Prefeitura e construtora assinam contrato para iniciar obras da Vila Olímpica com um ano e meio de antecedência

10/12/2010 - O Globo 

RIO - As primeiras obras de infraestrutura para a construção da futura Vila Olímpica na Avenida Salvador Allende (Barra da Tijuca), local de hospedagem dos atletas que competirão nos Jogos Olímpicos de 2016 estão começando este mês, quase um ano e meio antes do cronograma original entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI) no dossiê da candidatura. Nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes e o empresário Carlos Carvalho, da construtora Carvalho Hosken, proprietária do terreno, assinaram um termo de compromisso que fixa as obrigações dos setores público e privado no projeto.

- O importante nesta fase de preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016 é começar com antecedência os projetos que exigem mais investimentos, por demorarem mais para ficarem prontos, evitando atrasos no fim. Isto está sendo feito também com os BRTs (corredores de ônibus que usarão veículos articulados). As obras do BRT Transoeste (Campo Grande-Jardim Oceânico) já começaram. E, a partir de janeiro, daremos início ao BRT Transcarioca (Barra-Penha-Aeroporto Tom Jobim) - disse Paes.Custo do total da vila deve chegar a R$ 1 bilhão

A vila terá 34 edifícios de doze andares com 2.448 apartamentos de três e quatro quartos, que serão transformados num condomínio residencial após o evento. O custo do projeto, que terá 1,8 milhão de metros quadrados construídos, deve chegar a R$ 1 bilhão, segundo estimativas do empresário Carlos Carvalho. O empresário disse que ainda não fechou o contrato de financiamento do projeto. O mais provável, como previsto no caderno de encargos entregue ao COI, é que o dinheiro seja emprestado pela Caixa Econômica Federal (CEF). Carvalho estima que um apartamento na futura vila não sairia hoje por menos de R$ 400 mil.Empreiteira ficará isenta de taxas para concluir o projeto

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Goes, explicou que o acordo com a construtora prevê a oferta de uma série de contrapartidas da prefeitura para que todas as obras sejam concluídas até 31 de dezembro de 2015. A construtora será isenta, por exemplo, do pagamento de uma taxa à prefeitura, conhecida como outorga onerosa, para construir acima de um limite mínimo estabelecida pelo município. Pela legislação que disciplina desde o ano passado as construções na chamada região das Vargens (bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena e Camorim), Carlos Carvalho só poderia construir 1,2 milhão de metros quadrados sem pagar a taxa. E não 1,8 milhão de metros quadrados previsto no projeto.

A prefeitura também se compromete a melhorar a urbanização do entorno e implantar um BRT ligando a Barra a Deodoro, previsto no dossiê entregue ao COI. O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, disse que o gerente de Vilas do COI, Toshio Tsurunaga, visitou esta semana o canteiro de obras e ficou entusiasmado:

- Ele disse que será a mais bela vila da história dos Jogos. Vale lembrar que, em nenhuma edição do evento, a vila começou a ser erguida com tanta antecedência.