1930 - 1939

Histórico

Na década de 1930 a modernidade transforma os grandes centros urbanos em miragens, atraindo massas de campesinos que preferem até viver em guetos, em condições insalubres, do que numa vida digna no campo. Atraídos pela riqueza da então capital da república, considerada a cidade maravilhosa, intensifica-se a ocupação das favelas nos bairros de Copacabana e Ipanema. Além da fundação de novas invasões como a Rocinha, que tem seu crescimento acelerado na década de 1940. 

A década de 1930 marca o início do processo de desordem urbana da capital, cuja semente foi plantada em 1897 no Morro da Providência, onde foi fundada a primeira favela da cidade.

O sistema de bondes, antes até famoso internacionalmente, pela excelência dos seus serviços, começa a entrar em decadência, com veículos já envelhecidos e superlotados. A rede de carris já não acompanhava o crescimento da cidade. Enquanto isso os canteiros centrais de muitas avenidas são retirados para facilitar a circulação dos automóveis. A cidade vai se adaptando ao constante aumento da frota de veículos particulares.

Entre 1930 e 1950 a Zona Oeste, na região entre os bairros de Bangu e Campo Grande, além do município de Nova Iguaçu, se transformou em importante pólo produtor de laranja, exportada inclusive para a Europa. Boa parte dos agricultores eram de origem portuguesa. O ciclo só foi interrompido depois de uma praga que dizimou os laranjais gerando grande desemprego.

Balneário europeu no Atlântico Sul

Segundo o renomado geógrafo francês Pierre Deffontaines (1894-1978), responsável pela fundação do curso de geografia da USP em 1935:

“Não existe no mundo outro exemplo de tão importante cidade com população predominantemente branca, de aspecto e civilização nitidamente europeus, a 23° de latitude sul, em zona francamente tropical.” 






Avenida Rio Branco na década de 1910


Praia do Flamengo por volta de 1921
Ao fundo o Hotel Glória em construção


1930

Em janeiro de 1930, é entregue ao tráfego a estrada Sylvestre - Tijuca.

Em 25 de maio de 1930, chegada do dirigível Graf Zeppelin, proveniente da Alemanha, após escala em Recife, com 42 tripulantes e velocidade de cruzeiro de 125 km/h. A primeira linha aérea regular internacional de passageiros.

Em junho de 1930, são inaugurados mais dois Postos de Salvamento na praia de Ipanema, que até então só contava com o Posto 7, localizado em frente à rua Teixeira de Mello. São entregues os postos 8, na altura da rua Farme de Amoedo, e o posto 9, na Rua Jangadeiros, ambos ainda com barracas. No posto 7 é instalado um mastro de observação de concreto armado.

Em julho de 1930, a Inspectoria de Vehiculos inicia, na avenida Rio Branco, a aplicação de grandes pregos niquelados nos cruzamentos, para indicar o ponto de retenção dos veículos.

No dia 20 de setembro de 1930, em Niterói, inauguração da nova estação da Leopoldina Railway, localizada no aterro de São Lourenço junto ao cais do porto, na altura da atual Praça Renascença. Da estação partiam trens expressos, noturnos e de passeio para Friburgo e Rio Bonito

Em setembro de 1930, inauguração das oficinas da Light, em terreno de 150 mil metros quadrados, em Triagem.

Em setembro de 1930, o prefeito do Distrito Federal sanciona lei que proíbe o licenciamento de veículos de tração animal na zona urbana a partir de 1932, como também a circulação de veículos com aro de ferro sobre os trilhos dos bondes.

Em setembro de 1930, é inaugurada a variante de Bomsucesso da Estrada Rio-Petrópolis, com 1,5 Km de extensão, incluindo a construção de um viaduto sobre a linha férrea da Leopoldina, na altura da estação Amorim.  A variante começava em Bemfica, na avenida Suburbana, e terminava na Avenida Democráticos, em frente ao prédio do número 741. Em sua maior parte, a variante foi construída sobre o aterro de uma extensa zona alagadiça. Mais tarde o trecho recebe a denominação de Avenida Leopoldo Bulhões.

No dia 24 de outubro de 1930, incêndio da sede do jornal O Paiz, na Avenida Rio Branco.

Inauguração do viaduto Washington Luiz em Cascadura, sobre a linha férrea da Central do Brasil.

A cidade contava com cerca de 15 mil veículos automotores. O Km zero da Rodovia Rio-São Paulo era no Largo de Campinho e da Rodovia Rio-Petrópolis no Largo de Bemfica.

Conclusão da obra de remodelação da estação inicial da Estrada de Ferro Maricá em Neves, município de São Gonçalo.

Conclusão do Plano Diretor da cidade, elaborado pelo professor Alfred Agache.

Instalação de telefones automáticos nos bairros do Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon. Funcioanava diretamente, sem a necessidade da telefonista.

Inauguração do elevado de Quintino, sobre a Estrada de Ferro Central do Brasil.

Fundação da favela Santa Marta, em Botafogo.

Prosseguia a obra de reconstrução do Teatro Joao Caetano, na Praça Tiradentes.

Em Niterói, o bairro de Icaraí só contava com a Praia de Icaraí pavimentada, as demais ruas eram todas de chão batido.

No início de 1930, em Copacabana foram entregues o Edifício Renaud Lage, na avenida Nossa Senhora de Copacabana, esquina com a rua Duvivier, e também o Edifício Ipiranga, um dos primeiros arranha-céus da Avenida Atlântica.

Lançamento do loteamento do Bairro dos Estrangeiros, entre a Rua Santo Amaro e o bairro de Santa Teresa, pela firma Junqueira & Cia. Ltda.

Construção de um viaduto sobre a linha férrea, junto à estação Santa Cruz da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Em 1930, foi concluída a construção da Estrada Alto da Boa Vista - Paineiras, de interesse turístico.


Igreja da Candelária em 1930, antes da abertura da Avenida Presidente Vargas


1931

No dia 12 de outubro de 1931, inauguração da estátua do Cristo Redentor, no topo do morro do Corcovado, ideia lançada pela Princesa Isabel.

Cântico ao Cristo do Corcovado

Aos pés de Maria Imaculada deponho este pobre poema, que é uma oração de adoração ao puro amor e uma prece pelos destinos do Brasil.

SENHOR !
- na montanha clara,
em meio da paisagem
ardente de beleza
sobre o granito batido
de ventos imemoriais
e sob a lucilação
das estrelas sagradas,
meu povo ergueu a Tua imagem gloriosa...
Ergueu-a comovidamente,
consciente do seu impulso de amor fervente,
mas talvez inconsciente
do sentido telúrico
do gesto que nasceu
das raízes de eternidade de sua alma,
e da eminência ilustre
estendes agora os braços numa bênção
sobre a paisagem harmoniosa,
sobre a cidade que tumulta a Teus pés,
sobre as águas sonoras
do golfo azul.
Estendes os braços numa bênção
que busca o horizonte longe
e que o ultrapassa:
que abrange as extensões ilimitadas
corre por sobre campos e florestas,
sobre desertos e restingas,
sobre as terras encharcadas das enchentes,
e os torrões áridos das secas,
e as fontes perdidas na selva úmida
e os caudais transbordantes e violentos,
e as cidades - que - vivem
e as cidades - que - morrem,
e alcançam o último bloco de terra caída
e a última choça dolorosa
da realidade brasileira.
Estendes os braços numa bênção infinita!
E a infinitude dessa bênção
responde, não apenas
ao movimento simples
de amor e adoração
que é a efêmera aparência
do gesto exaltador
- mas ao infinito apelo
informulado
que Tu sabes, Senhor, que do mais fundo
de nossa fragilidade
sobe, hesitante, balbuciante,
para a Tua misericórdia paternal!" - 

TASSO DA SILVEIRA 

Cântico ao Cristo do Corcovado (1931), 7ª edição, in Poemas, Seleção coordenada por Ildásio Tavares, São Paulo/Rio de Janeiro, Edições GRD/Academia Brasileira de Letras, 2003, pp. 81-81.


No dia 12 de outubro de 1931, inauguração do Hotel Rio Branco, prédio de 6 andares localizado na rua Visconde de Rio Branco, 22, esquina com a rua Regente Feijó.

Inauguração do edifício A Noite, na Praça Mauá, na época o prédio mais alto da América do Sul. Os anos 30 marcam o início da descaracterização da volumetria e do desenho das fachadas da avenida Rio Branco, que passa a ganhar excessivo número de espigões. Processo semelhante também se iniciava em Copacabana.

Conclusão da construção do edifício Gervásio Seabra, na Praia do Flamengo, com desenho inspirado de um castelo da Toscana, Itália.

É instalada a primeira escada rolante do Brasil, na loja Casas da Criança, localizada na rua Ramalho Ortigão, Centro, fabricada pela Otis. 

Foto – Vista Aérea do Centro em 1931
Foto – Vista área da Avenida Rio Branco, por volta de 1930


Brazil Ferro-Carril, 15/02/1935


1932

No dia 28 de janeiro de 1932, no Palácio do Itamarati, é inaugurado o serviço de ligação telefônica internacional para Portugal e Espanha.

Em janeiro de 1932, é inaugurado o novo prédio da sede do América Football Club, na Rua Campos Salles. 

Em julho de 1932, é lançado o primeiro número da Revista Municipal de Engenharia, ainda com o nome de Revista da Directoria de Engenharia.

Primeira ocupação ilegal da favela da Rocinha. Essa primeira casa, conhecida como a Casa Número 1, foi transformada no ano de 2003, pelo Ministro da Cultura Gilberto Gil, em Centro Cultural. Um monumento em homenagem à desordem urbana.

Início da construção da rodovia Itaipava (Petrópolis) – Teresópolis. A obra foi paralisada em 1934 e retomada em 1936, sendo concluída somente em 1942, pavimentada com concreto asfáltico.

Início da construção dos Apartamentos Econômicos da Gamboa, na rua Barão de Gamboa, entregue em 1934.

A praça Nossa Senhora da Paz ganha o seu primeiro ajardinamento, quando o bairro de Ipanema era considerado “afastado”.

Construção do prédio da sede da Standard Oil Company, na Avenida Beira Mar, em estilo art déco, do arquiteto inglês Robert Prentice. 


Praça Marechal Floriano em 1933
local do antigo Convento da Ajuda demolido em 1910


1933

No dia 25 de maio de 1933, é lançada a pedra fundamental do prédio da Companhia Adriática de Seguros, localizado na rua Uruguayana, esquina com rua Buenos Aires. m prédio de 12 andares, em estilo art déco, de autoria do engenheiro Angelo Bruhns.

Transformação do Hotel Balneário, de apenas 34 aposentos, no Cassino da Urca.

Em abril de 1933, entrega da ponte do Cabuçu, construída em concreto armado, com vão livre de 28 metros e 7,35 metros de largura.

No dia 12 de novembro de 1933, é inaugurado o Restaurante Albamar, do empresário Rodolfo Souza Dantas, instalado numa das torres do Mercado Municipal.

Em novembro de 1933, é inaugurado o novo prédio do Hospital da Venerável Ordem Terceira da Penitência, na rua Conde de Bonfim, na Tijuca.

O viaduto de São Cristóvão, localizado junto à estação ferroviária de mesmo nome, se encontra em fase final de construção.

Realização da primeira prova do circuito automobilístico de rua da Gávea, sendo a última prova realizada em 1952.

Início da construção da Escola Naval, no local da antiga Fortaleza de São Francisco Xavier, na ilha de Villegaignon. A Escola é inaugurada em 11 de junho e 1938.

Início da construção da nova estação Dom Pedro II, entregue em 1941. Também em 1933 foi iniciada a construção do Palácio da Guerra, na Praça da República, e da igreja de Santa Terezinha. 

Conclusão da construção do segundo armazém do porto de Angra dos Reis.

Fundação da favela do Pinto, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, junto ao atual campo do Flamengo. A remoção da favela só foi concluída em 1969, após um incêndio.

1934

No dia 11 de julho de 1934, inauguração do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea.

Inauguração do Casino Atlântico, no posto 6 em Copacabana. No mesmo ano é entregue o Edifício Ceará, em estilo art déco, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 206.

Construção da primeira piscina do Hotel Copacabana Palace.

São extintos os últimos lampiões de gás para iluminação pública, nos bairros mais afastados.

Transferência do Museu da Cidade, da escola municipal Dom Aquino Corrêa, em Copacabana, para o parque da Cidade, na Gávea.  A primeira sede do Museu localizava-se no antigo Palácio da Prefeitura, demolido para abertura da avenida Presidente Vargas.

No dia 22 de março de 1934, inauguração do Teatro Rival.

No dia 12 de abril de 1934, o Ministro da Viação e da Fazenda assinam contrato com a Luftschiffbau Zeppelin G.m.H. para estabelecimento de uma linha aérea regular de dirigíveis entre o Brasil e a Europa, além da construção de um aeroporto para dirigíveis no Rio de Janeiro.

Em outubro de 1934, início da construção do hangar em estrutura metálica para dirigíveis no campo de São José nas proximidades de Santa Cruz, junto com a construção de novo ramal ferroviário e rodovia macadamizada de 3 km de extensão.

Inauguração do edifício da Mesbla, na rua do Passeio.

Em 1935, é concluída a construção do Edifício Colúmbia em estilo art déco, localizado na Praia do Flamengo, na altura da rua do Russel.

Lançamento do primeiro número do periódico Guia Rex, ainda com o nome Indicador Geral do Rio de Janeiro, por iniciativa de Ary Carlos dos Reis e Souza, que tinha trabalhado nos levantamentos de cadastros prediais do Distrito Federal para os Recenseamentos de 1920 e 1930.

No período 1921-1934 o norte-americano Joseph Wesley Finch vende os primeiros lotes do futuro bairro do Recreio dos Bandeirantes. O acesso ao bairro era feito por Madureira, passando pelas estradas dos Bandeirantes e Rio Morto. A viagem para o Centro durava algumas horas. Após o seu falecimento, os terrenos são vendidos para a empresa imobiliária Predial Bandeirantes, criada no mesmo ano.

Início do aterro da praia da Saudade, concluído em 1935, para a instalação da sede do Fluminense Yacht Club.

Demolição do Teatro Lírico, localizado na rua  rua Treze de Maio.

Em Copacabana, é entregue o Edifício Ophir, em estilo art déco, localizado na rua Ronald de Carvalho, 154.

Foto – Vista da Cinelândia e da Esplanada do Castello em 1934

Foto – Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 1935

1935

O Distrito Federal contribuía com 41% da arrecadação total do imposto de renda da União, enquanto o estado de São Paulo 32% e o Rio Grande do Sul 5%.

Início da operação do Aeroporto Santos Dumont, ainda com pista provisória.

No dia 22 de maio de 1935, conclusão do aterro do bairro da Fonte da Saudade, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Em novembro de 1935, insurreição comunista na Praia Vermelha e na Escola de Aviação do Campo dos Afonsos.

No dia 11 de dezembro de 1935, início da construção do Casino Balneário da Urca, concluído em 8 de fevereiro de 1936.

Entrega do edifício Amazonas, em estilo art déco, na rua Fernando Mendes, em Copacabana, e do edifício Ipu, na rua do Russel, ao lado do Hotel Glória.

Inauguração da escola municipal Dom Aquino Corrêa, em Copacabana.

Construção da piscina olímpica do Clube Guanabara, no Mourisco, ainda com águas da baía de Guanabara.

Entre 1935 e 1936 é construído o Edifício Corcovado, projetado pelo arquiteto Enéas Silva em 1935, sendo o segundo arranha-céu erguido na Praia de Botafogo.

A cidade ganha o primeiro posto público de telefonia, localizado na Galeria Cruzeiro. 

Inauguração do Edifício Almirante Tamandaré, sede da Marinha do Brasil, localizado na Praça Barão de Ladário. O núcleo inicial do Arsenal da Marinha foi implantado em 1760, em terreno doado pelos monges de São Bento. 

Construção do Edifício Embaixador, na Avenida Atlântica, projeto de Freire & Sodré. 

Em 1935, é construído o primeiro prédio com mais de dois andares em Ipanema. Nas décadas de 1950 e 1960 é iniciada a demolição de casas para a construção de edifícios de apartamentos.


Linha de omnibus Saénz Peña – Lapa, da Empreza Viação Central, em 1935


1936

Em abril de 1936, o prefeito Pedro Ernesto é preso, acusado de envolvimento com a Aliança Nacional Libertadora, sendo libertado em setembro de 1937.

Em julho de 1936, são iniciadas as obras de construção de uma ponte rodoviária na rua Safira, sobre o rio das Pedras, entre as estações de Rocha Miranda e Honório Gurgel.

No dia 8 de agosto de 1936, em Jacarepaguá, com a presença do ditador Getúlio Vargas, são inauguradas as novas instalações do Hospital Juliano Moreira, onde já existia uma colônia de doentes mentais.

No dia 25 de outubro de 1936, inauguração do Hospital Miguel Couto.

Em novembro, de 1936 inauguração do Cinema Metro, na rua do Passeio. Foi o segundo cinema da cidade a ter ar-condicionado. O primeiro foi o Cine Varieté, localizado na Avenida Atlântica, que funcionou entre 1935 e 1942.

Em novembro de 1936, a Directoria de Saneamento da Baixada Fluminense inicia as obras de construção do canal do Faria, que se estendia desde a Avenida dos Democráticos até a estação de Amorim (atual Manguinhos), com 1.150 metros de extensão e 18 metros de largura. O canal do Faria recebia águas dos rios Faria e Timbó, evitando o alagamento da Rodovia Rio-Petrópolis. 

Em novembro de 1936, em solenidade com a presença do prefeito Olympio de Mello, é inaugurado o prolongamento da estrada das Paineiras até o alto do morro do Corcovado.

Em dezembro de 1936, é iniciada a construção da ponte entre o continente e a ilha do Villegagnon, facilitando o acesso à futura Escola Naval.

Inauguração do cinema Plaza, na rua do Passeio.

Início da construção do edifício-sede do Ministério do Trabalho, na esplanada do Castelo, projetado pelo arquiteto Mário dos Santos Maia, sendo inaugurado em 10 de novembro em 1938. No mesmo ano é iniciada a construção do Palácio Capanema, concluído em 1945 e entregue em 1947.

O arquiteto Lúcio Costa (1902-1998) sugere a implantação da Cidade Universitária da UFRJ num aterro sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas. O projeto foi rejeitado pela Universidade. 

Entrega do Edifício Marumby, mais um ícone do art déco, localizado na rua Rodolfo Dantas, 26, esquina com a Avenida Nosso Senhora de Copacabana. No mesmo ano é entregue o Edifício Petrônio, também em art déco, localizado no Lido, na rua Ronald Carvalho, 55.

Iniciando o processo de verticalização do bairro de Ipanema, com a entrega do Edifício Marambaia de 10 andares, localizado na esquina das avenidas Vieira Souto e Francisco Bhering.

Foto – Esplanada do Castelo em 1936, com barco carnavalesco cenográfico “Iate dos Laranjas”. 

1937

Em fevereiro de 1937, são inauguradas as torres dos postos de salvamento da praia de Copacabana.

Em 31 de maio de 1937, início da pavimentação, com placas de concreto, da Estrada da Gávea, no trecho entre a Praça São Conrado e o Retiro do Joá, sendo inaugurada no dia 11 de junho de 1938.

No dia 10 de julho de 1937, inauguração da eletrificação do primeiro trecho da Estrada de Ferro Central do Brasil, entre a estação inicial de Dom Pedro II e Madureira.

No dia 15 de novembro de 1937, inauguração da estátua equestre do Marechal Deodoro da Fonseca, localizado na praça de mesmo nome, entre o Passeio Público e a Praça Paris. 

No dia 8 de novembro de 1937, na administração do prefeito Henrique Dodsworth através do Decreto Municipal n. 6.092, é criada a Comissão do Plano da Cidade, que em 6 de dezembro de 1945, através do Decreto-Lei nº 8.304, é transformado em Departamento de Urbanismo, subordinado à Secretaria Geral de Viação e Obras da Prefeitura do Distrito Federal.

No dia 22 de dezembro de 1937, inauguração do cine São Luís, no Largo do Machado.

No dia 28 de dezembro de 1937, é inaugurado o Monumento ao Almirante Tamandaré, na Praia de Botafogo, no local onde desde 1916 havia uma herma do Marquês, patrono da Marinha Brasileira. 

Demolição do Casino Beira Mar, construído sobre o antigo terraço do Passeio Público.

Alargamento da rua Luiz de Vasconcelos, aproveitando o recuo do jardim do Palácio do Monroe.

Inauguração da Estrada do Redentor, ainda não pavimentada, permitindo o acesso de automóveis ao mirante do Cristo Redentor. Na época prosseguia a obra da Estrada da Covanca, visando facilitar a ligação do Centro com a Baixada de Jacarepaguá, incluindo o novo bairro do Recreio dos Bandeirantes.

Realização de concurso para o ante-projeto do Ministério da Fazenda. A construção do prédio começa no mesmo ano, sendo concluída em 1943.

Inauguração das praças Rio Grande do Norte, no Engenho de Dentro, da praça da Pérola em Madureira, e da Praça das Nações em Bonsucesso.

Construção do Edifício Capibaribe, em estilo art déco, localizado na rua Senador Vergueiro.

Em 1937, é inaugurada a estação elevatória de esgotos dos bairros de Ipanema e Leblon, localizada na Avenida Epitácio Pessoa, em frente ao Clube Caiçaras.
 
Em 1937, a Prefeitura do Distrito Federal inicia os estudos para a construção de uma Cidade Universitária, abrigando toda a Universidade Federal do Rio de Janeiro num único lugar. Estudava-se a implantação da Cidade Universitária em 4 locais: Praia Vermelha, Quinta da Boa Vista, Lagoa Rodrigo de Freitas e Vila Valqueire. A solução encontrada, no entanto, foi o aterro de 9 ilhas da baía de Guanabara, formando uma grande ilha. As obras do aterro foram iniciadas em 1941 e as primeiras unidades de ensino da Cidade Universitária entram em atividade em 1948.

1938

Em janeiro de 1938, início da construção da Avenida Edson Passos, ainda com o nome de Avenida Tijuca, ligando a Usina ao Alto da Boa Vista. A obra se encontrava parcialmente concluída em 1940.

No dia 20 de fevereiro de 1938, inauguração do segundo trecho eletrificado do trem de subúrbio da Estrada de Ferro Central do Brasil, entre Madureira, Bangu e Nova Iguaçu.

Em abril de 1938, prosseguiam os trabalhos de aterro para construção de nova linha da Estrada de Ferro Central do Brasil, entre a estação Heredia de Sá e o cais do Porto, na ponta do Caju.

No dia 17 de maio de 1938, o decreto Lei nº 430 dispõe sobre e substituição gradativa da rede área de energia elétrica em alta e baixa tensão por canalizações subterrâneas, considerando que os cabos aéreos para suprimento de energia elétrica prejudicam o plano de embelezamento da capital da república.

No dia 30 de maio de 1938, tombamento dos limites do Jardim Botânico. O Horto Florestal só foi tombado em 17 de dezembro de 1973. A área do Jardim Botânico foi registrada pela primeira vez em 1854, por Dom Pedro II. 

No dia 10 de novembro de 1938, é inaugurado o edifício-sede do Ministério da Fazenda, projetado pelo arquiteto Luiz Eduardo Frias Pereira de Moura.

No dia 17 de novembro de 1938, é inaugurada a magnífica estrada de acesso ao Cristo Redentor.

Em dezembro de 1938, é lançado o projeto de construção do novo prédio da Imprensa Nacional, a ser construído no cais do Porto, próximo à Praça Mauá. O prédio mais tarde passa a abrigar a sede do Departamento da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Em dezembro de 1938, o Prefeito Henrique Dodsworth assina um Decreto autorizando a desapropriação das quadras compreendidas entre a Praça Onze e o Campo de Santana, para o prolongamento da Avenida do Mangue, na faixa entre as ruas Senador Eusébio e Visconde de Itaúna.

No dia 31 de dezembro de 1938, inauguração do Monumento aos Heróis de Laguna e de Dourados, na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha.

Conclusão da abertura do Corte do Cantagalo, recebendo pavimentação com placas de concreto. As obras de abertura da avenida foram iniciadas em 1916

Entrega da urbanização do Jardim de Alá e construção da segunda ponte sobre o canal, ligando as avenidas Visconde de Pirajá e Ataulfo de Paiva.  

Em 1938 o português Paulo Felisberto Peixoto da Fonseca doa sua chácara para cinco instituições de caridade que elaboram o projeto de loteamento e arruamento do Bairro Peixoto, aprovado pela Prefeitura do Distrito Federal em 14 de junho de 1938.

Inauguração do terminal de passageiros para hidroaviões, localizada na Praça Marechal Âncora. No mesmo ano é iniciada a construção do terminal de passageiros do Aeroporto Santos Dumont.

Inauguração Praça General Tibúrcio na Urca, abrindo acesso da população civil à Praia Vermelha, antes restrita aos militares.

Inauguração do Teatro Golden Room, no Copacabana Palace, com show de Maurice Chevalier.

Criação da Universidade Católica do Brasil, sendo autorizada sua instalação em outubro de 1940, nas dependências do Colégio Santa Inácio, ainda como faculdade.

Construção do edifício sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na rua México, projetado pelos arquitetos Marcello Roberto e Milton Roberto em 1936.

Demolição do prédio da Imprensa Nacional, para o alargamento da rua 13 de Maio.

Os arquitetos Pedro Latif e Joseph Gire projetam o Edifício Paraopeba, localizando na Praia de Botafogo, esquina com a rua Marquês de Abrantes, no local da antiga residência da Rainha Carlota Joaquina. O prédio foi construído no mesmo ano. 

O IPHAN tomba a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, localizada no bairro do Pilar, no município de Duque de Caxias.

Entrega do Edifício Itaóca, localizado na rua Duvivier 43, Copacabana.

Foto – Vista Aérea do Leblon em 1938

1939

No início de 1939, conclusão do primeiro trecho da rodovia litorânea Niterói-Campos (atual Amaral Peixoto) ainda sem pavimentação, até Cabo Frio, aproveitando, em parte, trechos de estradas existentes.

Demolição do prédio da Policlínica na Avenida Rio Branco para abertura do prolongamento da Avenida Nilo Peçanha entregue em 1940.

Por volta do ano de 1939 são retirados os refúgios centrais, com os posteamentos de iluminação, das avenidas Atlântica, Nossa Senhora de Copacabana e Barata Ribeiro, no bairro de Copacabana.

No dia 30 de novembro de 1939, criação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o terceiro do país, protegendo a flora e fauna dos atuais municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis.

Construção do edifício Imperator, na esquina da Avenida Atlântica com a rua Joaquim Nabuco, em Copacabana.

Em dezembro de 1939, é assinado o decreto para desapropriação dos terrenos necessário à construção da Variante de Acesso à Rio-Petrópolis, atual Avenida Brasil, ligando o cais do porto ao bairro de Parada de Lucas. As obras foram iniciadas no ano seguinte.

Construção da primeira ponte sobre o canal da Lagoa de Marapendi pela Imobiliária Barra da Tijuca S.A, proprietária dos atuais sub-bairros Tijucamar e Jardim Oceânico. 

No final de 1939, a Prefeitura do Distrito Federal já estudava a retirada dos postes de iluminação e das árvores do canteiro central da Avenida Rio Branco.

Construção do edifício Albervânia, localizado na rua Tonelero, 180, em estilo art déco, onde mais tarde, em 1954, acontece o atentado contra o então jornalista e Deputado Federal Carlos Lacerda.

Em agosto de 1939, o Prefeito Edison Passos apresenta o plano de arrasamento do Morro de Santo Antônio, com o material sendo aproveitado para o alargamento da Avenida Beira Mar na enseada da Glória e na Praia do Flamengo.

Em 1939, são criadas as faculdades particulares Santa Úrsula e Gama Filho.

Início do loteamento do Alto Leblon.


Ponto de omnibus na Avenida Rio Branco em 1939
Acervo Revista Life


Demolição da Policlínica, na Avenida Rio Branco, em 14/12/1939, para o prolongamento da Avenida Nilo Peçanha. Foto de Augusto Malta
Acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.


Loja da Condor-Lufthansa na Avenida Rio Branco, em 1939


Administração do Prefeito Henrique Dodsworth
Principais obras do período Junho/1937 – Março 1940:

-  Urbanização do Passeio Público: Demolição dos Prédios do Cassino Beira Mar, alargamento da rua do Passeio e avenida Luiz de Vasconcelos;

-      Ampliação da Praça 11 de Junho, com a demolição do prédio da Escola Benjamin Constant.

- Conclusão da abertura da avenida do Corte do Cantagalo, pavimentada com placas de concreto.

- Demolição do quartel para execução da praça General Tibúrcio

- Demolição da Policlínica na av. Rio Branco para o prolongamento da avenida Nilo Peçanha

- Retirada dos refúgios centrais da avenida Atlântica e rua Barata Ribeiro

- Conclusão da abertura e construção da estrada do Corcovado

Alargamento, abertura de passagens, aumentos de raios de curva, na avenida Beira Mar (Oswaldo Cruz)

Eliminação da curva da morte na confluência da avenida Oswaldo Cruz com a Praia de Botafogo

Demolição de parte do prédio da Imprensa Nacional e alargamento do Largo da Carioca.

Alargamento da avenida Epitácio Pessoa, no trecho junto à praça Corumbá 

Abertura e construção da Praça Corumbá

Alargamento da praça Juliano Moreira, em Botafogo, com o recuo do alinhamento da av. Wenceslau Braz.

Construção da Vista Chinesa

Alargamento de trecho da Avenida Pasteur

Alargamento da Praça Juliano Moreira, em Botafogo, em frente à sede do Botafogo de Futebol e Regatas.

Asfaltamento da Avenida Niemeyer

Construção de novas estação inicial dos bondes da Zona Sul no Largo da Carioca, com passagem inferior para pedestres.

Construção da Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha.


REFERÊNCIAS: 

Variante na Estrada Rio-Petrópolis. Revista Estradas de Ferro. 15 setembro 1930. p.455.

Obras Públicas. Estradas de Rodagem. Brazil Ferro-Carril. Rio de Janeiro. 15 julho 1936. p.26.

Obras Públicas. Estradas de Rodagem. Brazil Ferro-Carril. Rio de Janeiro. 30 novembro 1936. p.288.

A inauguração da rodovia do Christo Redentor. A Batalha. Rio de Janeiro. 12 novembro 1938. p.4.

CRULS, Gastão. Aparência do Rio de Janeiro. Volume 2. 1949.

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