Governadores

Cristóvão de Barros – Terceiro Capitão Mor do Rio

17/03/2014 - Câmara Municipal de Magé

Por Antonio Alexandre

Medalha Cristóvão de Barros, maior honraria concedida pela Câmara Municipal de Magé. Quem foi esse personagem da História do Brasil ?

Terminado o primeiro Governo de Salvador Correa de Sá, foi nomeado para substituí-lo Cristóvão de Barros, a 31 de outubro de 1571 e ele veio a tomar posse em fevereiro de 1572.

Todos os anos, a Câmara Municipal de Magé, homenageia várias personalidades mageenses e muitos outros cidadãos com a Medalha Cristóvão de Barros. Quem é esse personagem pouco conhecido na história de nosso país e que todo ano contempla várias personalidades da nossa sociedade?

Cristóvão de Barros atuou como grande lutador e administrador em três estados brasileiros, onde registrou nos anais da nossa história o seu nome e obra.  Sergipe, Rio de Janeiro e Bahia foram palco da vida deste guerreiro. Foi o conquistador militar de Sergipe, o fundador da primeira capital, São Cristóvão. No estado fluminense, sua propriedade ficava no atual município de Magé, nos anos de 1570, na vizinha Bahia, em Jacarecanga (Município de Candeias-Bahia), no recôncavo baiano. Conforme um registro de 1587 aí possuía “um formoso engenho de bois”, com grandes edificações e uma igreja devotada a Santo Antônio.

Todavia, os dados não esgotam o que já se apurou sobre este personagem. Na verdade, Cristóvão de Barros foi muito mais. Protagonizou feitos da nossa história, atuando no Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe e Pernambuco. Apesar da magnitude da figura, ainda não mereceu na historiografia um estudo que dê conta das diversas facetas de sua atuação.

Enquanto tal biografia não vem, destaquemos alguns aspectos deste quase desconhecido personagem que iniciou, a ferro e fogo, a colonização de Sergipe.

Cristóvão de Barros foi, sobretudo, um “cabo de guerra”. Sua atuação, no Brasil, está pontuada de feitos bélicos. Assim, em 1566, o fidalgo é enviado pelo rei D. Sebastião, chegando a Salvador como comandante de uma armada composta por três galeões (navios a vela armados para transporte de cargas de alto valor).

No início do ano seguinte, janeiro de 1567, vamos encontrá-lo no Rio de Janeiro, junto com o governador geral Mem de Sá, com o propósito de defender a Capitania da investida dos franceses, auxiliados por seus aliados, os índios Tamoio.

Um ano após, 1568, ele realiza outro feito militar. Junto com o governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, em Cabo Frio, faz guerra aos Tamoio. Neste mesmo cenário, entre 1574 e 1575, Cristóvão de Barros realiza “entrada” (expedição oficial) contra os Tamoio.

Na década seguinte (1587), mais uma vez se manifesta o aptidão militar de Cristóvão de Barros. Desta feita, o encontramos repelindo os corsários ingleses Robert Withrington e Cristhopher Lister na tentativa de invadir Salvador.

Por fim, seu mais conhecido, entre nós, feito militar: a Conquista de Sergipe, 1589-1590. O comandante, partindo de Salvador, dizimou e escravizou milhares de índios à frente de uma considerável artilharia e infantaria. Foi a famigerada “Guerra de Sergipe”.

Cristóvão de Barros é a de administrador público.

Neste setor, galgou os mais altos postos no escalão da administração da época. O mais importante deles foi ser membro da Junta Governativa do Brasil, com sede na Bahia, entre 1587 e 1591, com o Ouvidor Geral Martim Leitão e o Bispo D. Antônio Barreiros. Vale lembrar, que foi nesta condição que ele comandou a Conquista Militar de Sergipe.

Ainda neste âmbito, nosso personagem exerceu a função de Provedor Geral do Brasil, algo como um atual superintendente da Receita Federal. Assim, em 1578, o encontramos fazendo correição na Capitania de Pernambuco, isto é, fiscalizando as finanças régias.

Antes disso, no quadriênio 1571 a 1575, Cristóvão de Barros assumiu o governo da Capitania do Rio de Janeiro, realizando feitos significativos. Duas décadas depois, após a Conquista de Sergipe (1590), foi o nosso primeiro Capitão-Mor.

Mas, nosso personagem, não foi apenas um militar destemido, um apresador de índios, um administrador poderoso e um rico proprietário de engenhos. Foi também um dedicado filantropo. De 1587 a 1588, na condição de Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, visitou seus pares, senhores de engenho, recolhendo “esmolas” (doações) para a instituição.

Filho de Antonio Cardoso de Barros, que foi devorado pelos índios caetés juntamente com o bispo Pero Fernandes Sardinha, nas terras do hoje Estado de Sergipe.

Cristóvão de Barros, foi considerado herói na luta e expulsão dos piratas ingleses de Salvador e de índios.

Fundador da Cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Mais tarde, recebendo instruções do reino, resolveu criar a Capitania de Sergipe Del Rei.

Auxiliou a expulsão dos tamoios e franceses da Baía de Guanabara e de seus arredores.

Possuidor de extensas sesmarias em Magé e construtor do 1º engenho do município, nas proximidades do Rio “Magepe” e próximo ao Morro da Piedade, surgindo aí o desenvolvimento de uma nova civilização, vindo a ser o fundador e mantenedor da integridade do núcleo populacional da futura Magé.


Sede da Fazenda Magepe-mirim construída por Cristóvão Barros