Obras de mobilidade na Barra afastaram eventos do Riocentro em 2015, diz diretora

Estimativa para os próximos anos, no entanto, é de crescimento de até 50%

POR MARTA PAES

19/03/2015 - O Globo

RIO — Diretora-geral do maior centro de convenções da América Latina, a curitibana Milena Palumbo, de 35 anos, mora na Barra há sete, e garante estar totalmente adaptada ao bairro. Ela gosta de andar de bicicleta na orla, tomar café da manhã em um quiosque da praia e apreciar a vista do terraço do shopping VillageMall, próximo à sua casa. Formada em Turismo, Milena vê com bom olhos os investimentos em infraestrutura na região, sobretudo o BRT e o aumento da rede hoteleira. No trabalho, a executiva tem o desafio de consolidar o Riocentro como destino de grandes congressos internacionais e, ao mesmo tempo, torná-lo atraente para os cada vez mais numerosos moradores do entorno.
 
Há quanto tempo você está no Rio e no Riocentro?

Cheguei há sete anos, transferida de uma operação da GL Events. Eu conhecia o Rio, mas nunca havia trabalhado aqui. Vim direto morar na Barra e gosto muito do bairro. Levo apenas dez minutos no trajeto de casa para o trabalho. Duas vezes por semana consigo buscar minha filha na escola e, às vezes, almoçar com ela.

Como você avalia as obras em curso no bairro?

É óbvio que sinto o impacto no trânsito, há muito congestionamento. A situação dá até arrepio. Mas, como moradora, considero muito importante a duplicação da Salvador Allende e acho ótimo o BRT. Eu não ando no corredor expresso, mas vejo que ele melhorou a vida de muitas pessoas. Minha empregada precisava de uma hora e meia para chegar à minha casa, e agora leva 40 minutos. Já como diretora do Riocentro, passo por uma situação extremamente delicada, porque vários clientes evitaram esta área durante o ano de 2015, por causa das obras de mobilidade urbana. Dois eventos foram adiados devido à dificuldade de acesso.

Mas o Riocentro será beneficiado com a conclusão das obras?

Não há dúvidas. Já temos eventos importantes no calendário, como a Bienal do Livro, que ocupa todos os pavilhões; a Oil and Gas, a Arnold Classic e a Laad, uma feira internacional de defesa, que usa inclusive a área externa. Para 2017, teremos um aumento de 50% no portfólio de eventos sobre 2015. Este ano, ele é 30% menor em relação a 2013. Apesar disso, teremos três novas feiras: a Rio Boat Show; a XMA X5 Mega Arena, de games; e a Fenim, de moda. Dessas, apenas a Rio Boat Show acontecia no Rio. As outras duas vêm pela primeira vez à cidade. Estamos apostando que a demanda vai aumentar, e já dobramos a equipe comercial. O acesso por transporte público será fundamental.

Quais são os principais desafios do Riocentro?

Ser o destino de grandes congressos internacionais. Hoje, não há quartos de hotéis suficientes para uma grande convenção. É inconcebível para um palestrante levar uma hora e meia de um hotel até o local do evento. O preço que se paga por estada e alimentação na cidade também dificulta. É muito alto. Mas a perspectiva é de aumento na captação de congressos. A Barra da Tijuca vai passar de 4.500 apartamentos para 12 mil em hotéis. Já criamos uma gerência só para cuidar de congressos.

Nos últimos dois anos, houve investimento na modernização do centro de convenções. Há algo previsto para este ano?

Desde 2007, a GL Events investiu cerca de R$ 300 milhões. É hora de colher os frutos. Já temos hotel (o Grand Mercure Riocentro) e restaurante (uma filial do Emporium Pax Delícia), e ainda este ano será inaugurada uma academia (uma unidade da Smart Fit). O Riocentro agora começa a se inserir no contexto da vida do bairro, deixando de ser apenas um centro de convenções. Com ou sem evento, o restaurante abre de segunda a sexta-feira.

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