentos corretos. Foram feitos mapas hidrográficos por toda a região, e os vales, morros e elevações em geral, foram estudados. Os jesuítas concluíram que os leitos dos rios deveriam ser contidos nos pontos de inundação, com as pontes-comportas, aberturas de valas e canais para o escoamento das águas, solucionando o problema de enchentes e secas e tornando a Fazenda de Santa Cruz uma das mais produtivas do Brasil.

Com a canalização do Guandu, cujas águas abastecem a população da cidade, a ponte perdeu sua função original, mantendo, no entanto, a importância histórica e arquitetônica, tanto que seu tombamento foi um dos primeiros do país, em 1938, quando o governo de Getúlio Vargas criou a Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje o mais instituto de preservação do patrimônio, o Iphan (só mudando a "diretoria" para "instituto"). Infelizmente a ponte sofreu degradação de pessoas que retiraram partes de sua estrutura para algum tipo de obra, inclusive com a derrubada de duas colunas, mas os constantes trabalhos de recuperação (principalmente os de 2007, feitos pela prefeitura do Rio de Janeiro) e a conscientização da população local estão dando a este importante monumento da cidade o seu real valor. A Ponte dos Jesuítas fica na Estrada do Curtume.

1753-1755, construção da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na atual rua do Ouvidor, construído no local de um antigo oratório erguido em 1743 por comerciantes e moradores da área. 

Em 1753, Copacabana foi parcelada em chácaras.

Em 1754 foi concluída a abertura do caminho terrestre entre o Rio de Janeiro e São Paulo.
 
Em 1755, o Governo Português reconhece o casamento entre indígenas e brancos.

1757-1758, edificação da Igreja de São Francisco de Paula, no atual Largo de São Francisco, uma das maiores da cidade.

Criação da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande. No mesmo ano foi iniciado o cultivo de café na região.
 
Em 1759, através do Alvará Régio de 3 de setembro e da Carta Régia de 4 de outubro de 1759, incentivado pelo Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Rei D. José I, determinou a expulsão dos jesuítas de todos os domínios portugueses, tendo seus bens sido inventariados e sequestrados para serem incorporados ao erário real. No dia 14 de março de 1760 são deportados para Lisboa, a bordo da Nau Nosso Senhora do Livramento, cerca de 200 padres jesuítas, onde ficaram presos durante 18 anos.


Planta da Cidade do Rio de Janeiro por volta de 1759


Em 2 de janeiro de 1763, em função de ter se transformado no principal porto de escoamento do ouro das Minas Gerais o Rio de Janeiro foi transformado na capital do Vice-Reinado do Brasil.

O Rio de Janeiro é a chave deste Brasil pela sua situação, pela sua capacidade, pela vizinhança que tem com os domínios de Espanha e pela dependência que desta cidade têm as Minas com o interior do país, ficando por este modo sendo uma das pedras fundamentais em que se afirma a nossa Monarquia e em que se segura uma parte muito principal de suas forças e das suas riquezas. Dom Luiz Antonio de Souza, Governador da Capitania de São Paulo, carta de 1765.
 
No dia 19 de outubro de 1763, toma posse o primeiro Vice-Rei, Conde de Cunha, cuja mandato termina em 1769. Entre as principais obras de sua gestão, destacam-se: 

- Abertura das ruas do Piolho (atual Carioca) e Conde da Cunha (atual Frei Caneca); 
- Cobertura da Vala, atual rua Uruguaiana;
- Casa dos Lázaros em São Cristóvão, e os arsenais de Marinha e Guerra. 


Carta Topografica da Baixada da Zona do Littoral da Bahia do Rio de Janeiro de 1767


Lista dos Vice-Reis (1763-1808)

27/06/1763 31/08/1767 Antônio Álvares da Cunha
17/11/1767 04/11/1769 Antônio Rolim de Moura Tavares
04/11/1769 30/04/1778 Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça
                                                Melo Silva Mascarenhas
30/04/1778 09/05/1790 Luís de Vasconcelos e Sousa, 4.º Conde de Figueiró
04/06/1790 14/10/1801 José Luís de Castro
14/10/1801 14/10/1806 Fernando José de Portugal e Castro  
14/10/1806 22/01/1808 Marcos de Noronha e Brito

Em 1765, um Decreto limitava que as indústrias de tecidos produzissem somente pano grosso para os escravos.

Em 1765, o Vice-Rei Conde da Cunha abre a rua Frei Caneca, um prolongamento da rua do Piolho (atual Carioca) até a Lagoa da Sentinela. Inicialmente foi chamada de rua Nova do Conde, posteriormente foi dividida em duas, passando a se chamar Visconde do Rio Branco (1871) e Frei Caneca (1890).
 
Em 1767, é construída a Casa da Ópera, o primeiro teatro brasileiro, em frente da Casa dos Governadores, na rua do Jogo, atual rua dos Andradas.

Mapa - Cartas Topográficas da Capitania do Rio de Janeiro 1777
 
Entre 1769 e 1774 foram pavimentadas as primeiras ruas.
 
Em 12 de julho de 1770, inauguração da Igreja do Carmo.

Entre 1771 e 1772 foi aberta a rua do Lavradio, em terreno pantanoso.
 
Em 1772, foi construído o Chafariz da Glória, para atender aos viajantes que se dirigem à zona sul. Na década de 1770 o Marquês de Lavradio melhora o acesso à Zona Sul , alargando o caminho e construindo em 1772 uma amurada de pedra, no trecho entre o pocinho da Glória e o Chafariz, protegendo contra as ressacas. Em 1860 a amurada é prolongada até o Beco das Carmelitas, passando a se chamar “Cais Novo da Glória”.

Antes da construção do Aqueduto da Lapa, o povo se servia das águas do rio Carioca no Flamengo.

Por volta de 1774, foram plantadas as primeiras mudas de café no Vale do Paraíba, em Resende. Na década de 1860 o Brasil era líder na exportação de Café e a região do Vale do Paraíba era responsável por 75% da produção mundial.

A região do Vale do Paraíba começou a ser colonizada no final da década de 1780, por ordem do Vice-rei Luís de Vasconcelos,  a partir da construção de uma estrada entre Sacra Família e o Rio Preto, região habitada pelos índios coroados que foram catequizados e apaziguados.

Em 1776 é construída a igrejinha em louvor à Nossa Senhora de Copacabana, no Posto 6.
 
Entre 1776 e 1779 é construído o Reduto do Leme, posto de observação construído no alto da atual ladeira do Leme, com objetivo de monitorar a aproximação de eventuais esquadras de navios invasores.

Mapa - Carta Corográfica da Capitania do Rio de Janeiro 1777

Em 1777, na gestão do Marquês de Lavradio fortalecendo a defesa, foram instalados canhões em seis pontos estratégicos da Barra da Tijuca:

Barra da Lagoa
Itapuca
Pontal de Sernambetiba
Barra da Tijuca
Alto da Boa Vista
Garganta do Mateus

Em 1778, na cerca do Colégio dos Jesuítas, é construído o Horto Botânico, primeiro jardim público da cidade. Na época o Colégio dos Jesuítas funcionava como Hospital Militar.
 
Em 5 de abril de 1779, toma posse o Vice-Rei, Dom Luís de Vasconcelos, futuro Conde de Figueiró, implementando reformas urbanas de acordo com a racionalidade clássica empregada na cidade de Lisboa, pelo Marquês de Pombal, após o Grande Terremoto de Lisboa de 1755. Em sua administração, em 1783 é inaugurado o Passeio Público, primeiro jardim público da cidade e da América do Sul, projetado por Mestre Valentim, e construído sobre o aterro da lagoa do Boqueirão. O primeiro Passeio Público de Lisboa já tinha sido inaugurado em 1764, pelo Marquês de Pombal.

Demais obras

Alargamento do Largo do Palácio
Construção do primeiro cais 
Abertura da rua das Belas Noites, atual das Marrecas
Fonte das Marrecas
Casa dos Pássaros, início do Museu Nacional
Reconstrução da Casa da Alfândega

No dia primeiro de setembro de 1780, lançamento da primeira pedra da igreja da Cruz dos Militares, na rua Direita, atual rua Primeiro de Março.

Em 1783, abertura da rua das Marrecas, em frente ao portão do Passeio Público.

Em 1785, em função do desenvolvimento da indústria de tecidos em Minas Gerais, um decreto de D. Maria I proibia a manufatura de algodão e tecidos no Brasil.
 
Construção do chafariz da rua das Marrecas.
 
Em 1789, em função das péssimas condições do chafariz localizado na Praça XV, o vice-rei Luís de Vasconcelos determina a construção de um novo chafariz, executado por Mestre Valentim, sendo inaugurado em 26 de março.

Em 1790, prolongamento do cais do Largo do Paço, atual Praça XV.

A cidade ganha 100 lampiões e candeeiros acesos diariamente. Inicialmente instalados na rua Direita (atual Primeiro de Março) e Campo de Santana. 
 
No dia 9 de junho de 1790, toma posse o Vice-Rei, Conde de Resende, que entre outras melhorias, promove o calçamento das antigas valas das ruas do Cano (atual 7 de Setembro), e da rua da Vala (atual Uruguayana). Abre a rua dos Inválidos e manda aterrar os campos da Lampadosa e de Sant´Anna. O Campo de Santana, se transforma no maior rossio [praça larga] da cidade.

Incêndio no Senado da Câmara, desaparecendo quase todos os documentos do Arquivo da Cidade. 

Inauguração da Ponte de São Christóvão.

Em 1791, abertura da rua Casa dos Pássaros entre a atual Praça Tiradentes e a rua Senhor dos Passos. Em 1817 a rua é renomeada para Sacramento. 

Abertura da rua dos Inválidos.
 
Em 1792, o vice-rei D. Luiz de Castro aprova a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, iniciando o ensino de disciplinas que seriam a base da engenharia no Brasil.  Mais tarde, em 1858, a então Escola Militar é transformada em Escola Central, permitindo o ingresso de civis e militares, abrangendo três cursos distintos: um curso teórico de Ciências Matemáticas, Físicas e Naturais, um curso de Engenharia e Ciências Militares, e um curso de Engenharia Civil voltado para as técnicas de construção de estradas, pontes, canais e edifícios, ministrado aos não-militares
 
Construção do chafariz da Glória, beneficiando os viajantes da Zona Sul.

Em 1796, abertura da rua do Rezende, sobre o pantanal de Pedro Dias.

Em 1798, com lampiões de azeite de peixe, foi inaugurado o primeiro sistema de iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro. Até então havia lampiões de particulares iluminando determinados locais, principalmente oratórios.
 
No mesmo ano foi inaugurado o serviço de Correio Geral, renomeado para Correio Geral da Corte em 1829.

Em 1798 foi aberta a rua Marquês de Abrantes, que passa a ser conhecida como o Caminho Novo, em oposição ao Caminho Velho, atual rua Senador Vergueiro, aberta por volta de 1570.

Segundo o Almanaque histórico da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para 1799, havia na cidade 40 casas de café, 17 casas de pasto e 334 tavernas (incluíam botequins); nove lojas de louça fina e vidro, 18 de ouro lavrado, 41 de prata lavrada; 10 relojoeiros, 85 alfaiates, 24 lojas de ferragens e dois livreiros, além de uma grande quantidade de armazéns, peixarias, quitandas e açougues. Também constavam da relação 20 cabeleireiros, 37 barbeiros e 15 tinturarias.

Em 15 de julho de 1799, o Príncipe Regente começou a governar. Partiu para o Brasil com toda a família real em 29 de novembro de 1807, chegando a Bahia em 22 de janeiro de 1808 e ao Rio de Janeiro em 7 de março do mesmo ano. Começou a reinar em 20 de março de 1816.

Em 2 de abril de 1808, foi criada a Mesa da Consciencia e Ordens, através de Alvará. Em 28 de junho de 1808, foi criado o Conselho da Fazenda. 

Em 10 de maio de 1808, através de Alvará, foi criada a Casa da Supplicação do Brasil.

Em 12 de outubro de 1808, foi criada a Junta do Banco do Brasil.

Em 1809, em função do crescimento populacional da Zona Sul, foi criada a Freguezia de São João Baptista da Lagoa, com as seguintes capelas filiais:

        Nossa Senhora da Cabeça, no Jardim Botânico
2ª        São Clemente, no caminho para a Lagoa
3ª        Nossa Senhora de Copacabana
4ª        Nossa Senhora da Conceição, no caminho da Praia Vermelha

Em 29 de outubro de 1810, foi fundada a Real Biblioteca do Rio de Janeiro no Convento do Carmo.


Melhoramentos do período do Rei Dom João VI
Gazeta do Rio de Janeiro, 27/09/1817, p.1

Melhoramentos do período do Rei Dom João VI
Gazeta do Rio de Janeiro, 27/09/1817, p.2


Vídeo - Freguesias e Villas da Capitania do Rio de Janeiro no século XVIII

Vídeo - Caminhos do Rio de Janeiro no século XVIII


População

1581               150       Colonos  
1585            3.850       A maioria índios, 750 portugueses e 100 africanos
1702          12.000
1740          21.000
1749          24.000
1763          20.000
1800          50.000        A mais populosa do Brasil
1886        298.000
1890        522.651
1906        811.443
1920     1.157.873
1940     1.764.141
1960     3.307.163
1970     4.251.918


REFERÊNCIAS:

Os trilhos da Estrada de Ferro da Tijuca. A Voz da Nação. Rio de Janeiro. 02 outubro 1858. p.3.

BERGER, Paulo. As Freguesias do Rio Antigo, vistas por Noronha Santos. Edições O Cruzeiro. Rio de Janeiro. 1965, junho.

CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista, a Vida e a Construção da Cidade da Invasão Francesa até a Chegada da Corte. 2014

FILHO, Nestor Goulart Reis. Evolução Urbana do Brasil, 1500-1720

SANTOS, Paulo. Quatro Século de Arquitetura, 1965

SANTOS, Paulo. Formação de Cidades no Brasil Colonial, 1968

Barra da Tijuca ficou sem suas peças históricas. O Globo. Rio de Janeiro. 16 dezembro 1968. 

TEIXEIRA, João. Descrição de todo o marítimo da Terra de Santa Cruz chamado vulgarmente o Brasil. 1640. Coleção Cartográfica da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal.

WETZEL, Herbert Ewaldo. Mem de Sá, Terceiro Governador Geral (1557-1572). Conselho Federal de Cultura. Departamento de Imprensa Nacional. Rio de Janeiro. 1972. 

PARANHOS, Paulo. A História do Rio de Janeiro. Primeira Edição. 1983.