Gasômetro é vendido por R$ 180 milhões

07/02/2012 - O Globo, Isabela Bastos

Terreno comprado da União pela prefeitura será revendido a construtoras, que poderão erguer prédios de 50 andares

O terreno do Gasômetro, na Zona Portuária, será vendido ao mercado imobiliário para a construção de empreendimentos residenciais e comerciais, dentro do projeto Porto Maravilha. Com 115 mil metros quadrados, a área - hoje ocupada pela CEG - será comprada pela prefeitura à União por R$ 180 milhões e revendida à Caixa Econômica Federal pelo mesmo valor. À Caixa caberá negociar a área com empreendedores privados, dentro da operação consorciada que está financiando a revitalização da região. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a expectativa é que a transformação da região se consolide nos próximos 20 anos:
- A maioria das obras de infraestrutura do porto ficam prontas em cinco anos. Mas do ponto de vista imobiliário, como o terreno da CEG é muito grande, ele tem mercado para 15 ou 20 anos. É quase uma Cidade Nova.
O terreno é uma das sete áreas da zona portuária que a prefeitura terá que comprar da União e do Estado e repassar à Caixa, para integrar o fundo imobiliário criado com objetivo de tirar do papel o Porto Maravilha. Como o Gasômetro estava cedido ao estado, um acordo teve que ser costurado antes da liberação do terreno. O acordo, noticiado por Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, foi assinado na semana passada e prevê que a CEG continue a usar 13% do terreno.
De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Jorge Arraes, a prefeitura comprará 100% do terreno e arrendará à CEG um trecho próximo à Rua São Cristóvão. Quando o terreno for repassado à Caixa, a companhia terá que comprar sua parcela definitivamente. O Gasômetro é considerada a área de maior potencial construtivo da Zona Portuária.

De acordo com legislação aprovada pela Câmara dos Vereadores em 2010, que criou os chamados Certificados de Potencial Adicional Construtivo (Cepacs), no terreno da CEG podem ser construídos prédios de até 50 andares. A legislação prevê porém, ocupação de até 50% do terreno. Ainda assim, o potencial de construção é enorme. Segundo Arraes, construtoras poderão erguer até 850 mil metros quadrados de edificações. No ano passado, o fundo imobiliário criado pela Caixa adquiriu a totalidade das Cepacs colocadas à venda pela prefeitura.
- O Gasômetro é fundamental para garantir o retorno do dinheiro empregado pela Caixa. Hoje, já temos transformações urbanísticas acontecendo no entorno da Praça Mauá. Em breve isso começará a acontecer perto da Rodoviária Novo Rio - diz o prefeito.