Prefeito do Rio desapropria 425 mil m² na Zona Oeste e prevê mais 10,5 mil casas até 2012

HABITAÇÃO


Publicada em 20/04/2010 às 23h04m
O Globo
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Terreno em Triagem onde será erguido o projeto Bairro Carioca / Foto: Marco Antônio Cavalcanti - O Globo
RIO - O prefeito Eduardo Paes publicou nesta terça-feira no Diário Oficial um decreto para desapropriar dois terrenos: em Curicica, com 74,4 mil metros quadrados e, na Rua André Rocha, em Jacarepaguá, com 350,7 mil metros quadrados. Segundo ele, nos terrenos serão construídas pelo menos quatro mil unidades. Além disso, Paes estimou que, em 24 meses, a cidade terá mais 10,5 mil novas residências para pessoas que hoje vivem em áreas de risco.
Paes disse que o novo Residencial Bairro Carioca, em Triagem, não terá o mesmo destino da Cidade de Deus, empreendimento imobiliário lançado em 1960, em Jacarepaguá, dentro da política do governo da época que visava reassentar moradores de favelas da Zona Sul. Apesar das semelhanças, Paes promete uma ajuda inicial aos moradores dos 170 prédios, que serão erguidos no terreno de 124 mil metros quadrados. No local, atualmente, funciona o Centro de Distribuição Logística da Light, ao lado da estação do metrô em Triagem.
O prefeito assinou nesta terça-feira o acordo para a compra do terreno, no valor de R$ 15 milhões, com o presidente da Light, Paulo Carvalho, e também para o financiamento da construção, com a superintendente da Caixa Econômica Federal no Rio, Nelma Tavares. O novo bairro faz parte do projeto Minha Casa, Minha Vida e exigirá um investimento de R$ 200 milhões, sendo R$ 150 milhões pagos pelo governo federal e R$ 50 milhões, pela prefeitura.
Ao todo, são 3.400 unidades habitacionais. As obras devem começar na próxima semana. As famílias receberão de graça os apartamentos de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, com 42,6 metros quadrados. A prefeitura calcula que o empreendimento abrigará 13.600 pessoas. As primeiras unida$deverão ser entregues em 15 meses. O prefeito avisou que não permitirá a construção de "puxadinhos":
- A Cidade de Deus foi numa linha diferente. Era tirar da Zona Sul e jogar lá pra longe. Na época, a Cidade de Deus era muito mais longe do que é hoje, sem infraestrutura. Estamos estudando algumas medidas e vamos testar em Realengo, no Urubulengo, como já está sendo chamado, que é criar um projeto em que a prefeitura, pelo menos durante um período inicial, cuide da manutenção das áreas comuns. Além disso, queremos criar uma cultura nas pessoas para que preservem seu patrimônio. O "puxadinho" aqui vai ser tão ilegal quanto num apartamento no Leblon.
Serão dez condomínios com 17 prédios de cinco pavimentos, todos sem elevador. Na área comum, haverá três escolas, duas creches, uma clínica da família, um clube e um posto de policiamento comunitário.