Favelas

Histórico

A Favella, surge na República, em 1897, no Morro da Providência, fundada por ex-soldados da Guerra de Canudos, se multiplicando nas décadas seguintes. Não teria cabimento, um país continental como o Brasil, populações se amontoarem em encostas e fundos de vale, em construções sem as mínimas condições de higiene. Enquanto isso brasileiros com a mão na enxada, no interior, fundavam cidades, com muita garra, sem vitimismo e nenhuma assistência do poder público.


Caretas,  Dezembro/1909

Favela da Providência em 1917

Colaboração Memórias do Subúrbio Carioca


Em 1948, as favelas da cidade do Rio de Janeiro contavam com 34.064 domicílios. Em 1960, doze anos depois, esse número sobe para 70.353, ou seja, um aumento absoluto de 36.289 domicílios e relativo de 106,5 %. Em doze anos o número de favelados praticamente dobra, totalizando cerca de 127 mil habitantes em 1960. O Censo de 1960 identificou 147 favelas, das quais 75 ainda inexistentes em 1948. Enquanto isso o presidente da República e o Congresso, aprovam a transferência da capital para o Planalto Central. Não havia verba para se investir  em saneamento, erradicar favelas e mesmo construir o metrô, mas para a construção de Brasília, no meio do nada,  não faltaram recursos.

Entre 1942 e 1950 o número de favelas da Zona Sul passa de 10 para 25, totalizando 40 mil habitantes. Em 1950 a cidade contava com cerca de 2, 5 milhões de habitantes, sendo 169.305 pessoas morando em favelas, ou seja 6,8 % da população total da cidade. Em 1950, a favela do Vidigal, por exemplo, contava com 1.274 moradores. Já em 1979, 29 anos depois, com 5.285 domicílios, totalizando 26.425 habitantes.

As  décadas de 1950 e 1960 marcam a aceleração do processo de degradação da Zona Norte, com o crescimento de favelas e conjuntos habitacionais, tipo "casa de pombo", modernistas. O então subúrbio chic europeu começa a ser descaracterizado. 

Em 1950, surgem as primeiras moradias da Favela do Parque da Maré, na orla da baía de Guanabara.

Em 1950, logo após a inauguração do Estádio Municipal (Maracanã), é fundada a Favela do Esqueleto, junto às obras inacabadas do Hospital do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), iniciadas na década de 1930. A Favela do Esqueleto foi removida em 1962, sendo construído no local, entre 1969 e 1976, o Campus da Universidade do Estado da Guanabara.

Em janeiro de 1954, surge mais uma favela em Santa Teresa, localizada no nº 95 da rua Aprazível, junto ao início da rua projetada para a Zona Sul. O assentamento já contava com 15 barracos, sendo o primeiro casebre construído em novembro de 1953. Na mesma época, os moradores do bairro do Caju denunciaram a fundação de uma favela na rua Carlos Seidl, junto ao viaduto da Estrada de Ferro  Central do Brasil, na altura do nº 1.333.

Em 1956 entra em vigor a Lei nº 2.874 “das Favelas”, proibindo durante dois anos o despejo de favelados, até a construção de unidades habitacionais populares pelo poder público

Em 3 de janeiro de 1957, são entregues os primeiros apartamentos do conjunto habitacional da Cruzada São Sebastião, de um total de 945 unidades.

Em 1960, a cidade do Rio de Janeiro contava com 3,3 milhões de habitantes, sendo 556 mil na zona sul e 335.063 residentes em favelas.


Favela Macedo Sobrinho na década de 1960


Em fevereiro de 1961, é fundada uma nova favela na Avenida Brasil, na confluência da Avenida Brigadeiro Trompowsky, no acesso à Ilha do Governador.

Em maio de 1963, conclusão da transferência dos moradores da favela Bom Jesus, na Penha, para o Conjunto Vila Aliança em Bangu.

Em 9 de setembro de 1963, é iniciada a remoção de 200 famílias da favela de São Carlos, ameaçadas por desabamento na rua Amélia Jacarandá, nos fundos da Penitenciária Lemos de Brito, no Estácio. Os moradores foram transferidos para o conjunto da Vila Aliança da Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (CEHAB), em Bangu.  Em 16 de setembro de 1963, a CEHAB abre concorrência para a construção do Conjunto de Vigário Geral para receber cerca de 400 famílias da Favela João Cândido, na Avenida Brasil, próximo ao Mercado São Sebastião.

Em novembro de 1963, é entregue a pavimentação com paralelepípedos de um trecho de 700 metros da Estrada Visconde de Lamare, no acesso à Favela Nossa Senhora das Graças, além da pavimentação do trecho Galeão – Dendê, passando pelo Jardim Carioca, dando acesso às favelas do Guarabu e Dendê. As obras faziam parte do projeto de recuperação das Favelas da Ilha do Governador, consideradas pelo governo estadual como irremovíveis. O projeto garantia a posse da terra pelos favelados e campanha para reforma de barracos. Na época, através da COHAB-GB, estava sendo traçado um plano piloto de urbanização e  loteamento das favelas do Dendê e Guarabu.


Vista parcial da Favela do Pasmado por volta de 1963

Em janeiro de 1964, estavam praticamente concluídas as primeiras 1.434 casas do conjunto Vila Kennedy, em Bangu, para abrigar as famílias transferidas da favela do Pasmado, extinta no mesmo mês, que não puderam ser transferidas para o conjunto Vila Aliança. O conjunto Vila Kennedy foi inaugurado em 20 de janeiro de 1964, dia de São Sebastião, em solenidade com a presença do governador Carlos Lacerda, construído com recursos do programa Aliança para o Progresso criando pelo presidente norte-americano John Kennedy, falecido dois meses antes da inauguração da vila.

Em 14 de junho de 1964,  250 famílias são transferidas da Favela Maria Angu, na praia de Ramos, para o conjunto Vila Kennedy, na Zona Oeste. No local deveria ser construído um balneário. No governo Carlos Lacerda (1960-1965) foram extintas 27 favelas e 41.958 pessoas pessoas realocadas.

Em 4 de outubro de 1964, início da ocupação do conjunto habitacional Pio XII, em Bonsucesso, construído para moradores de favelas, com 246 apartamentos distribuídos em 14 blocos.

Em 1965, na Gávea, é construído o conjunto habitacional Marquês de São Vicente, mais conhecido como Minhocão, projetado pelo arquiteto Augusto Reidy, para moradores transferidos de favelas.

Favela da Providência em 21/05/1966


Em dezembro de 1966, a cidade do Rio de Janeiro contava com 230 favelas, com 162.741 moradias e 757 mil moradores.

Em 1969, após um incêndio, é concluída a remoção da Favela da Praia do Pinto. Os moradores começaram a ser transferidos ainda nos anos 50, mas o Estado enfrentou forte resistência. A remoção só foi concluída em 1969, com os últimos moradores (106 famílias) sendo transferidos para o conjunto habitacional da Cidade de Deus.

Em março de 1969, o governo do estado da Guanabara inícia dos estudos para a remoção da favela do Pinto, fundada em 1928, no terreno do português Joaquim Pinto. Em 1933, a favela recebeu um aterro, após forte temporal que destruiu 50 dos mais de mil barracos. Em 1956, após incêndio, cerca de 900 famílias foram transferidas para o conjunto habitacional da Cruzada São Sebastião. Os estudos para a remoção foram concluídos em 22 de abril de 1969, quando a favela contava com cerca de 17 mil habitantes. A remoção dos moradores foi iniciada em 25 de julho de 1969, sendo transferidos para os conjuntos habitacionais da Cidade Alta, em Cordovil, Cidade de Deus, em Jacarepaguá, e Parque Proletário da Gávea. No mesmo mês o governo do estado da Guanabara inicia a venda do terreno desocupado.

Em 29 de julho de 1969, remoção da pequena favela localizada sobre a pedra do morro do baiano, com 68 famílias, a terceira favela removida em 1969, depois das favelas da Ilha das Dragas e da Paia do Pinto, ambas na Lagoa.

Em setembro de 1969, conclusão da remoção da favela Piraquê, localizada na Avenida Borges de Medeiros 2719, com 100 famílias. Os moradores são transferidos para os conjuntos habitacionais da Cidade de Deus e Vila Kennedy.

Em 1970, conclusão da erradicação da favela da Catacumba, na Lagoa. As famílias são transferidas para os conjuntos de Guaporé-Quitungo, construída pela COHAB, na Penha,  para o conjunto da Cidade de Deus em Jacarepaguá, além  de  parques proletários do Estado. 

Em 1970, inauguração do conjunto habitacional Casa Alta, com capacidade para 13 mil habitantes, localizado entre Cordovil e o início da estrada Rio-Petrópolis.

Em 1970, no então pacato bairro de Maria da Graça, surge uma nova favela próxima da Avenida Suburbana, aumentando o número de assaltos na região.

População das maiores Favelas da Guanabara em 1970:

Favela 1960 1970

Jacarezinho 22.714 31.666
Rocinha         14.569 24.073
Vila Cruzeiro         19.497
Baixa do Sapateiro         16.395
Nova Brasília         16.030

Em 1970, a favela da Rocinha contava com mais de 3 mil mães solteiras. Não havia água e a luz atendia pequena parte da população.

Conjuntos Habitacionais entregues em Janeiro de 1970

Rua Cristo    312 unidades
Santa Luzia    180          “
Bento Cardoso    560          “
Rua da Bica    600          “
Água Branca 1.480          “
Avenida Santa Cruz 1.920          “
Guaporé         2.880          “

Fonte: Rio Operação Favela. 1969. Governo do Estado da Guanabara.

Em 4 de abril de 1970, início da transferência de 61 famílias do Parque Proletário da Gávea para o Conjunto Habitacional da Cohab, na rua da Bica, em Cascadura. Após as mudanças os casebres foram demolidos. Ainda faltava a retirada de 350 famílias que se encontravam na área do futuro Planetário.


Favela da Maré na década de 1970


Em janeiro de 1971, é concluída  a remoção da favela Macedo Sobrinho, no Humaitá. Alguns anos depois, no mesmo local, é construído um conjunto habitacional pra classe média, projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes, que contava inclusive com um plano inclinado.

Em 3 de março de 1971, inauguração do Conjunto Residencial Engenho da Rainha, já habitado por 1.117 famílias provenientes das favelas do Emaq, Nossa Senhora do Loreto, Via 11 e Parque Santa Luzia.

Em 13 de abril de 1971, é concluída a remoção dos moradores da favela da encosta do Corcovado para o Conjunto do Engenho da Rainha. No dia 26 de abril é concluída a transferência dos moradores das favelas do Murundu (Avenida Brasil), Curras das Águas (Marechal Hermes), Faria-Timbó (Maria da Graça), Fazenda Botafogo (Avenida Brasil), entre outras, para as 1.920 unidades do Conjunto Santa Cruz em Senador Camará. Havia também a intenção de remover os cerca de 10 mil moradores da Favela Santa Marta o mais breve possível.

Em outubro de 1971, na favela do Rato, surge uma nova invasão num terreno murado do INPS no bairro do Sampaio, entre as ruas Dois de Maio , Manuel Cotrim e Palm Pamplona. Os moradores saíram das margens do Rio Jacaré onde os aluguéis eram mais caros e  havia o risco de inundações. Em dezembro do mesmo ano a nova favela já contava com cerca de 200 barracos.

Em 25 de janeiro de 1972, cerca de 100 pessoas invadem um campo de pelada, atrás do Conjunto de Vila Arara do IPASE, em Benfica.

Em junho de 1972, surge uma nova favela ás margens da Avenida Brasil, na altura da entrada para o Irajá, ao lado do conjunto do IAPI, na pista sentido Santa Cruz. A nova invasão foi fundada por imigrantes nordestinos, em sua maioria, e moradores de antigas favelas erradicadas da Zona Sul.

Em maio de 1973, surge a favela da Restinga na Barra da Tijuca, localizada às margens da Rodovia Rio-Santos, ao lado da ponte do Marapendi. Em pouco tempo já contava com cerca de 400 barracos e duas mil pessoas.

Em fevereiro de 1974, surge a favela da Tijuquinha, ao lado do Itanhangá Golf Club, local de treino da seleção brasileira.

Em março de 1974, são removidas as primeiras 40 família da favela da Maré, localizada às margens da baía de Guanabara, abrindo caminho para a construção da futura Variante da Avenida Brasil. Na época o DNER contratou uma empresa alemã para os estudos de implantação do prolongamento da Linha Vermelha entre o Campo de São Cristóvão e a Via Dutra.

Em dezembro de 1974, numa área não urbanizada do Aterro do Flamengo, próxima ao Aeroporto Santos Dumont, surge uma nova favela.

Em março de 1975, surge uma favela no Km 14 da Rodovia Rio – Santos, na Barra da Tijuca, na pista sentido Santa Cruz. A invasão já contava com 30 barracos e 2 bares. Os moradores eram operários da construção civil  que trabalhavam nas redondezas.

Em maio de 1975, no Grajaú, surge uma nova favela, no morro do Papagaio, atrás da rua Comendador Martinelli.

Em 2 de agosto de 1977, início da remoção da favela do Rato Molhado, localizada na Avenida Automóvel Club no Engenho da Rainha, para construção do Pré-Metrô.

Em 1980, a desigualdade social se acentua no Rio de Janeiro. A cidade conta 309 favelas abrigando  cerca de 1,8 milhão de habitantes. Entre 1965 e 1980 a população residente em favelas aumentou em 317 %. Em 1965 a cidade contava com 221 favelas para 417 mil habitantes, representando cerca de 11% da população do Município.

Na década de 1980 o processo de favelização se acelera ainda mais, com a explosão do número de  novas invasões e expansões de antigas favelas, concentradas principalmente  ao longo das principais vias expressas e linhas de trem de subúrbio, inclusive da Linha 2 do Metrô. Tudo acobertado pelo próprio poder público socialista, que ainda promovia a distribuição de títulos simbólicos de propriedade para invasões. O tecido social da cidade vai de transformando, se moldando de acordo com os interesses de criação de uma nova sociedade, uma nova realidade. Para sua proteção, as favelas para os órgãos de planejamento eram consideradas áreas especiais de interesse social, quando o termo deveria ser usado para os novos bairros ou empreendimentos habitacionais destinados à população de baixa renda.

Em janeiro de 1980, início da construção do aterro da área da favela da Maré, destinado a abrigar o Projeto Rio, visando a substituição dos barracos de madeira por casas de alvenaria.

Em 1982, inauguração do conjunto habitacional da Vila do João, na Avenida Brasil, após a remoção parcial dos barracos da Favela da Maré.

Em 12 de janeiro de 1985, inauguração de ponte no Jardim América com 37 metros de extensão, sobre o rio Acari, no Parque Proletário Phidias Távora, beneficiando 5 favelas da região.

Em março de 1985, início das obras do aterro hidráulico, para a construção de 300 casas na Favela  de Rio das Pedras. Em fins de 1984 o Governo do Estado iniciou a distribuição de títulos de terra, quando a favela contava com cerca de 15 mil habitantes. Em 1965 a favela contava com cerca de 400 habitantes.

Em 27 de maio de 1985, as firmas Cotepa e Faulhaber iniciam a construção do plano inclinado do complexo de favelas do Pavão/Pavãozinho, com 130 metros de extensão e 5 paradas, com previsão de  entrega para novembro de 1985. 

Em 20 de julho de 1985, na favela do Jacarezinho, é inaugurada a ponte João Goulart, com 14 metros de extensão, ligando a Praça da Concórdia à Travessa Viúva Cláudio.

Em 25 de agosto de 1985, 200 moradores do complexo de favelas Pavão-Pavãozinho ganham título de propriedade.

Em 29 de outubro de 1985, é realizada a primeira viagem experimental do Plano Inclinado da favela do Pavãozinho, inaugurado em 10 de novembro de 1985.  O plano inclinado com 135 metros de extensão contava com 5 estações. Cada carro tinha capacidade para 25 passageiros ou 2 toneladas. A obra promovia ainda mais o crescimento desordenado da favela, ajudando inclusive no transporte de materiais de construção.

Em 13 de novembro de 1985, inauguração de uma praça na favela da Rocinha, na saída do túnel Dois Irmãos, junto ao largo do Boiadeiro, contando com quadra polivalente, brinquedos e mesas de jogos.

Em 1985, o governo Leonel Brizola  planejava implantar um plano inclinado duplo, com subidas e descidas simultâneas, na favela Dona Marta. Segundo o intelectual Darcy Ribeiro, seu vice-governador "favela não é problema, é solução". O governo Brizola promoveu a desordem urbana e a favelização se alastrou aceleradamente em todas a cidade, que nunca mais se recuperou.

Em 12 de novembro de 1986, é aberta licitação para implantação de 6,4 mil ligações de água na favela da Rocinha.

Em 8 de novembro de 1986, o Governo do Estado entrega os últimos 95 títulos de propriedade dos moradores das favelas Pavão e Pavãozinho, em prosseguimento ao programa “Cada Família um Lote”, que já entregou mais de 600 títulos na mesma favela. Em 1986 a cidade contava com 376 favelas.

Obras executadas pelo Programa Especial de Urbanização das Favelas do Pavão/Pavãozinho e Cantagalo:

- Plano Inclinado
- 64 apartamentos para as famílias desalojadas pela abertura de uma rua de acesso ao Ciep, pela construção do Plano Inclinado e pelo deslizamento de terra de 1984
- Melhoria e reconstrução de 45 casas
- Calçamento de vias internas
- Quadra de esporte
- 20 novas casas para substituir barracos com risco de desabamento.

Em 30 de novembro de 1989, é inaugurada a agência bancária do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj) da Rocinha, a primeira instalada numa favela.

Em 1993, fechamento do Hotel São Conrado Palace, com 160 apartamentos, localizado ao lado da favela da Rocinha.

Em 1995, o complexo de favelas da Maré, com 62.458 habitantes, era o maior da cidade.

Em 1996, o prefeito César Maia lança o Projeto Favela Bairro.

Em outubro de 1998, inauguração do plano inclinado da Favela da Serrinha, em Madureira, construído com recursos da Prefeitura.

Em 2000, segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município do Rio de Janeiro contava com 1.092.476 pessoas residindo em aglomerados subnormais, favelas.

Em 2002, segundo levantamento da Prefeitura, a cidade contava com 881 loteamentos irregulares e 752 favelas.

Em 2004, início das obras de urbanização da Favela Santa Marta, fundada em 1930.

Em 2005, a Favela do Chapéu Mangueira no Leme, antes escondida atrás dos prédios, começa a ser vista da Avenida Atlântica, em função de seu acelerado crescimento sobre a área verde do morro da Babilônia.

Em 31 de março de 2006, o Ministério das Cidades, do governo Lula, libera verba de 4 milhões de reais para a distribuição de títulos de posse para imóveis nas favelas da Rocinha e do Vidigal, atendendo cerca de 70 mil moradores residentes há mais de 5 anos.

Em agosto de 2006, dando continuidade ao programa de urbanização da favela Santa Marta, a secretaria de meio ambiente do Município derruba 35 barracos para construção do plano inclinado, abrindo espaço para construção das estações 1 e 2. O plano inclinado contava com 5 estações, sendo que as estações 3, 4 e 5 já se encontravam prontas com o elevador funcionado em fase de testes.

Em 10 de abril de 2007, abertura de licitação para  realização de levantamento topográfico do conjunto de favelas do Complexo do Alemão, dentro do plano de desenvolvimento urbanístico da Prefeitura.

Em 30 de junho de 2007, inauguração do primeiro posto de saúde 24 horas na Favela Vila do João, no Complexo da Maré.

Em 30 de novembro de 2007, início das obras de urbanização do morro Cantagalo, com recursos federais do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre outras melhorias, era previsto a construção de um elevador entre a estação do Metrô General Osório e o alto da favela.

Em março de 2008, no morro da Babilônia, pela primeira vez a Polícia Militar (PM) se instala numa favela para evitar o crescimento desordenado sobre áreas de proteção ambiental, numa ação com a Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Apesar da medida, as invasões prosseguiram.

Em 5 de março de 2010, início da implantação dos primeiros 360 metros de barreiras acústicas da Linha Vermelha, em frente à favela  Parque Boa Esperança, no Caju.

Em 30 de junho de 2010, inauguração do Elevador da Favela do Cantagalo, com capacidade para até 100 passageiros/viagem, composto por duas torres, de 64 metros e 30 metros de altura.

Em julho de 2010, é criado o  programa Morar Carioca, prevendo  a urbanização de mais de 200 favelas.

Em março de  2021, início da construção de casas de alvenaria  junto à barreira acústica da Linha Vermelha no Complexo da Maré, em área antes reservada ao lazer.

Em 8 de setembro de 2015, de madrugada, interdição da Avenida Niemeyer para o içamento da passarela da favela Chácara do Céu.

Cidade do Rio de Janeiro
Evolução da população residente em favelas

1950 169.000
1960 337.000
1970 570.000
2000                1.093.000


REFERÊNCIAS:

Nasce uma favela no Leblon. O Globo. Rio de Janeiro. 18 julho 1955. p.12.

GOULART, José Alipio. Favelas do Distrito Federal. 1957.

Está nascendo uma favela perto da ponte do Governador. Correio da Manhã. 5 fevereiro 1961. Quarto caderno,  p.1.

Inaugurado Banerj Rocinha. O Fluminense. Niterói. 01 dezembro 1987.p.8.

BRISO, Caio Barretto. O arquiteto que sonhou com uma cidade sem favelas. O Globo. Rio de Janeiro. 5 maio 2001.