Rocinha vai ganhar novo visual

13/07/2012 - O Dia, Christina Nascimento

Foram dados os primeiros passos rumo à implantação do pacote de obras para mudar o visual da maior favela da América Latina.
O edital de licitação publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial do Estado vai escolher as empresas responsáveis pela construção do mercado popular, do plano inclinado, de uma creche e da implantação de serviços de drenagem, esgoto, iluminação, pavimentação e urbanismo na Rocinha, em São Conrado.
O investimento é R$ 25,9 milhões. O projeto deve ser concluído em seis meses.  Com três estações, o plano inclinado vai ligar o acesso principal da Rocinha - Autoestrada Lagoa-Barra - ao final da Rua 1, próximo ao Túnel Zuzu Angel.
A expectativa é de que esse plano seja interligado a uma escada rolante e ao teleférico, criando linha única de transporte para os moradores. "Eles saem de um e já entram em outro. Estará tudo integrado", garante o secretário estadual de Obras, Hudson Braga.
Como já vem ocorrendo, as construções dessa etapa do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) utilizarão os moradores da comunidade como mão de obra. "Acredito que o processo de escolha das empresas dure, no máximo, 50 dias", prevê.
Uma das novidades mais esperadas é o minishopping, que ficará próximo ao Largo dos Boiadeiros. O prédio, de três andares, terá praça de alimentação, 31 lojas e terraço aberto.
"A ideia é evitar ao máximo desapropriações. Fomos a campo justamente estudar como fazer melhorias na Rocinha sem tirar as pessoas de casa", acrescenta Hudson.
A creche terá 75 vagas. As rua 2 e do Valão vão ganhar um passeio - área para circulação de pedestres. O Caminho dos Boiadeiros receberá, além de pavimentação, drenagem e projeto de urbanismo, com sistema de iluminação pública padronizada.
Melhoria desde a pacificação
Desde que foi pacificada, em novembro, a Favela da Rocinha passou por melhorias de infraestrutura. As obras eram complicadas no local por causa da atuação do tráfico: a comunidade tinha um dos grupos de bandidos mais bem armados da cidade. A ocupação pelas forças militares trouxe reflexos para a vizinhança, que viu seus imóveis valorizados.
Na primeira fase de obras, seus quase 100 mil moradores ganharam um complexo esportivo e uma UPA 24h. Houve a construção de 144 unidades habitacionais e a urbanização da área conhecida como Valão, com melhorias nas fachadas de 60 casas.