O primeiro residencial do Porto

02/06/2013 - O Globo, Karine Tavares

Unidades mais baratas custarão R$ 420 mil. Projeto é diferente do proposto inicialmente

É esperado ainda para esta quinzena o lançamento oficial de um dos mais aguardados empreendimentos imobiliários da cidade: o Porto Vida, primeiro residencial da região portuária, concebido para funcionar, inicialmente, como a Vila de Árbitros e Mídia das Olimpíadas de 2016.

Neste primeiro momento, a prioridade de compra é dos servidores municipais, que desde o dia 20 de maio já podem fazer um pré-cadastro no site www.portovidaservidor.com.br. Apesar de, inicialmente, o empreendimento ter sido planejado para os funcionários da prefeitura, haverá lançamento para o público em geral em outubro.

Até agora, o número de servidores cadastrados chega a 2.900, mas, do total de 1.333 unidades residenciais do empreendimento, só há mil unidades reservadas para eles. As outras 333 serão destinadas ao consumidor em geral.

Segundo os incorporadores, os funcionários públicos - que terão preços reduzidos e condições especiais de financiamento, ainda em negociação junto aos bancos - terão seu cadastro analisado, como qualquer outro comprador. Assim, o número de 333 imóveis que chegará ao mercado em outubro pode crescer, diz Marcelo Furquim, presidente do Porto 2016, grupo formado pelas empresas que tocam o projeto (Odebrecht, OAS, Rex e Carioca):

- Para garantir que tanto servidores como o público tenham acesso a todos os tipos de unidades, fizemos um mix entre as oferecidas agora e em outubro.

E há mesmo muita diferença de um imóvel para outro. São 40 metragens, segundo a disposição nos prédios, em apartamentos de dois e três quartos. O menor terá 65 metros quadrados. E o maior, 89. A maioria é de dois quartos: são 971, contra outros 362, de três.

- Percebemos que há uma demanda crescente por dois quartos. É um produto que atende a jovens, recém-casados e pessoas de fora da cidade, que ainda não têm uma renda muito alta e querem estar próximas à Zona Sul - avalia Furquim.

Para os servidores, que terão descontadas algumas taxas, o preço inicial do menor imóvel ficará em R$ 420 mil, ou, R$ 6,5 mil o metro quadrado, valor equivalente ao que é cobrado hoje na Tijuca. Para os imóveis vendidos a partir de outubro, o preço não está definido, mas a expectativa do mercado é de que gire em torno dos R$ 7,5 mil, o metro quadrado, já que um lançamento recente da Living, em São Cristóvão - área próxima ao Porto - teve todas as 280 unidades vendidas em uma semana, por valores bem próximos a isso.

Com entrega prevista para janeiro de 2017, o empreendimento que a cidade vai receber será bem diferente do inicialmente projetado. Foi mantido o conceito urbanístico que privilegia a circulação de pedestres e faz um mix de usos entre comércio e residência, já que os sete blocos terão 30 lojas térreas onde serão instalados pequenos comércios, como restaurante e salão de beleza.

Mas os espaços internos entre os prédios, que teriam praças abertas para a rua e muito verde, foram substituídos por áreas de lazer como as de condomínios fechados, com piscina, quadra poliesportiva e espaço gourmet.

- Esse mix de usos é uma tendência mundial exigida por uma nova geração mais sustentável. Mas no Rio essas áreas de lazer são algo consolidado pelo mercado. Talvez, esse seja um projeto ainda em transição - arrisca Vicente Giffoni, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura.