Estado vai leiloar terreno do Scala, no Leblon



O Dia, 14/mai
Mais uma famosa casa de shows do Rio vai fechar as portas. Dois dias depois de a Justiça devolver à UFRJ o terreno do Canecão, em Botafogo, o estado anunciou que irá leiloar a área onde está localizado o Scala, na Avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon.
O local, inaugurado em 1984, ficou famoso pelos bailes de Carnaval. Ao saber da notícia, vários frequentadores do Gala Gay lamentaram o fim da tradicional festa. A decisão foi tomada após o governo conseguir, dia 28, na Justiça, a desocupação do espaço.
A ação de despejo da 4ª Vara de Fazenda Pública fixa 90 dias, contados a partir da data em que os proprietários - sendo o mais conhecido o empresário espanhol Chico Recarey - forem notificados, para que o local seja esvaziado. O Scala informou que não foi comunicado e que, quando isso acontecer, irá recorrer.
O estado tenta desde agosto de 1991, na Justiça, a ação de despejo. Os proprietários tinham termo de permissão de uso, que foi revogado porque eles não pagavam a taxa de ocupação. O terreno pertence ao RioPrevidência.
Em janeiro, o estado havia conseguido na Justiça a interdição do 2º andar da casa de shows. A decisão foi da 4ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça. Os proprietários do imóvel recorreram e obtiveram liminar suspendendo a retomada do prédio até que a ação fosse julgada em definitivo.
Canecão recorre à Justiça para tentar continuar em Botafogo
Os advogados do Canecão entraram, ontem, com agravo de instrumento no Tribunal Regional Federal (TRF) contra a decisão de reintegração de posse em favor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Por conta da disputa judicial, nove shows programados foram cancelados. A devolução do dinheiro dos ingressos, segundo a assessoria do Canecão, ainda não ocorreu porque as bilheterias estão lacradas. Eles aguardam a decisão do recurso para ressarcir o público.
Ontem, o prefeito Eduardo Paes disse que vai conversar com o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, para que o Canecão permaneça em Botafogo. "Vamos conversar e minha sugestão é que o reitor faça um processo de licitação com contratos para que o local continue sendo uma referência", defende Paes.