Histórico
Jacarepaguá é um nome indígena que significa lagoa rasa dos jacarés. Os primeiros proprietários da região foram os sesmeiros Julião Rangel de Macedo e a Jerônimo Fernandes que lutaram junto com Salvador de Sá nas batalhas de expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.
No entanto, apesar de terem recebido a sesmaria em 1565, a região não foi ocupada. Em 1594 a região foi doada para os filhos do governador Salvador de Sá, Gonçalo Correia de Sá e Martim Correia de Sá, que constroem 11 engenhos de açúcar, entre eles o engenho de Nossa Senhora dos Remédios, o Engenho d’Água, o Engenho da Serra, o Engenho de Fora, o Engenho da Taquara e o Engenho do Camorim.
Em 1616 foi construída a Capela de Nossa Senhora da Cabeça no Engenho da Taquara, atual Fazenda do Barão da Taquara.
1661, o primeiro registro de alforria do Brasil foi em Jacarepaguá, após o milagre de um escravo encontrar os cavalos perdidos de um senhorio através de um sinal no céu. O senhorio também viu o sinal e mandou construir no mesmo ano a Capela de Nossa Senhora da Penna.
Em 6 de março de 1661, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora do Loreto e Santo Antônio, a terceira freguesia do Rio de Janeiro (unidade administrativa), depois das freguesias de Nossa Senhora da Candelária (1634) e Irajá (1645).
Nos anos de 1800 os 11 engenhos de açúcar foram transformados em fazendas de café. Jacarepaguá se tornou uma das mais importantes regiões produtoras de Café do Brasil.
Mapa - Os engenhos de Jacarepaguá
Em 1910, abertura da Estrada da Covanca, ligando Água Santa a Jacarepaguá. Caminho que já existia no período colonial.
Obras de melhoramento da Estrada da Covanca em 1921
Em 8 de agosto de 1936, com a presença do presidente Getúlio Vargas foram inauguradas as novas instalações do Hospital Juliano Moreira, onde já existia uma colônia de doentes mentais.
Em 1937, prosseguiam as obras de reconstrução da Estrada da Covanca, visando facilitar a ligação do Centro com a Baixada de Jacarepaguá, incluindo o novo bairro do Recreio dos Bandeirantes.
Em 1941, é inaugurado o Sanatório de Jacarepaguá, com capacidade para 600 leitos, destinado a pacientes com tuberculose. As obras do hospital, a cargo do Ministério de Educação e Saúde Pública, foram iniciadas em 1937.
Em novembro de 1942, são paralisadas as obras de construção da Estrada Grajaú – Jacarepaguá, quando faltava abrir um trecho de 6 Km entre a Represa dos Ciganos e a rua Visconde de Santa Izabel, no Grajaú. As obras foram retomadas em 1945 e concluídas em 1950,
Em 1944, o Hospício de Alienados é transferido da Urca para Jacarepaguá.
Em 1950, é concluído o alargamento da Estrada dos Bandeirantes, até o Km 11.
Em 3 de novembro 1964, a COHAB inicia a construção de um conjunto habitacional em Jacarepaguá com 2.745 unidades, localizado na Freguesia, na Avenida Edgard Werneck, mais tarde nomeado de Cidade de Deus.
Em 10 de julho de 1966, é inaugurado o Autódromo International do Rio, antes mesmo da abertura da Via 9, atual Avenida Abelardo Bueno.
Em 29 de março de 1967, o governador Negrão de Lima entrega 1.500 residências, uma elevatória de esgoto, um mercado da COCEA e duas escolas, entre outros melhoramentos na Cidade de Deus.
Em dezembro de 1967, são entregues mais 1.700 casas na segunda gleba Cidade Deus, totalizando 4.700 residências.
Conjunto Habitacional da Cidade de Deus
Cidade de Deus em 1967
Em junho de 1968, são lavradas as primeiras escrituras da Cidade de Deus.
Em 1969, é realizado levantamento aerofotogramétrico da região da Barra da Tijuca, visando a implantação de novo plano de ocupação. Em 1969 surge uma favela na margem direita do rio Fundo, na entrada da Cidade de Deus. O conjunto habitacional Cidade de Deus, com 5 mil residências contava com cerca de 32 mil habitantes.
Em 1969, é inaugurado o Conjunto Habitacional Gabinal, próximo à Cidade de Deus.
Em 1970, o presidente Eurico Carrastazu Médici veta a realização da Expo-72, na Barra da Tijuca, comemorativa dos 150 anos da independência do Brasil. A exposição deveria ser realizada entre os dias 21 de abril e 15 de novembro de 1972, com a participação de 80 países. Previa-se a construção de um monotrilho ligando o aeroporto do Galeão à Barra da Tijuca, com paradas na Penha, Irajá, Madureira e Jacarepaguá.
Em 21 de janeiro de 1970, inauguração da usina de asfalto do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-GB), em Jacarepaguá, para o programa de pavimentação da Baixada de Jacarepaguá e do Distrito Industrial de Santa Cruz. Até então o DER-GB contava com as usinas de asfalto de Parada de Lucas e da Avenida Brasil.
Em 22 de janeiro de 1970, é inaugurada a Avenida Marechal Miguel Salazar, com 2,6 Km de extensão, entre a Cidade de Deus e o bairro da Taquara.
Em 16 de abril de 1970, o DER conclui a obra de implantação da Via 9, com 10 km de extensão, entre o Recreio dos Bandeirantes e a Estradas dos Bandeirantes em Jacarepaguá. A obra foi iniciada em maio de 1968, sofrendo várias paralisações em função das obras nas vias 11 e 5.
Em junho de 1970, a Via 11, atual avenida Ayrton Senna, é interditada no trecho entre a Avenida das Américas e a Via 5, atual avenida Abelardo Bueno, para demolição da ponte metálica desmontável, sobre a Lagoa de Camorim (Jacarepaguá), para alargamento do canal. Em novembro de 1970 a Via 11 foi reaberta ao tráfego, junto com a ponte de madeira provisória.
Em janeiro de 1971, inauguração da estação de passageiros do Aeroporto de Jacarepaguá.
Em 3 de março de 1971, é inaugurado o 12º Batalhão da Polícia Militar, na Estrada do Pau Ferro, em Jacarepaguá.
Em 11 de março de 1971, é aprovado o Decreto “E” nº 4.890, aprovando o Projeto de Alinhamento (PA) nº 8.997 para a Baixada de Jacarepaguá, adequando a malha viária proposta pelo Plano Lúcio Costa, que aproveitou o Projeto de Alinhamento nº 5.596 de 29 de dezembro de 1950.
Em outubro de 1971, a Via 11 já se encontrava implantada, sendo asfaltada apenas no trecho da Avenida Sernambetiba até a margem sul da lagoa de Jacarepaguá. As vias 5, 9 e Variante Ponta-Bandeirantes também se encontravam implantadas, mas sem pavimentação.
Em março de 1972, o Metrô estudava o traçado de suas linhas na Baixada de Jacarepaguá. O trajeto sugerido foi ligeiramente modificado pelo urbanista Lúcio Costa, afim de permitir o acesso aos futuros centro cívico e administrativo. O Metrô planejava o prolongamento da Linha 1 desde a Praça Sáenz Peña até a Freguesia, passando pelos bairros do Andaraí, Meyer, e Boca do Mato. Com o plano de ocupação da Baixada de Jacarepaguá a linha foi prolongada até o entroncamento da Avenida das Américas com a Via 11. Numa segunda etapa, após a consolidação da ocupação da região, deveria ser construída uma linha entre Curicica e a Penha, passando por Madureira e Irajá.
Em 16 de dezembro de 1972, entrega ao tráfego da segunda ponte provisória de madeira sobre a Lagoa de Camorim enquanto não é terminada a construção da ponte definitiva de concreto de protendido. O tráfego da Via 11 para Jacarepaguá seguia pela Via 5 (atual Abelardo Bueno) enquanto não eram finalizadas as duas pontes provisórias de madeira sobre o Arroio Fundo, permitindo a ligação direta com a Cidade de Deus. Também em dezembro de 1972 é concluída a pavimentação do trecho de 2,1 km da Via 11 entre as pontes provisórias de madeira da Lagoa de Camorim e do Arroio Fundo, que ainda estava em construção, além da pavimentação do trecho da Via 5 (atual Abelardo Bueno) entre a Via 11 e o Arroio Pavuna, e da Estrada do Arroio Pavuna entre a Estrada dos Bandeirantes e a Via 5.
Vista do Autódromo em 1972
Em 23 de maio de 1973, o Governo da Guanabara, através do Itamarati, solicita ao Governo do Japão o estudo da viabilidade técnico-econômica para implantação de 3 linhas de monotrilhos. A primeira ligando o Largo do Estácio a Pavuna, a segunda da Praça XV ao Grajaú, e a terceira, entre a Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, ao futuro Centro Metropolitano da Baixada de Jacarepaguá. No dia 7 de dezembro, os técnicos japoneses confirmam a viabilidade das linhas Estácio-Pavuna e Jardim de Alá - Barra da Tijuca. A previsão era que a linha prioritária para a Pavuna pudesse ser construída em 2 anos, após a assinatura do contrato. No dia 29 de maio de 1974, o cônsul geral do Japão entrega ao Governador Chagas Freitas, em caráter oficial, os estudos realizados por uma comissão de técnicos japoneses.
Em novembro de 1973, para desafogar o tráfego da Via 11 (atual Avenida Ayrton Senna) é ampliada a ponte do Sangrador, sobre o rio da Branca da Velha, localizada na confluência da rua Edgard Werneck com a Estrada do Gabinal.
No dia 28 de junho de 1974, criação do Parque Estadual da Pedra Branca, em área de 12,5 mil hectares, se estendendo pelas serras dos bairros de Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes, Grumari, Campo Grande, Bangu, Barra de Guaratiba e Senador Camará.
Em outubro de 1974, é concluído o projeto básico da Linha Amarela, via expressa com 23,7 km de extensão entre Jacarepaguá e a Avenida Brasil, sendo prevista a implantação de uma linha de Metrô em sua faixa de domínio.
Em junho de 1977 é concluída a pavimentação de 5 estradas de acesso ao futuro Autódromo de Jacarepaguá: as estradas do Guerenguê, Curicica, Pedro Corrêa, André Rocha e Calmet. Na mesma época estava sendo finalizada a pavimentação do estacionamento do Autódromo. No mesmo mês é iniciada a construção da Variante do Morro da Panela (Variante do Canal), com 2,7 km de extensão entre o Largo da Panela em Jacarepaguá e o Clube do Tiro na Barra da Tijuca. A variante substituiu um trecho estreito e sinuoso de 6 km da Estrada de Jacarepaguá.
Em 7 de agosto de 1977, inauguração do Autódromo de Jacarepaguá.
Em 29 de agosto de 1977, com a presença do Governador Faria Lima, é inaugurada a fábrica da Wella em Jacarepaguá, na estrada Marechal Mendes de Moraes.
Em 23 de outubro de 1977, é inaugurada a primeira etapa do centro de convenções Rio Centro, em Jacarepaguá.
Entre os dias 5 e 8 de outubro de 1978, em sua 18ª edição, é realizada pela primeira vez a Feira da Providência no Rio Centro, depois de 13 anos na Lagoa.
Em 13 de março de 1979, em solenidade com a presença do prefeito Marcos Tamoyo, é inaugurada a Avenida Engenheiro de Sousa e Filho, com 3,8 quilômetros de extensão, entre a Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A nova via, conhecida como retão da Barra, era uma variante da antiga e sinuosa Estrada de Jacarepaguá.
No primeiro semestre de 1979, é realizado o projeto executivo para o alargamento da Avenida Menezes Cortes, também conhecida como Estrada Grajaú-Jacarepaguá.
Em 1979, é construída a ponte Santos Dumont, segunda ponte sobre o canal das lagoas da Tijuca e Jacarepaguá, na Via 11, atual Avenida Ayrton Senna.
Em 23 de outubro de 1982, são concluídas as obras de duplicação da Autoestrada Grajaú - Jacarepaguá, iniciadas em 1980.
Em 1985, realização do primeiro Rock in Rio, na Via 11, próximo ao Rio Centro.
Em 10 de novembro de 1985, inauguração das obras de duplicação da Estrada do Catonho, que liga a Estrada do Cafundá, em Jacarepaguá, à Avenida Alberto Diniz, no Jardim Sulacap.
Em 15 de agosto de 1986, inauguração do segundo pavilhão de exposições do Rio Centro, com 20 mil metros quadrados, dobrando a capacidade do complexo. O Rio Centro ocupava um terreno de 600 mil metros quadrados.
Em 29 de outubro de 1986, é iniciada a construção do polo de informática Rio de Tecnologia, em Jacarepaguá.
Em novembro de 1986, são realizados os estudos iniciais para implantação de um polo de vídeo no Município.
Em 1988, início da construção do Pólo Rio Cine, Video e Animação, num terreno próximo ao Rio Centro.
Em 1989, a população se mobiliza para implantação do Bosque da Freguesia.
Em 1989, o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 passa a ser realizado em São Paulo.
Em maio de 1989, início da construção dos Estúdio da Rede Globo, na Estrada de Curicica, anteriormente chamado de Projac, abreviatura de Projeto Jacarepaguá.
Em 24 de novembro de 1997, inauguração da Linha Amarela, via expressa com 17,5 km de extensão ligando a Ilha do Fundão à Avenida Ayrton Senna.
Em novembro de 1999, inauguração do Shopping Quality, na Freguesia.
Em janeiro de 2000, inauguração do Polo Educacional do Senac, na Avenida Ayrton Senna, em Jacarepaguá.
Em 2001, inauguração do Center Shopping Rio, na Taquara.
Em fevereiro de 2002, inauguração da ciclovia Barra-Jacarepaguá, na Avenida Ayrton Senna, no trecho entre o centro comercial Via Parque e a Cidade de Deus.
Em julho de 2003, início da construção do complexo viário da Curva Chico Anysio, no cruzamento das avenidas Ayrton Senna e Embaixador Abelardo Bueno, inaugurado em março de 2005.
Em fevereiro de 2007, inauguração do conjunto habitacional Vila Pan Americana, com 17 prédios e 1.480 apartamentos, lançados em 2005 para abrigar 5.500 atletas. Os apartamentos só foram entregues aos proprietários em 2008, após reforma.
Em 16 de janeiro de 2007, é publicado o Decreto Nº 2.754 proibindo a ampliação do Aeroporto de Jacarepaguá, evitando-se problemas futuros, gerados pelo aumento do tráfego aéreo.
Em 2008, alargamento da Avenida Ayrton Senna, na pista sentido Cidade de Deus, no trecho entre a Vila Pan Americana e o Arroio Fundo, incluindo a construção de uma nova ponte, ao lado da ponte Plácido de Castro.
Em 2 de outubro de 2009, o Comitê Olímpico Internacional anuncia o Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. O Rio de Janeiro concorreu com as cidades de Madrid, Chicago e Tokyo. A cidade já tinha feito três tentativas para sede das olimpíadas, em 1936, 2004 e 2012.
Em 10 de dezembro de 2010, o prefeito Paes inicia a construção do Parque Olímpico Cidade do Rock, na Avenida Salvador Allende, ao lado da futura Vila Olímpica, para abrigar as futuras edições do Rock in Rio.
Em julho de 2012, início das obras de construção do Parque Olímpico, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno.
Em 5 de dezembro de 2013, inauguração do Shopping Metropolitano, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, o primeiro empreendimento do Centro Metropolitano da Guanabara, projetado em 1969 para ser o novo Centro do Município.
Em 16 de março de 2004, a Avenida 5, localizada entre a rua Francisco Marazán e a Avenida Dulcídio Cardoso, passa a se chamar Avenida Chico Xavier.
Em 24 de agosto de 2014, com investimento de 6,7 milhões de reais, inauguração do Plano Inclinado Monsenhor José Carlos Moreira, no Santuário Nossa Senhora da Penha, na Freguesia, com 110 metros de extensão e cabine com capacidade para 18 passageiros.
REFERÊNCIAS:
Correio de Jacarepaguá. 1970.