Economia

Crise econômica faz procura por restaurantes populares no RJ dobrar em um ano

23/06/2022 - Diário do Rio

Diante de promessas de reforma e abertura de novas unidades, os restaurantes populares se viram no meio do cenário financeiro caótico do RJ

Com o agravamento da crise econômica e a cesta básica mais cara, a procura por restaurantes populares no Rio de Janeiro chegou a dobrar em um ano. Administrados pelas prefeituras e pelo governo do estado, eles oferecem café da manhã e almoço a preços baixos e para muitos são a única refeição do dia.

Em Bangu, na Zona Oeste, o número de refeições servidas diariamente passou de 800 para 1.500 nos últimos meses. O restaurante de Bonsucesso, na Zona Norte, serviu mais de 110 mil refeições de janeiro a maio — um aumento de 30% em relação ao mesmo período no ano passado.


Ranking das refeições servidas nos Restaurantes Populares da região metropolitana do RJ

Duque de Caxias: 4.000 refeições/dia
Niterói: 1.700 refeições/dia
Bangu: 1.500 refeições/dia
Campo Grande: 1.500 refeições/dia
Bonsucesso: 1.000 refeições/dia

Crise também atinge os restaurantes populares

Diante do cenário econômico caótico, os restaurantes populares são mais um setor da economia que também são atingidos pela crise econômica. No Rio, o serviço, idealizado pelo ex-governador Anthony Garotinho, já viveu dias melhores e encontra-se com grandes dificuldades para operar em meio a um cardápio de promessas.

Até o ano de 2016, no município do Rio de Janeiro havia 8 restaurantes populares em funcionamento. Contudo, o Governo do Estado parou de pagar os fornecedores, o que provocou o fechamento de unidades. No ano seguinte, com o início do processo de municipalização dos restaurantes, a Prefeitura garantiu o funcionamento dos de Bangu, Bonsucesso e Campo Grande – os três que estão abertos atualmente. Os restaurantes da Central do Brasil, Cidade de Deus, Irajá, Madureira e Méier continuam fechados.

Promessa de maior restaurante popular da América Latina na Central

Em maio deste ano, o Governo do Rio anunciou a construção do maior e mais moderno restaurante popular da América Latina em uma das áreas mais movimentadas da cidade, a Central do Brasil. O mega empreendimento será erguido pela empresa Quick House, que assinou contrato com o estado. Batizado de “Restaurante do Povo”, o espaço, que será construído numa área de 1.723,78 metros quadrados e terá capacidade para 600 lugares, servirá até cinco mil refeições diariamente. A previsão é que o espaço esteja em funcionamento ainda este ano.