Revitalização do Moinho Fluminense custará R$ 1 bilhão

Complexo comercial e residencial deverá ser concluído em 2018

POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES

25/05/2015 - O Globo

Projeto prevê a transformação dos imóveis do Moinho Fluminense num espaço com residências, shopping, cinemas e HOTEL - Divulgação

RIO - Primeira fábrica de moagem de trigo do Brasil, o Moinho Fluminense, na Zona Portuária da cidade, será transformado num complexo empresarial, residencial e hoteleiro que será uma das âncoras do projeto Porto Maravilha. O conjunto de prédios tombados e o terreno, que ocupam uma área de 100 mil metros quadrados, passarão por obras de R$ 1 bilhão, conforme antecipou ontem o colunista Ancelmo Gois. A previsão é que o espaço seja inaugurado ao público em 2018. Um dos destaques do projeto prevê que os silos do moinho, hoje usados para o armazenamento de trigo, sejam transformados num HOTEL COM aproximadamente 200 quartos.

O projeto, que será lançado oficialmente quarta-feira, também contará com centro médico, salas comerciais para aluguel, além de quatro a cinco salas de cinema e praça de alimentação. No complexo, que terá uma estação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), serão implantadas ainda mil vagas de estacionamento. O imóvel ocupa quatro quadras: três com prédios históricos que serão preservados. Em um terreno vazio, será construído um novo prédio com mais de 20 andares, com salas comerciais.

NOVA FÁBRICA NA BAIXADA FLUMINENSE

O projeto é desenvolvido pelas empresas Carioca Engenharia e Vinci Partners, que compraram a área da Bunge do Brasil, a atual controladora do Moinho Fluminense.

— Estamos na fase final da obtenção das licenças. O projeto segue algumas premissas porque consideramos o imóvel um dos ícones da cidade. Nos silos, queremos implantar um "hotel de design" e já começamos a conversar com algumas redes. Parte das obras contará com recursos próprios e o restante, com FINANCIAMENTOS. A expectativa é inaugurar o complexo por etapas: em meados de 2016, queremos entregar os empreendimentos que ocuparão os imóveis existentes; no fim do ano, será a vez da nova torre — disse Leandro Busquet, diretor para a área imobiliária da Vinci Partners.

Em 2011, a Bunge chegou a reformar o imóvel. Mas decidiu negociar a área em 2013 porque planeja transferir as operações do Moinho Fluminense para a Baixada Fluminense, no fim de 2016, quando as reformas de adaptação vão começar. A nova fábrica está sendo construída em Duque de Caxias e terá capacidade para processar 600 mil toneladas de cereal por ano — o dobro do que é fabricado hoje.

Inaugurado em 1887, o prédio do Moinho serviu de cenário para fatos históricos. Em 1893, o então ministro da Fazenda Ruy Barbosa se escondeu no local para evitar a fúria de marinheiros que aderiram à Revolta da Armada, contra o governo do presidente Floriano Peixoto. Em 1904, a população montou barricadas em frente ao prédio, no episódio que ficou conhecido como a "Revolta da vacina". A inauguração do Moinho também é considerada um marco da fabricação do pão no país, que até então importava toda a matéria-prima. Quando foi aberto, o Rio tinha apenas três padeiros.

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